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Estado de Minas Comportamento

Quero ser criança

"Para rir não precisa de motivo"


27/03/2022 04:00

Ilustração
(foto: Pixabay)

 
A espontaneidade infantil me admira muito. As crianças conseguem ver graça em coisas que para nossos olhos adultos não passam de bobagens corriqueiras. São simples em seus desejos até que sejam envenenadas pelo mundo dos adultos.
 
Quer coisa mais sem graça que pegador de esconder, escorregador e balanço de parquinho de praça, bola de plástico? Como rir da careta feita pelo pai, das palhaçadas de um palhaço tolo que, convenhamos, já caiu de moda?
 
Por que criam expectativas mirabolantes diante da possibilidade de dormir na casa da madrinha, da coleguinha de escola, quando de fato vão apenas deitar e dormir, pois mortos de tanto pular o dia todo?
Pular por pular, não por saltar obstáculos ou buracos como fazemos qualquer um de nós o dia todo, simplesmente um movimento repetitivo de tirar os pés do chão normalmente concomitante a berros e gritos enquanto riem de quê? Normalmente, de nada. Para rir não precisa de motivo. Basta rir. Pra quê mais?
 
Chorar também vale por qualquer motivo ou coisa, para chamar a atenção, porque dói ou pode vir a doer. Não precisam pensar muito se o choro pode envergonhar, como fazem os adultos, que engolem as lágrimas, que acabam se alojando onde não devem e nos tornam literalmente fracos e oprimidos.
 
Estava eu aqui observando um pequeno grupo de crianças brincando como se não houvesse amanhã ou tudo mais que as cerca. Ignoram que alguém por trás de todas está segurando o tranco para que elas possam rir e chorar à vontade. O problema é que as demandas às quais nos entregamos de corpo e alma, principalmente alma, têm nos distanciado tanto da espontaneidade que nos tornamos brutos, cegos e mancos sem necessidade alguma.
 
Escolhemos muitas vezes vidas sem sentido, onde não há espaço nem para riso nem para choro, nem para pulos, muito menos descansos. E de pensar que daqui a pouco serão elas, essas crianças, que estarão na roda-vida que traçamos para elas. Que consigam escapar!

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