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Estado de Minas COLUNA

À espera


09/05/2021 04:00 - atualizado 06/05/2021 12:35

"Nesta pandemia, que nunca vai embora, sabemos que o coração de mãe bate o dia inteiro pelos filhos, ora pausadamente, com a alma em calma, ora acelerado, nos momentos difíceis"


Além de ser a primeira mulher a viver no Éden e a primeira mãe do mundo, segundo o Gênesis, aqui não entendido como um livro de História, mas como palavra inspirada de Deus, Eva foi a primeira pessoa a passar pelo tempo de espera, durante a gestação do primogênito Caim. Também esperou 40 dias o patriarca Noé, enquanto as águas subiam tanto que a arca flutuava elevada acima da terra, deixando-o junto com sua família e um casal de cada espécie de animal ilhados no dilúvio. Noé acreditava que seria recriado um outro mundo, que eles mereceriam um novo arco-íris, que um dia a arca pousaria sobre os montes e que em uma tardinha qualquer a pomba voltaria com um ramo de oliveira no bico.

Ao sair de Ur dos Caldeus, a pedido do Senhor, quanto tempo Abraão esperou até que fossem cumpridas as promessas de Deus de que “tu serás pai de uma multidão de nações”, “olha para o céu e conta as estrelas se fores capaz”, “assim será tua descendência”. E porque sabia esperar e acreditava, muitas vezes Deus visitou Abraão e por isso morreu numa “feliz velhice”.

Para receber do Senhor as tábuas de pedra com os dez mandamentos, Moisés ficou no Sinai quarenta dias e quarenta noites sem comer pão nem beber água, sem nenhuma pessoa por perto, nem mesmo ovelhas ou bois pastando na montanha. E passou 40 anos conduzindo seu povo do Egito para uma terra boa e espaçosa. Esperaram pelo tempo que foi necessário.

E com tantas esperanças no Antigo Testamento, começamos o Novo Testamento abençoando a espera de Isabel por João Batista, vindo logo a seguir o grande acontecimento que mudou a história da humanidade acontecido em um uma simples gruta, com choro de criança dentro de uma manjedoura. Já hoje, neste Dia das Mães, enquanto as brasileiras procuram ter um dia mais alegre do que no ano passado, a igreja reverencia também as mães santas que passaram pela alegria de ter filhos no delicado tempo do esperar.

Proclamada padroeira das mães, Santa Mônica rezava constantemente e oferecia sacrifícios por sua família até conseguir ver a conversão do marido Patrício e do filho Agostinho. Durante 19 anos, Santa Mônica ia ao sacrário três vezes por dia pedir a Deus que o filho se tornasse “um cristão”. Neste maio, não é à toa, então, que Santa Mônica não é só uma mãe tão abençoada como tem o filho como um dos santos mais amados do mundo.
 
Já a dona de casa e mãe de família Rita de Cássia enfrentou intensas dificuldades na vida. Tinha um marido violento que acabou sendo assassinado e enfrentou a dor de ver os filhos traçarem planos para matar o assassino. Pela força da oração, conseguiu que os filhos desistissem de vingar o pai. Viúva, lutou muito para entrar para o convento das irmãs Agostianianas de Cássia, que não aceitava mulheres nessas condições. Sua imagem é ornada pela alegria das flores, que simbolizam a roseira que ela plantou no convento e que dava rosas em pleno inverno em Cássia, na Itália.

Outra mãe que se tornou santa foi a mãe do imperador romano Constantino, que concedeu a liberdade aos cristãos depois de três séculos de perseguição. Convertida ao cristianismo, santa Helena tornou-se muito devota e apesar de ser mãe do imperador vestia-se com simplicidade, ficava junto aos pobres e passava horas rezando no templo. Na Terra Santa construiu três templos: um no calvário, outro no Monte das Oliveiras e o terceiro em Belém.

Nesta pandemia, que nunca vai embora, sabemos que o coração de mãe bate o dia inteiro pelos filhos, ora pausadamente, com a alma em calma, ora acelerado, nos momentos difíceis. Desde o Antigo Testamento sabemos que a vida é feita de esperas. Esperando o filho, esperando o bebê crescer, esperando o adolescente virar adulto, esperando o vestibular, esperando o casamento, esperando o aumento, esperando a aurora, esperando a lua clarear a noite. Esperando, esperando. Que a água degele, que a brisa substitua o vento, que sejamos fortes e resistentes para retomar, reformar, moldar e amadurecer a fé de cada santo dia. Esperando a semente virar flor.

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