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Por amor

Afinal, por que trabalhamos? Como é o nosso trabalho? O que pretendemos (ou buscamos) com nossa atividade?%u2019


postado em 16/02/2020 04:00

(foto: Wilfried Pohnke/Pixabay)
(foto: Wilfried Pohnke/Pixabay)

 
Hoje, ao cair da noite, começa a “síndrome do domingo” para muita gente. Aquele suspiro que a pessoa dá quando se lembra de que amanhã é dia de trabalhar, fim do descanso. Síndrome antiga, que se acentuou quando um programa dominical de TV punha no ar a música de encerramento. O domingo acabou.
 
Mas, por que o desgosto, o enfado? Trabalhar é ruim assim? Troquemos o foco da pergunta: por que o homem trabalha?. Alguns dirão: para se sustentar e à família. Outros responderão que para fazer o mundo melhor. Outros vão achar que é por prazer, por se sentir bem desenvolvendo suas habilidades.
Por exemplo, um gênio que aos 2 anos já se assentava no colo da irmã para brincar com os dedos no piano e que aos 6 se apresentava em um recital, e que com o passar dos anos se tornou um dos maiores pianistas do mundo. Nelson Freire, que tem uma rotina pesada de ensaios e enfrenta horas em aeroportos e aviões, toca por quê? Ayrton Senna corria em alta velocidade pelas pistas por quê? Nesses casos, parece fácil responder: pelo talento, um irresistível talento, como uma marca de nascença, um selo colado na alma. Nasceu para ser pianista. Nasceu para ser piloto de corridas.
 
A vocação é uma das maiores ferramentas que fazem o homem trabalhar. Minha vocação para o sacerdócio também nasceu cedo. Com 6 anos já ajudava na igreja. Meu serviço para Deus nunca foi dúvida em minha vida.  Outros dirão que descobriram o que queriam quando estavam no primário, ou durante uma viagem, e muitos afirmarão que passaram pelo vestibular sem ter ideia do que desejavam, outros trocaram de faculdade durante o curso. Desde pequeno começam as perguntas: o que vai ser quando crescer?. Ou seja: em que você vai trabalhar?.
 
Estuda-se muito para se conseguir o diploma. Há os que não gostam de estudar e seguem por iniciativa própria, alguns são autodidatas, prestadores de serviço. O ser humano passa boa parte da vida se preparando para o que vai fazer e depois anos exercendo a profissão. Para muitos chegarem no domingo reclamando de que a segunda vai começar.
 
Afinal, por que trabalhamos? Como é o nosso trabalho? O que pretendemos (ou buscamos) com nossa atividade? Cada pessoa tem um dom e um jeito único de impactar o mundo. Há coisas que só você sabe fazer e deixarão de ser feitas se você não fizer. Deus nos deu talentos para servirmos os outros. Assim, com o trabalho o cristão pode santificar o mundo, o que já seria a resposta perfeita para tantas indagações. Santificar o mundo, sinônimo de fazer tudo por amor.
 
Preocupar-se em fazer bem feito, no entanto, não pode significar que o resultado será bom, mas sim que se tentou fazer do melhor modo, usou de todos os jeitos disponíveis, deu o máximo de si. Quantas vezes a profissão não corresponde à vocação, o objetivo é ganhar dinheiro. A pessoa se esquece de que recebeu de Deus bens, dons, talentos, potencialidades, e também a vocação, que é o chamado para fazer aquilo da melhor forma possível.
 
O fim último deve ser o de se fazer presente na vida de alguém. Ninguém é médico para si mesmo, não sou sacerdote para mim mesmo. O advogado é advogado para alguém, o gari é gari para a cidade, o mecânico é mecânico para os motoristas. Tudo que realizamos é para alguém. Nossa vocação é para o outro e isso exige renúncia e empenho e não dá preguiça de enfrentar a segunda-feira.
 
Jesus trabalhou muito. Andava a pé pelos caminhos, não tinha onde dormir, nem tempo para comer, trabalhava até nos santos sábados dos fariseus. “Meu pai trabalha e eu também trabalho”, Ele disse. Cristo trabalhava não só pelas obras do Reino dos Céus, como deve ter aprendido muito sobre trabalho com o pai terreno. O bom José tinha a oficina como as outras existentes na Palestina, nela realizava coisas próprias de um artesão, como fabricar um armário, usar a plaina em uma porta. Deve ter ensinado coisas humanas ao filho, como a habilidade na carpintaria, o valor do trabalho.
 
Para um cristão, trabalhar, antes de cumprir uma obrigação, é amar. É o amor que torna grandes todas as tarefas. É o amor ao trabalho que faz a segunda-feira ser apenas uma segunda-feira.

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