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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Bolsonaro e Guedes antecipam a tragédia. Lula assiste e aplaude; entenda

'Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro. Transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro'


21/10/2021 17:07 - atualizado 21/10/2021 17:33

Presidente Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo Guedes
Bolsonaro e Guedes, após explodirem o país, agora fazem o mínimo para não nos levar a uma convulsão social e, claro, como de costume, de uma forma eleitoreira e porca (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Que saudade do Cazuza! Às vezes me pego conversando com ele, ou melhor, com suas músicas - calma: ainda não estou tão maluco assim, não, hehe. Nossa, como eu gostaria de ter sido seu amigo e tido milhares de horas de conversa com ele. ‘Essa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi’. Esse é outro (Renato Russo) de meus amigos imaginários. Ai, ai… Mas, bora lá ao que interessa, né? Infelizmente, a vida não é só música e filosofia de botequim.

A política brasileira, de modo geral, é um antro de canalhas corruptos e egoístas em busca de grana e poder. Os poucos pobres coitados que ousam trombar com o muro do tal 'sistema’, ou aderem à putaria, ou desistem e vão cuidar das próprias vidas. E o pior é que essa triste realidade não tem dia nem hora para acabar, pois numa combinação tão perfeita quanto feijão com arroz, povão, elites, políticos e governantes acabam dando as mãos e seguem suas vidas.

MISÉRIA

Me digam: como é possível um dos dois ou três maiores produtores de alimentos do mundo ter 20 milhões de pessoas catando sobras nos lixões para comer? Como é possível um país abundante em fontes de energia, renováveis ou não, estar à beira de um colapso por falta de… energia? Como é possível contarmos com uma pirâmide social tão promissora (população e idade) e tão dramaticamente desigual (renda)? A resposta: escolhemos ser assim. Ponto.

A máquina que concentra a renda nacional - leia-se: trabalho duro da sociedade civil - é que produz e mantém o estado de miséria (intercalado com soluços de pobreza) em que nos encontramos: ‘transformam o País inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro’. Quem é o sujeito indeterminado da oração? Bem, como ensina a célebre frase, ‘follow the money’. Siga o dinheiro! Basta ver quem é que sempre - eu disse, sempre! - ou ganha ou não perde com tudo isso.

LULA

Após o desastre do regime militar - não que antes o país fosse uma maravilha; muito pelo contrário -, com a abertura emergiu ao comando da nação uma classe despreparada e incrivelmente interesseira. De um lado, barões e coronéis locais, sobretudo do eixo SP-MG e do nordeste do Brasil; de outro, um líder sindical carismático, sim!, mas tão despreparado e interesseiro quanto. Aparentemente em pólos distintos, esses dois grupos destruíram o futuro (nosso presente) do Brasil.

Lula e o partido que criou passaram a existência sabotando e boicotando toda e qualquer possível boa ideia que surgisse, bem como formulando falsas expectativas e falsos ideais. Uma vez no poder, o meliante de São Bernardo pulou para o barco que sempre jurou combater, e fortaleceu um sistema robusto de apropriação da riqueza nacional, por um grupo de políticos e empresários apaniguados, escolhidos a dedo - e pelo caixa e pela índole, é claro!

BOLSONARO

Como desgraça pouca é bobagem, surge no horizonte (do inferno!) um ‘mito’ que seduz a gigantesca parcela da população em profundo desespero. Finalmente alguém compreendia as agruras da vida real: violência urbana, imposições ideológicas, amarras do Estado, corrupção desenfreada… Vender-se como salvador foi fácil; difícil foi - e é - se livrar da própria gênese, do DNA. Bolsonaro, o verdugo do Planalto, assim como Lula, manteve o ‘status quo’ da perdição.

O desastre provocado por este senhor não guarda precedentes na nossa história. E a concorrência lhe é feroz. Não muito distante encontra-se o triênio recessivo da estoquista de vento. Um tanto mais atrás, os anos de hiperinflação de Sarney e Collor. Como eu disse, alternamos entre miséria e pobreza, que foi o ‘soluço’ Fernando Henrique, após o Plano Real (combatido com fervor pelo PT), e, vá lá, o primeiro mandato do ex-tudo (ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro, ex-presidiário).

ASSISTENCIALISMO

Como ser contra o Estado prover o mínimo do mínimo necessário para a sobrevivência de seu povo? Bem, quando FHC criou os programas assistenciais, Lula e o PT eram, e chamavam de ‘esmola para comprar macaxeira’. Porém, uma vez no poder, juntaram tudo e rebatizaram de 'Bolsa Família’, abandonando as contrapartidas necessárias (frequência escolar, acompanhamento médico, etc.). Pior. Transformaram a política social em uma asquerosa chantagem eleitoral.

