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Estado de Minas MINA$ EM FOCO

Inflação deve ganhar força nas festas de fim de ano e vai punir os pobres

Tradicional alta do custo de vida no último trimestre, agora, se une ao relaxamento da quarentena e aos planos para as reuniões de Natal e Ano-novo


24/09/2021 04:00 - atualizado 24/09/2021 08:07

IPCR subiu 10,5% nos últimos 12 meses até a segunda semanda de setembro, pressionado por alimentos, energia e gasolina
IPCR subiu 10,5% nos últimos 12 meses até a segunda semanda de setembro, pressionado por alimentos, energia e gasolina (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 21/6/21 )
A inflação chegou aos dois dígitos em Belo Horizonte, sacrificando as famílias de menor renda, as mais prejudicadas pelos aumentos dos preços da comida, energia elétrica e gasolina.

O Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), retrato dos gastos da população da capital com renda entre um e cinco salários mínimos, atingiu 10,5% nos últimos 12 meses terminados na segunda semana de setembro, segundo a Fundação Ipead, vinculada à UFMG.

Para quem duvidava do fôlego do IPCR, há seis anos BH não via taxa tão alta e superior, no mesmo período, às variações impostas pela recessão de 2015 (9,45%) e 2016 (9,77%).

Nada indica reversão. Diferentemente disso, a tradicional elevação do custo de vida no último trimestre do ano, agora, se une ao relaxamento da quarentena e aos planos ávidos pelas reuniões de Natal e ano-novo, depois do jejum de 2020.

A despeito da perda do poder de compra dos salários e do desemprego alto, o apelo da data e o cansaço do consumidor com a crise sanitária tendem a acentuar novas pressões sobre o bolso.

O índice que mede as despesas dos mais pobres superou o IPCA, também apurado pela Fundação Ipead para as famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos, que subiu 9,47% em um ano até a segunda semana de setembro.

Entre os alimentos, os preços continuam a subir comandados pelas carnes de boi, que encareceram 25% em um ano até a segunda semana deste mês, e as aves, que deixaram de ser alternativa, ficaram 35% mais caras, de acordo com o IPCR

O arroz surpreendeu com deflação de 12% em 2021, mas incapaz de compensar a alta acumulada em 12 meses, ainda de 11%. São reajustes difíceis de justificar e driblar, tendo em vista que o grupo de despesas com alimentos representa 22% da inflação das famílias de menor poder aquisitivo.

Gasto também pesado, a energia elétrica responde por 5,34% da inflação dos pobres. Neste ano, o insumo foi reajustado em 16,63% nos últimos 12 meses até a segunda semana de setembro.

Com dupla influência, no tanque do carro e no escoamento da produção de alimentos, a gasolina, entre 232 itens que compõem o IPCR da Fundação Ipead, responde por 4% do índice.

Mais repasses aos preços devem ser inevitáveis. Para o gerente de Pesquisas da fundação mineira, Eduardo Antunes, as famílias não têm outra saída que não seja tentar economizar e assumir o efetivo controle do orçamento.

“Em tempos normais, o fim de ano pressiona a inflação. Agora, os reencontros já serão um estopim para os preços, assim como as viagens. Afinal, há fronteiras sendo abertas em vários países”, afirma.

Antunes lembra ainda os distúrbios provocados na inflação sempre que o país vive crise política e cenário de eleições, que tem sido antecipado pelo próprio presidente da República neste ano.

Do ponto de vista dos efeitos da pandemia de COVID-19, o especialista enfatiza que o coronavírus ditou as condições da produção em 2020, estabelecendo um clima de incertezas refletido na oferta e nos preços das mercadorias. Esse ajuste ainda terá de ocorrer.

Embora utilizando sinais trocados, o governo deixa claro que a população vai continuar sofrendo com a alta de preços por longo tempo, uma vez que a Aneel criou bandeira tarifária 49,6% mais cara que o patamar 2 da bandeira vermelha na conta de energia. A medida se estenderá até abril de 2022.

À mesa não será outro o desafio. Além da dificuldade de perceber quedas de preços de alimentos essenciais, a dona de casa verifica que o recuo não significa, necessariamente, produto barato nas prateleiras.

Exprimente encontrar um pacote de 5 quilos de arroz por menos de R$ 20. De outro lado, as altas se espalham de novo, sacrificando os mais pobres.

Se o governo entende que essa população não deva ser atendida com ações que reduzam o impacto da inflação, e condições dignas de renda e emprego, pelo menos deveria tratá-la como parcela essencial de um mercado de consumo forte que todo país desenvolvido tem.

Menos café

Má notícia para o consumidor de café em Minas Gerais. A queda esperada da safra do grão no estado deverá alcançar 38,2% neste ano, de acordo com o 3º Levantamento de Safra, divulgado pela Conab. A pesquisa indica produção de 21,4 milhões de sacas. Com 95% da colheita já encerrada, a maior redução foi registrada no Sul de Minas e na Zona da Mata.


No pódio

R$ 47,6 bilhões - Foi o valor bruto da produção dos itens da agricultura do estado em 2020, excluídos pecuária, silvicultura e extração vegetal


Destaque

Minas é o quarto produtor, entre os maiores valores brutos da produção (VBP) agrícola no país, depois de Mato Grosso, São Paulo e Paraná. É também o estado com maior diversidade de mercadorias, empatado com os paulistas. Os cinco municípios com mais faturamento obtido da cultura do café no Brasil são de Minas: Patrocínio, Campos Gerais, Três Pontas, Manhuaçu e Ibiraci.
 

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