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Estado de Minas PSICOLOGIA POSITIVA

Começar de novo - reciclar

Precisamos de ar para viver e sentimos isso na pele, principalmente neste período tão difícil de pandemia


07/02/2021 04:00 - atualizado 04/02/2021 13:22

 
O ano já começou e o impacto sofrido durante todo 2020 está deixando sequelas graves em nossa população. Como começar a vida outra vez? Em cada instante em que fazemos uma nova espiração. Sabia que a cada respiração começamos de novo?

Cada ciclo de respiração é uma nova vida que recomeça dentro de nós. Respiramos 11 mil ciclos por dia, 4 milhões de respirações em um ano (livro Viva bem com a dor e a doença, de Vidymala Burch, página 95 – Summus Editorial).

E, infelizmente, a esse processo lindo de renovação em nós mesmos não damos valor. Mas um suspiro no aperto é tão bom. O ver o belo e apreciar nos faz respirar fundo e gostamos. Um passeio na mata nos faz respirar fundo e sentir o cheirinho do mato. Quando fazemos uma caminhada na praia, sentimos uma vontade de respirar fundo, mas nem sequer nos damos conta das benesses desse ato – respirar fundo! Ele acalma e recupera. Ele faz que nos reconectemos com nosso ser mais profundo, nos faz sentir presentes em nós mesmos, no agora e vivos.

Um novo ciclo, um novo fôlego e assim renovamos as energias. É como abrir a porta ou as janelas da sua casa e deixar a brisa leve entrar renovando os ares. Uma vida nova se refaz. Precisamos de ar para viver e sentimos isso na pele, principalmente neste período tão difícil de pandemia. O ar é vital à vida, mas vai além do que você imagina.

Quando respiramos profundamente, muita coisa boa acontece. Avisamos nosso sistema nervoso central que podemos acalmar. Você já suspirou em momentos difíceis? Pois ele é nosso sistema automático de defesa, nos faz, obrigatoriamente, tomar um fôlego extra diante de momentos complicados. Todos suspiramos vez por outra durante o dia e, principalmente, em momentos em que precisamos pensar mais profundamente ou para nos acalmar.

E quem já não falou esta frase, diante de uma circunstância difícil: “Espera aí, deixe eu respirar”. Colocando a mão no peito, fazendo uma pressão sobre o coração, como se ao respirar fundo pudéssemos nos abraçar com o enchimento dos pulmões num momento de desconforto, levando um pouquinho de aconchego. E isso acontece automaticamente! Um feito do nosso sistema nervoso autônomo (SNA), que para nos acalmar puxa fundo o ar e nos dá um abraço no coração. Uma verdadeira reconexão. Eu chamo isso de check in – sentir através da respiração seu corpo e tomar consciência do momento presente, recebendo as emoções que se apresentam naquele instante.

Isso é saudável – permissão para ser humano e sentir o que quer que seja: raiva, tristeza, dor, cansaço e medo. Somos humanos e sentimos. Mas, na maioria das vezes, fazemos o contrário, não queremos sentir e “damos no pé”– check out –, saímos fora do ar com a bebida, a comida, as compras, os jogos e outras compulsões, até mesmo a dor.

A ciência nos explica esse abraço maravilhoso da respiração profunda, usado como uma técnica muito eficaz para acalmar nossa mente agitada ou sofrida automaticamente. Quando nós estamos diante do perigo, acionamos no SNA a parte do sistema nervoso simpático que libera noradrelina no cérebro, neurotransmissor responsável pela LUTA ou FUGA, pois alguma ameaça apareceu. Diante disso, nosso coração dispara, nossa pressão sanguínea sobe, o sangue é dirigido aos órgãos vitais como proteção, pois se um leão nos atacar na selva da vida, pode levar o braço, mas o sangue fica protegendo os órgãos vitais.

E como nos acalmamos? Diante deste momento, respirar fundo é um mecanismo que acalma. Quando o fazemos, ativamos os ramos do nervo vago ventral, que inerva o coração e a base dos pulmões. Ele, então, avisa ao cérebro que tudo aqui embaixo em nosso corpo está bem. Quem faz essa frenagem da noradrenalina é o nosso sistema nervoso parassimpático – que literalmente para o “simpático” e manda liberar um neurotransmissor que acalma – a acetilcolina.

Veja como é sábia a natureza que nos governa. Nosso corpo tem mecanismos de nos reconectar e nos trazer a paz de volta. E, muitas vezes, nem percebemos que aquele profundo suspiro estava nos colocando mais calmos. Por isso, procure conscientemente fazer respirações mais longas e mais profundas para acalmar sua mente.

Basta se exercitar por algum tempo, colocar um lembrete no celular ou toda vez em que for beber água se lembrar de que você pode se acalmar respirando fundo. Esse processo de respirar profundamente é uma das coisas a que não damos a menor bola, mas faz parte da meditação, dos exercícios de ioga, e muitos que exercitam sabem desse poder da respiração. Tudo que vive, respira na natureza... nós, os animais, as plantas. Precisamos nos abastecer dessa conexão que acalma.

Uma das maneiras mais eficazes de levar consciência ao nosso corpo e aprender o que ele está sentindo é a respiração – ela nos dá vida!

Portanto, espero que, de agora em diante, você tome consciência de que pode dar uma pequena pausa, respirar mais profundamente, e, assim, ter uma vida mais plena e saudável.

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