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Estado de Minas COLUNA

Estados do sistema nervoso autônomo e a falta de descanso

Precisamos de descanso, rotina. Home office com a cautela de se impor uma rotina, horários e divisão de tarefas bem organizados


04/10/2020 04:00 - atualizado 04/10/2020 09:30


Engana-se quem pensa que em tempos de pandemia fazer home office é ótimo. A vida em casa fica tumultuada e sem lugar para todos. Ao mesmo tempo, muitas tarefas precisam ser cumpridas e perde-se o foco. O home office tem levado muitos ao esgotamento – burnout. Sem ânimo, sem vontade de viver e sem esperança, muitos “queimaram seu pavio” no estado de atenção e alarme ligados todo o tempo. Isso acaba com a energia de qualquer um, até de uma máquina que não desliga o motor.

Sem foco, trabalhando em várias frentes no lar, a tarefa fica malfeita e gera estresse. Desgaste, cansaço e no fim do dia a irritação. Quem pensa que foi pra dentro de casa e poderia descansar enganou-se. Está trabalhando sem sossego. Infelizmente, as pesquisas atuais mostram aumento nos casos de depressão, pânico, ansiedade. Por quê? Por falta do descanso. Por ativação de do sistema de alarme.

O que fazer? Descanso.

Uma nova vida normal, apesar de clichê, se faz necessária. A vida precisa ser recalculada. Aprender a conviver com a COVID-19, que está mudando a rotina antiga e nos impondo um mundo cheio de atenção e diferente. Saímos da zona de segurança, o que nos causa um tremendo gasto de energia e um estado de alerta constante. Utilizamos nosso SNC – sistema nervoso central – de forma a ativar o plano de luta ou fuga, que, na medicina, chamamos de estado simpático ativado. O nervo vago aciona o sistema nervoso autônomo (SNA) simpático, convidando-o a nos defender – lutar ou fugir. Mas esse estado traz a falta de descanso. Ficamos em estado de vigília.

O normal seria passarmos pelos três estados fisiológicos que regulam o corpo ao longo do dia. Quais seriam esses estados do SNA?

1- Calma e segurança – que chamamos de ativação vetro vagal, pois é a parte ventral do nervo vago ativada dizendo que tudo está bem. Estamos seguros e temos algum apego que nos acalma. Quando apreciamos um bebê, ou brincamos com nosso cachorro em casa, ou vemos um por do sol, fazemos esta ativação que acalma.

2- Ativação simpática (motivação ou luta ou fuga) – esse estado é ativado pelo SNA em caso de precisarmos nos mover, fazer uma ação. Fazer uma prova, dar uma palestra podem nos deixar em estado de ativação calmo, ainda com a parte segura nos alimentando. Mas, em muitas situações corriqueiras, ativamos o sistema de luta ou fuga, como uma freada brusca, uma conta a pagar da qual nos esquecemos ou não temos dinheiro para fazê-lo, a perda do emprego. É lutar ou fugir. Infelizmente, nesta época de pandemia estamos ativando esse estado com medo de pegar o tal vírus, adoecer e morrer. Perdemos a segurança – sistema ativa!

3- Estado de congelamento – é ativado quando estamos num perigo tão grande que pensamos que vamos morrer. Nesse caso, como defesa, ativamos um estado de congelamento – sem sentir. Paramos. O burnout é um bom exemplo, a depressão outro. Estados de doenças que nos paralisam e tiram nossa energia para nos defender de enfrentar o perigo.

Vivemos em constante desregulação e autorregulação entre esses três sistemas e conseguimos ao fim do dia tirar uma boa média de regulação emocional.

Mas, ultimamente, a pandemia nos deixou com o segundo sistema muito ativado e perdemos nossa qualidade de vida. Quando esse sistema se ativa muito, liberamos a noradrenalina, que, por sua vez, libera adrenalina no corpo para preparar para lutar ou fugir e, com isso, aumentamos o cortisol e sucumbimos em doenças, estresse e perdemos nossa imunidade. Sem falar que o animal homem fica sem descanso, não prega os olhos, vigilância total. O corpo entra em colapso e pede um tempo. Adoece.

Precisamos de descanso, rotina. Home office com a cautela de se impor uma rotina, horários e divisão de tarefas bem organizados. Mas, como fazer com filhos, periquito e papagaio em casa? Conversa franca, ordem geral. Todos precisam se ajudar mutuamente. Cada um fazendo a sua parte. Inclusive, ver se o local que escolheu ou sobrou para trabalhar está adequado e não traz dor nas costas, falta de ar, calor etc. Fazer o quê se não puder mudar? Tire momentos para respirar fundo. Faça meditações. Pratique yoga. Veja o lado belo da vida. Aprecie a natureza, nem que seja da janela.

Se puder voltar ao seu trabalho, faça-o com a segurança do isolamento social necessário e cuidados com a saúde de todos. Não seja você o vetor, a levar e disseminar essa danada de COVID-19, que insiste em não querer nos largar.

Cuide-se!

Descanse mais!

Divirta-se!

Encontre segurança e apoio em seus familiares. Assim você recupera o estado 1 – segurança e calma. Isso é o que desejo a você.

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