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Músculo - um fator primordial para o envelhecimento saudável

Se não existe o estímulo nervoso para que o músculo se contraia, este entra em repouso por períodos prolongados e com o passar do tempo atrofia e desaparece


07/11/2022 16:37

Idosa fazendo levantamento de peso
A resposta ao ganho de massa e força muscular depende muito do exercício que é prescrito (foto: Reprodução/ Freepik)
Com o envelhecimento várias modificações ocorrem no organismo e uma delas é a diminuição da massa magra, com perda de músculo, o que se denomina Sarcopenia (sarcos: carne, penia: perda), que ocorre por vários fatores, como a diminuição da quantidade de atividade físicas realizadas, diminuição do aporte alimentar de proteínas, alterações nos mecanismos hormonais (redução dos andrógenos) e manutenção de um estado inflamatório inerentes ao processo de envelhecimento. Tudo isso somado leva a uma maior perda muscular, com redução da formação de novas fibras musculares, ocasionando perda de massa muscular, perda de força e desempenho, predispondo à várias complicações, como redução da mobilidade, aumento do risco de quedas, maior dependência funcional de outras pessoas, culminando com a redução de dois pilares do envelhecimento que são a manutenção da Autonomia e da Independência funcional do Idoso. 
 
É sabido que idosos com idade superior a 85 anos, quando apresentam baixa força de preensão manual, aferida pelo dinamômetro apresentam risco de morte por todas as causas 35% superior aos idosos da mesma idade que possuem boa força de preensão da mão e este índice eleva-se para 104% do aumento de risco para os idosos maiores de 89 anos. 
 
Atualmente compreende-se que o que se perde não são somente as fibras musculares, mas a comunicação nervosa que existe entre o sistema nervoso central e as fibras musculares, o que se denomina placa neuromuscular. Se não existe o estímulo nervoso para que o músculo se contraia, este entra em repouso por períodos prolongados e com o passar do tempo atrofia e desaparece, induzindo às consequências que anteriormente nos referimos. Trata-se da atrofia por desuso devido ao repouso prolongado destes grupamentos musculares, muitas vezes ocasionados por tempo prolongado de restrição ao leito. A inatividade física predispõe à uma ampla variedade de doenças crônico e degenerativas, incluindo os distúrbios musculo esqueléticos e fragilidade. 
 
Somados à estes fatores, evidenciamos que em muitas situações o idoso tem uma nutrição inapropriada, alterações no padrão de sono, está submetido à vários agressores físicos, como a produção de várias substâncias inflamatórias, como as interleucinas, que somados, aumentam o risco de diminuição de massa e força muscular, reduzindo o desempenho. Outro fator que muito contribui para a diminuição do desempenho é a associação de baixa força muscular com obesidade. Esta parceria é realmente muito deletéria, piorando a qualidade de vida e predispondo o seu portador à várias manifestações de doenças, tanto metabólicas quanto circulatórias, como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doenças vasculares periféricas, inclusive com o surgimento de úlceras em membros, resistência à ação da insulina, predispondo ao diabetes e aumento do risco de acidentes vasculares cerebrais.  
Portanto, com várias consequências deletérias, deve-se atentar à manutenção da saúde muscular assim com nos preocupamos com a saúde do coração ou do pulmão, por exemplo. O prejuízo na funcionalidade deste que hoje é considerado um "órgão" como uma prioridade para o bem envelhecer e assim algumas atitudes podem ser adotadas pelo idoso e muito estimulada pelos cuidadores, familiares e profissionais que militam no atendimento de idosos. Geralmente a abordagem que engloba vários profissionais tem muito melhor resultado.  Assim, com a indicação do médico geriatra, vários outros profissionais podem ser requisitados para a reversão da perda da funcionalidade do músculo, como o nutricionista que irá orientar os alimentos mais adequados para a manutenção da massa muscular, assim como o dentista deverá ser solicitado à contribuir para a melhoria da mastigação e melhor absorção dos alimentos, mas também, em alguns casos com dificuldades de deglutição terão grande apoio nos treinamentos efetuados pelo fonoaudiólogo, que trabalhará a capacidade de engolir, não engasgar e não sofrer com pneumonias de aspiração. De fundamental importância também serão os profissionais que irão atuar na formação de novo músculo, como o fisioterapeuta e o profissional da educação física. Assim entendemos que a "construção" de músculo depende do tijolo (proteína alimentar), que o tijolo e todo o material chegue à obra em boas condições de ser utilizado (boa mastigação e absorção dos alimentos), além do cimento (exercício físico) e o pedreiro (profissional que irá auxiliar o idoso na "construção" deste músculo de boa qualidade, interferindo nas indicações de quais exercícios tem melhor aceitação e adaptação para cada indivíduo que está sendo tratado. Não há como não individualizar as abordagens terapêuticas: cada idoso irá ser melhor abordado quando levadas em consideração suas peculiaridades. 

