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Estado de Minas Comportamento

Lições de vida

O que precisamos é refazer nossos conceitos"


02/10/2022 04:00

Ilustração
(foto: Pixabay)

 
Na maioria das conversas sobre adoção de crianças, alguém sempre coloca o perigo da possibilidade de a criança apresentar problemas mentais, neurológicos ou de outro tipo considerados indesejáveis. Essa acaba sendo a desculpa de muitos para não fazê-lo, como se qualquer ser humano não adotado estivesse isento de nascer ou desenvolver problemas ao longo da vida.
 
Ainda não aprendemos a lidar com o que se considera anormalidade, apesar de vermos tantos exemplos de pais, casais ou solo, que nos ensinam muito através do amor e da dedicação com a qual criam seus filhos com "deficiência".
 
É o exemplo de uma assistente social que conheci que trabalhou anos em uma instituição de apoio a crianças com comprometimentos neurológicos que, em determinado momento, se identificou muito com uma delas. Órfã, a menina encontrou ali uma mãe que a acolheu durante mais de uma década com amor incondicional que certamente contribuiu muito para o crescimento das duas como pessoas.
 
Como consequência, a sociedade toda evolui, mesmo que a passos lentos, pois são elas que movimentam os demais através de campanhas e reivindicações por melhores condições de vida para aqueles que muitos preferem ignorar por não saber e não querer lidar com o desconforto.
 
Certa vez, ouvi o relato de uma mulher que foi mãe com mais de 40 anos e, que, temendo que o filho nascesse com alguma deficiência, optou por fazer inseminação artificial na Rússia, porque, segundo ela, lá eles são especialistas em escolher os "melhores" óvulos ou os mais seguros.
 
O que precisamos é refazer nossos conceitos. Não sou ingênua em pensar que natural e facilmente uma pessoa escolhe ter filhos que já trazem uma bagagem pesada, porém mais ingênua eu seria se não acreditasse que qualquer um de nós pode exigir atenção especial irreversível a qualquer momento.
 
Se encarássemos as possibilidades com naturalidade, estaríamos mais preparados para os desafios que a vida nos reserva e saberíamos tratar melhor aqueles que nos são diferentes. Não com indiferença e muito menos como uma excepcionalidade que rebai- xa. Se soubéssemos aproveitar as lições que a vida nos oferece, viveríamos com mais leveza e aproveitaríamos melhor a riqueza da diversidade.

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