![Decisão vai de encontro ao que queria o ministro Nunes Marques, que defendeu a liberação dos cultos e missas no país(foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF) Decisão vai de encontro ao que queria o ministro Nunes Marques, que defendeu a liberação dos cultos e missas no país(foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)](https://i.em.com.br/DNJU4jCOjg57frhrdjBfmVRy2bU=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/04/08/1255159/20210408191813388785e.jpg)
Em meio a quase 5 mil mortes diárias por COVID-19 e ao completo colapso do sistema hospitalar, seja público ou privado, permitir aglomerações de até quatro mil pessoas, como quer Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e seus “meninos de recado”, o Procurador-Geral da República Augusto Aras e o Advogado-Geral dos Evangélicos, digo da União, André Mendonça, é nada menos que atirar gasolina num incêndio de proporções continentais, e condenar mais dezenas de milhares de brasileiros à morte.
A defesa pela abertura dos templos, feita por Mendonça nesta quarta-feira passada, foi digna de filme pastelão mexicano. O AGU comportou-se como um pastor em pleno culto e desfilou sofismas e mentiras bem ao gosto do seu patrão Jair Bolsonaro.
Não por acaso ter sido duramente admoestado por Gilmar Mendes, ainda que este não seja um ministro que reúna os melhores atributos para tanto. Mas na falta de tu, vais tu mesmo, não é verdade?
Além da superlotação dos hospitais e da falta de leitos de UTI, estados como Minas Gerais, por exemplo, estão na iminência de não terem nem sequer sedativos para intubação.
Fosse o Brasil minimamente civilizado e o governo federal menos homicida, já estaríamos em pleno “lockdown” (verdadeiro, e não de mentirinha) faz tempo.
Mas, ao que parece, o Poder Público federal e outros ligados à bancada evangélica, acreditam que morrer já não é o suficiente; é necessário morrer sem atendimento ou mesmo sufocado, sem oxigênio.
Acertou a maioria dos ministros do STF, erraram os que erram feio – e sempre! –, e livrou-se, um pouco que seja, da morte, uma parcela dos brasileiros que, por fé e ignorância, iriam se expor ao coronavírus nos cultos presenciais, e também aqueles que iriam se contaminar, indiretamente, pelo comportamento suicida dos fiéis, incentivados por homens públicos não menos ignorantes e suicidas.