A ingestão de alimentos ricos em proteínas de boa qualidade, como leite, queijo, iogurte, carne magra, peixes, ômega 3, vitamina D, suplementação de aminoácidos essenciais (aquele que só são obtidos pela alimentação e não são produzidos pelo corpo), além de um aporte adequado de calorias traz benefícios inequívocos. Indica-se que o idoso receba ao menos 1,5 gramas de proteínas por quilo de peso, especialmente se divididos em três ou quatro porções no decorrer do dia. Estima-se que o ideal seja a ingestão em torno de 20 gramas de proteínas por refeição, o que equivale à um bife de tamanho médio ou o contido em quatro ovos. Quando bem indicados, vários produtos industrializados podem contribuir em muito para que estas metas proteicas sejam atingidas, oferecendo produtos com alto teor proteico apresentados em menores volumes, facilitando a ingestão.  

É também importante ressaltar que a resposta ao ganho de massa e força muscular depende muito do exercício que é prescrito, onde indubitavelmente o exercício com cargas (musculação) produz melhores resultados, mas quando associados com um plano de exercícios associando atividades aeróbicas (caminhadas, por exemplo), com exercício de levantamento de pesos (obviamente de acordo com as capacidades individuais) são as intervenções que melhores resultados são atingidos. Estima-se que para a boa saúde, não só para ganho de massa e força muscular, mas também para a melhoria das condições cardiovasculares, o tempo semanal de exercícios ideal é de 150 minutos por semana, que podem ser divididos em 5 sessões de 30 minutos ou mesmo 3 sessões de 50 minutos, preferencialmente assistidos por profissionais habilitados e quando isso não for possível, enfatizar a necessidade de supervisão do cuidador ou familiar, para evitar acidentes. Tais atividades devem ser realizadas em locais seguros e que minimizem o risco de quedas e os indivíduos que se dispuserem à aderir à estas práticas seja adequadamente avaliados por seus médicos para mensurar qual a intensidade e carga que determinado idoso está habilitado a iniciar seus treinamentos. 

Com esta explanação, importante que sejam ressaltados dados que resumam o risco de perda de massa muscular (Sarcopenia): é uma manifestação que deve ser evitada, prevenida e quando instalada, deve ser adequadamente abordada e tratada, pois ocasiona importante comprometimento na qualidade de vida dos idosos. Para que seja abordada uma avaliação adequada e multiprofissional deve ser realizada para que a pratica de exercícios traga benefícios e minimizem os riscos de sua instituição. Também é necessário que vários profissionais de diferentes especialidades participem deste processo de treinamento físico, ressaltando a importância do nutricionista e do profissional da educação física / fisioterapeuta. Estimular o idoso, que na maioria das vezes apresenta grande dificuldades para iniciar suas atividades parecer ser a chave do tratamento. O geronte deve ser esclarecido do porque das intervenções e os benefícios que dela advirão. Sua conscientização é a mola mestra do sucesso desta abordagem terapêutica. Uma boa forma de convencimento é deixar claro que o idoso que tem músculo é bem mais feliz: consegue realizar suas atividades sozinho, sem ajuda de terceiros, consegue passear, visitar amigos e parentes, deslocar-se para atividades de lazer e tem independência funcional. Já o idoso que não tem músculo fica restrito à cama ou a cadeira...... exerce pouco a mágica de estar vivo. Importante que se estimule a todos que melhorem seu desempenho físico. 

Não se esqueçam: ter músculo faz toda diferença entre viver uma vida plena e satisfatória. Ter músculo, portanto, traz alegria de viver. Vamos nos mexer?

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