Durante anos, o PT disputou eleições dizendo que, quaisquer fossem os vencedores, senão ele, iriam acabar com o Bolsa Família. Não sem razão, aliás. Haja vista o que dizia o então candidato liberal, Jair Bolsonaro: ‘Bolsa Família compra o voto dos idiotas’. Eis o sujeito que hoje aumentou em 100% o valor médio do programa, até… o final do seu mandato! Não sem antes, claro, como fez Lula, rebatizá-lo: Auxílio Brasil. Aprendeu direitinho o amigão do Queiroz, né?

20 MILHÕES DE FAMINTOS

A maioria absoluta de nós não faz a menor ideia do que seja fome e extrema miséria. Eu sei! Não porque passei por isso. Tive a sorte de nascer em uma família de classe média e nunca me faltou nada. Mas por ter trabalhado durante 20 anos com clientes dos estados do Norte e do Nordeste do Brasil; capital e interior. E também com clientes próximos ao Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Acreditem, meus caros: ao vivo, a coisa é muito, mas pior do que pela TV.

Diante do fracasso absoluto deste maldito desgoverno, que ajudou o coronavírus a matar 600 mil pessoas, que com negacionismo, isolacionismo e golpismo atirou o Brasil no poço da escória internacional, levando junto o Real, o desemprego é recorde e a inflação retornou a níveis insuportáveis. Resultado: mais de 19 milhões passam fome no País. Eis o mito redentor que nos salvaria do PT.

AUXÍLIO BRASIL

Não dá, sob qualquer justificativa, para  ser contra o aumento do Bolsa Família, seja lá o nome que venha a ter . E 400 reais não resolve nada, ainda que ajude bastante, por mais contraditório que pareça ser. A questão é: por quem, como e quando será paga a conta? E aí retorno ao início deste texto: não era para sermos assim e para estarmos assim. Mas somos e estamos. E a conta, meus caros, será paga pelos mesmos de sempre: nós, os otários! Aliás, nunca paramos de pagá-la.
Sem dinheiro e sem qualquer planejamento para o futuro, o Brasil, leia-se, governo e políticos, simplesmente está explodindo o caixa e atirando para as cucuias a chamada responsabilidade fiscal, colocando anos de (quase) estabilidade, advinda do Plano Real, sob inédita ameaça. Jair Bolsonaro e Paulo Guedes estão realizando o trabalho que o PT sempre pregou, mas - até ele! - teve juízo e não praticou. E quando tentou, com Dilma, sabemos o que aconteceu.

QUEM GANHA

Bem, como já disse, siga o dinheiro! Políticos e governantes, em sua ampla maioria, mantêm seus ‘empregos’ e sua renda. Grandes e gigantes empresários, amigos ou não do poder, quando não ganham (como os exportadores e comerciantes de gêneros de primeira necessidade), ao menos não perdem muito. Banqueiros e mercado financeiro fazem e farão a festa, como sempre! Juros altos, inflação, câmbio descontrolado, busca por ativos seguros… é o paraíso na Terra.

Percebem, meus caros, o ciclo perverso em que nos mantemos? Os formuladores das leis e das políticas de governo não perdem. Os financiadores - diretos e indiretos, oficiais e ocultos - dessa gente, também não. Ao contrário. Via de regra, ganham. E muito! O grosso do eleitorado move-se pelo estômago, já que não tem outra alternativa, e mantém no poder aquele que lhe dá o pão (duro e velho), sem se dar conta de que foi quem lhe surrupiou quatro pães (fresquinhos). 

POR FIM E ENFIM

O restante dos eleitores, alimentados e estudados, divide-se, perdido em questões ideológicas e/ou meramente particulares, e descrentes e desinteressados. Ou seja, como afirmei lá no início, elites e povão misturam-se como feijão com arroz. O resultado é a espiral já minuciosamente descrita acima. E a solução, longe de estar próxima, parece, cada vez mais, eleição após eleição, inexistente. Quem me conhece, sabe que é assim que penso ‘desde sempre’. Infelizmente.

Bolsonaro e Guedes, após explodirem o país, agora fazem o mínimo para não nos levar a uma convulsão social e, claro, como de costume, de uma forma eleitoreira e porca. Lula, confortavelmente em liberdade, bem quentinho e alimentado com o dinheiro dos pobres, que jura defender, assiste a tudo, de camarote, e aplaude. No fim do dia, chova ou faça sol, ambos (Lula e Bolsonaro) vencerão, às custas de um país em frangalhos e de um povo cada vez mais pobre e desamparado.

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