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Estado de Minas

Usinas fotovoltaicas ganham espaço em Minas Gerais

Energia limpa com o calor do sol é sinônimo de economia para muitos microempresários e pequenos produtores rurais. Só no Norte do estado há 120 áreas aptas


postado em 10/07/2017 06:00 / atualizado em 10/07/2017 12:12

Usina fotovoltaica instalada na Fazenda Vista Alegre, em Manga, de 110 hectares(foto: Divulgação)
Usina fotovoltaica instalada na Fazenda Vista Alegre, em Manga, de 110 hectares (foto: Divulgação)

Ao descobrir o efeito fotovoltaico, em 1839, talvez o francês Alexandre-Edmond Becquerel não tenha imaginado que o fenômeno que permite a conversão da luz solar em eletricidade fosse se tornar tão importante para a agricultura no século 21. Pois a instalação de microusinas fotovoltaicas vem ganhando força como uma forma mais barata e sustentável de garantir a geração de energia. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), existem atualmente em Minas Gerais 35 empreendimentos rurais com mini ou microusinas. E esse número pode crescer ainda mais: a Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Adenor) já identificou outras 120 áreas aptas para instalação dessas usinas.


Com o sol intenso, especialmente entre abril e outubro, o Norte de Minas tem tudo para se firmar como o maior produtor de energia alternativa em Minas Gerais. Em cinco municípios da região já há propriedades com o sistema fotovoltaico: Manga, Augusto de Lima, Capitão Enéas, Francisco Sá e Montes Claros. O agricultor Edvaldo Lopo Alkimim é um dos que já se convenceram dos benefícios da energia alternativa: há três meses ele inaugurou a primeira microusina remota de Minas Gerais, capaz de gerar de energia 71,50 Kwp/hora.


Por enquanto, a energia gerada é destinada ao consumo da padaria que ele tem em Manga, Norte de Minas. Como adotou o sistema solar interligado à rede (o chamado on grid), a energia gerada volta para a rede elétrica e vira crédito com a operadora local. Com isso, ele já está economizando entre R$ 7 mil e R$ 8 mil mensais com a conta de luz que pagava pelo consumo na padaria. “Eu gastei um ano para tomar a decisão de instalar a usina, só fazendo contas. Mas hoje tenho a certeza de que valeu a pena e estou me sentindo realizado”, comemora o produtor. O projeto custou R$ 500 mil e foi implementado em 15 dias por uma empresa espanhola. O dinheiro veio de um financiamento para pagamento em sete anos.

O resultado foi tão bom que para o ano que vem Edvaldo Lopo tem planos de instalar outra microusina para atender ao consumo da Fazenda Vista Alegre – uma área de 110 hectares que tem a produção de leite como a principal atividade. “Estou considerando que é um investimento seguro e muito interessante do ponto de vista econômico, sem falar no meio ambiente”, diz ele.

POTENCIAL De fato, a economia gerada com a conta de luz é um grande atrativo para os agricultores. “Se o produtor tem condições de fazer essa geração distribuída de energia, criando um sistema de autossuprimento, é interessante porque ele reduz custos e ainda aproveita recursos disponíveis”, diz Ana Paula Mello, coordenadora de Meio Ambiente da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg). “A energia solar tem um potencial grande no país, temos sol praticamente o ano inteiro, e a tecnologia vem ganhando mais força recentemente”, afirma Ana Paula Mello.


A coordenadora da Faemg ressalta que, além de resultar em um custo menor com o consumo de energia, o sistema fotovoltaico tem um sistema modular. “O interessante é que, devido à característica modular dessa tecnologia, você pode instalar uma parte, dentro de sua capacidade financeira, ou dentro do seu plano de uso atual, e ao longo do tempo aumentar a capacidade nominal instalada. Sistemas modulares têm a vantagem que você não investe quantidades vultosas de dinheiro e de espaço pensando em um uso futuro, pois é possível ampliar de acordo com a necessidade”, explica.


Segundo ela, há também aplicações possíveis em comunidades rurais para fornecer energia para uma bomba de enchimento da caixa-d’água, por exemplo. Geralmente, nas propriedades rurais são instalados os sistemas isolados (chamados off grid), sem interligação à rede. Nesse caso, é preciso ter um sistema de armazenamento, por meio de baterias, já que sem o Sol não há geração de energia. O investimento financeiro necessário é, às vezes, um empecilho para quem quer adotar o sistema. Mas, além da possibilidade de financiamento público, já há uma grande variedade de fabricantes dos painéis, alguns, inclusive, nacionais, o que reduz o custo de instalação das microusinas.

SAIBA MAIS

» Como é o sistema

» Energia fotovoltaica é aquela produzida a partir da luz solar, mesmo em dias nublados ou chuvosos. Quanto maior for a radiação solar, maior será a quantidade de eletricidade produzida. O processo de conversão da energia solar utiliza células fotovoltaicas (normalmente feitas de silício ou outro material semicondutor). Há cinco tipos de sistema fotovoltaico: residencial solar conectado à rede; comercial solar conectado à rede; industrial solar conectado à rede; isolado/autônomo de energia solar; e híbrido de energia solar.

» Como é o processo

» O painel solar reage com a luz do Sol e produz energia elétrica. Os painéis são instalados no telhado e ficam lado a lado, conectados em um inversor solar.

» O inversor converte a energia solar dos painéis em energia para o funcionamento de qualquer equipamento elétrico.

» A energia que sai do inversor solar vai para o quadro de luz e é distribuída para a casa ou empresa.

» O excesso de energia volta para a rede elétrica pelo relógio de luz e vira crédito de energia.

Fonte: Portal Solar


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