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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Dá para acreditar? ''Atrevimento'' de brasileiro salva noivado de europeu

"Vou contar um caso interessante que eu só acredito porque aconteceu comigo"


postado em 03/05/2020 04:00 / atualizado em 03/05/2020 07:36


Para fugir do monotema que tem tomado conta de nossas conversas, vou contar um caso interessante que poderia ser classificado como uma inacreditável coincidência, mas que eu particularmente acredito pelo simples fato de que aconteceu comigo.
 
No início dos anos 1990, eu e meu marido, recém-casados, decidimos fazer uma viagem à Europa por 30 dias. Juntamos o dinheiro, colocamos as mochilas nas costas e compramos bilhetes do Europass, que na época nos dava o direito de rodar de trem entre as fronteiras quantas vezes quiséssemos pagando uma única taxa.

Fizemos um roteiro de seis países, incluindo principalmente aqueles nos quais tínhamos amigos com os quais pudéssemos encontrar e compartilhar nossas experiências.

Em determinado momento, fomos para Londres, onde uma amiga desde os tempos de colégio estava morando havia quase dois anos. Ela fora com o intuito de aprender e apurar o inglês, mas acabou vivendo em meio a brasileiros e hispânicos, o que comprometeu e muito esse objetivo específico de sua empreitada. Para dificultar ainda mais o exercício da língua, o namorado que conhecera por lá era paulista.
 
Fomos, os dois casais, caminhando pelas ruas centrais de Londres, só me recordo de que era no entorno de Piccadilly Circus, região onde nossos anfitriões conheciam um restaurante bem típico de jovens estudantes, ou seja, barato e bom para nossos parâmetros.
 
Ao chegarmos no local, fomos encaminhados por uma moça a uma mesa compartilhada. Sentados e já se alimentando se encontrava um casal de ingleses, se não, com base no aspecto físico, europeu. O casal mal nos viu, ou, se nos viu, preferiu nos ignorar.
 
Porém, meu marido, observador nato, do tipo que consegue ver o que tem no chão, no céu e no ar ao mesmo tempo, interpelou-o pegando uma sacola de loja que estava no chão, entre ele e nossa desconhecida companheira de mesa. Claro que o casal deu um salto, principalmente porque foi surpreendido com o que meu marido fez. Ele enfiou a mão na sacola, retirou um pé de sapato que lá estava e perguntou em inglês. “É de vocês? ”
 
Mas ao ouvir o que ele disse em sequência, o casal entendeu o que estava ocorrendo. “É que eu vi o outro pé dele caído no canto de um passeio há três quadras daqui.” Custando a acreditar no atrevimento do brasileiro e na veracidade da história que ele contara, a mulher enfiou as mãos na sacola e percebeu que com ela havia apenas um dos pés.
 
Acreditando na fama de que inglês costumava não mexer naquilo que não lhe pertencia, meu marido refez o trajeto voltando cada passo junto ao casal e, claro, conversando e contando casos. Não fosse a perspicácia dele e uma bela dose de sorte, a inglesa teria perdido o calçado que acabara de ganhar do namorado no dia em que ele tinha preparado tudo para pedi-la em casamento. E os seis ganhamos uma bela história para contar, principalmente quando se deseja descontrair um ambiente e mudar o rumo da prosa.

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