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Estado de Minas Comportamento

Entre flores

"Somos capazes de ser destrutivos"


01/05/2022 11:00 - atualizado 01/05/2022 11:10

Hibisco
(foto: Pixabay)

 
Meu marido adora plantas. Tanto que os jardins das casas onde moramos nos últimos 28 anos praticamente pertencem a ele. É ele quem compra mudas, contrata o jardineiro, compra fertilizantes e tudo mais que seja necessário, além de fazer questão de colocar a mão na terra. Lá em casa é a ele quem tem o dedo verde.
 
Em toda e qualquer fazenda que visita, não vai embora sem antes negociar alguns sacos de esterco. Está sempre ganhando flores, arbustos e árvores que os amigos dispensam de seus jardins. No dele sempre cabe mais um.
 
No fim de semana passado, entrou em casa enfurecido determinado momento, trazendo em uma das mãos um galho de hibisco no qual chamava a atenção esplendorosa uma flor amarela. Cheguei a pensar que ele a teria colhido para fazer algum arranjo, mesmo achando que esse tipo de atitude não combina em nada com ele. E de fato eu me enganara.
 
Uma mulher que estava caminhando na trilha ao lado de nossa casa quebrou o galho do hibisco por ter ficado atraída pela beleza da flor.
 
– Minha senhora por que você fez isso? Fui eu quem plantou e não gostaria que ninguém apanhasse, argumentou indignado.
 
– Achei que pertencia ao condomínio, respondeu ela, enquanto rapidamente jogava os galhos no chão tentando se livrar do flagrante em que se metera.
 
Foi então que, desejando estender a vida da flor por mais alguns minutos, ele a colocou em um vaso sobre nossa mesa de jantar. Os pedaços dos galhos foram mantidos na água, na tentativa de criarem raízes e poderem ser plantados, enquanto a flor completamente murcha não nos deixava esquecer de nossa própria vulnerabilidade.
 
Imaginando a falta de graça que tomou conta da vizinha desconhecida, comecei a refletir sobre como somos capazes de ser destrutivos. Quando não resistimos ao que nos é atraente, na tentativa de retê-lo, acabamos aniquilando-o. Se não posso ter, melhor que ninguém o tenha. Onde está a lógica disso?

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