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Psicologia positiva

O que podemos acrescentar que poderá ajudar nosso povo a ter uma vida mais equilibrada e saudável?'


postado em 08/03/2020 04:00 / atualizado em 05/03/2020 18:33






Podemos optar por dar uma nova visão de como lidar com a depressão. Uma forma mais positiva de encarar a dificuldade que essa enfermidade provoca no mundo. O número de pessoas sofrendo desse mal só vem aumentando e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), será a doença número um a retirar a capacidade de trabalho. Você quer estar entre as pessoas que serão cometidas pela depressão?

Podemos, sim, reverter esse quadro se educarmos as pessoas a mudar seu comportamento. A doença depressiva tem causa genética, é familiar, e passa por gerações. Mas os neurocientistas também descobriram que fatores externos influenciam cada vez mais seu aparecimento, bem como sua precocidade. As crianças estão ficando depri- midas. Antigamente, a depressão aparecia no jovem adulto. Hoje, temos crianças que falam que não querem mais viver. Que pena ver essa situação.

Diante de tais circunstâncias, como a psicologia positiva vem ajudar? A médica Martina Seligman descobriu que o tomismo pode ser aprendido. Que podemos e devemos ensinar práticas que as pessoas mais otimistas utilizam. Dessa forma, conseguimos mudar a vida e o olhar de muitos que hoje sofrem com a doença.

No Brasil, a situação infelizmente está bem pior. Temos uma taxa de 9,4% de pessoas já sofrendo de ansiedade. Os paulistanos estão com índice absurdo de ansiedade chegando a 19,9% da população urbana. Que horror!

Além disso, segundo as pesquisas da OMS, pessoas ansiosas perfazem 25% do total da população mundial, num total de 1,75 milhão de pessoas ansiosas que tendem a entrar em depressão se não mudarem sua forma de viver e sentir. Se a ansiedade é algo natural e faz parte do ser humano, por que será que ela se tornou uma epidemia? O medo da sobrevivência, infelizmente.

Por que tantos brasileiros estão passando por isso? Desde a crise de 2008, não conseguimos mais dormir tranquilos de que teremos emprego e dinheiro para sustentar nossas famílias. Crise atrás de crise, seja política ou financeira, tem gerado no brasileiro uma instabilidade econômica que provoca insegurança e pane geral. Fora isso, em função do aumento do desemprego houve o aumento de golpes, assaltos e ameaças no dia a dia. Como podemos viver tranquilos e satisfeitos com tantas ameaças?

Temos à disposição remédios excelentes, terapias de primeira linha e não conseguimos ajudar nossos pacientes como deveríamos. Muitos não melhoram. Precisam de algo mais! E me questiono todos os dias ao atender meus pacientes: o que mais poderia ajudar?. Venho nesta busca há uma década. O que podemos acrescentar que poderá ajudar nosso povo a ter uma vida mais equilibrada e saudável?

Johann Hari, em seu livro Lost connections, ainda sem tradução no Brasil, conta que depois de ter sido diagnosticado com ansiedade e depressão, tomando os medicamentos prescritos e com pouca melhora, resolveu pesquisar mais a fundo o tema. Ao longo dos anos, sua situação nem tanto havia mudado, mesmo fazendo tudo o que o médico havia pedido. E sabemos disso na prática do dia a dia. Como médica psiquiatra, vejo isso diariamente e preciso ir além, prescrevendo muito mais do que apenas remédios, mas comportamentos que podem ajudar a mudar a forma de encarar a vida.

Mas J. Hari conseguiu por meio de muitas pesquisas descobrir que existem vários fatores que geram a depressão e não são apenas fatores biológicos com a causa genética. Ele chegou a uma conclusão maravilhosa, que abre nosso espectro na ajuda aos pacientes deprimidos e ansiosos. Ele diz que “... a maioria dos fatores que causam depressão e ansiedade estão ligados à maneira como vivemos”. Que fatores são esses? No livro, J. Hari nos mostra três fatores principais: a solidão, um emprego que não traz significado à sua vida (falta de propósito), e a falta de contato com a natureza.

Coisas tão simples que pela correria da vida diária vamos deixando de lado. Precisamos entender que não está na mão do outro o nosso cuidado. É uma escolha que podemos fazer. Ter uma vida mais saudável está à altura de todos. Mesmo que você não tenha dinheiro, viva na insegurança, pode ter amigos, companhia, engajamento social. Pode também buscar trabalhar com algo que faça sentido em sua vida e lhe dê garra para trabalhar mais e fazer com amor e por amor. E assim, também se dar tempo com autorresponsabilidade, curtir estar mais próximo à natureza, nem que seja a praça de sua vizinhança para ouvir os pássaros cantarem, respirar fundo, fazer uma aula de ioga ao ar livre ou sair para passear no campo vez por outra. A vida pede descanso, desacelerar, curtir e sentir o apego, amor ao próximo, companhia, risos e diversão.

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