(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas MINA$ EM FOCO

Turismo e inflação: quanto custa entrar no ritmo do carnaval

Opções dos foliões para cair na folia, tendo em vista a festa de Momo, a inflação e o turismo


postado em 21/02/2020 04:00 / atualizado em 21/02/2020 08:30

A inflação do carnaval alcança 4,2% no país, medida pela pesquisa de preços do IPCA-15, prévia do indicador oficial de inflação do governo (foto: Tulio Santos/EM/D.A PRESS)
A inflação do carnaval alcança 4,2% no país, medida pela pesquisa de preços do IPCA-15, prévia do indicador oficial de inflação do governo (foto: Tulio Santos/EM/D.A PRESS)

Atrás dos cortejos dos blocos no carnaval livre de abadás em Belo Horizonte, os foliões se descuidam do orçamento e as contas surpreendem. Quanto custa entrar no ritmo de uma folia justa, claro, e que movimenta parte importante da engrenagem da economia? Para as empresas do setor de turismo brasileiro, a festa é como o Natal do comércio.

Se a opção do folião for cair na brincadeira vestindo uma das fantasias da moda, a das empregadas domésticas criticadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pode ser necessário desembolsar mais de R$ 240. Talvez o melhor seja escolher entre as concorridas máscaras do próprio ministro ou do seu colega da Justiça, Sergio Moro, ao custo bem mais baixo, de R$ 15.

A bebida também, muitas vezes, já sai de casa na companhia daquele folião precavido e disposto a proteger um pouco mais o bolso durante a festa. No pré-carnaval da semana, circularam informações de que as tabelas de preços de uma campeã dos desfiles de rua, a cerveja, já foram remarcadas pela indústria e os patrocinadores. Nesse cordão de aumentos, outros produtos e serviços se juntaram.

A inflação do carnaval alcança 4,2% no país, medida pela pesquisa de preços do IPCA-15, prévia do indicador oficial de inflação do governo. Na Grande BH, portanto, superou o custo de vida, que foi de 3,92%. Os percentuais foram estimados num estudo da CNC, a confederação do comércio, do setor de serviços e turismo, sobre o comportamento nos últimos 12 meses até janeiro de uma cesta contendo 33 itens que têm tudo a ver com a festa.

É bom listar os vilões da despesa para não ser pego de surpresa neste carnaval, que, na capital mineira, deverá levar às ruas mais de 450 blocos e 520 cortejos. Todos cuidado é pouco com os churrasquinhos.

Na média nacional, os reajustes das carnes exageraram, com variações de 25,6% do contrafilé; 25% do filé mignon e 19,8% dos cortes de porco. O frango encareceu 13,1%. A cerveja, por sua vez, está 2,9% mais cara, quando no ano passado havia mostrado queda de preços de 1,6%. Não se pode deixar de hidratar o corpo, mas observe os preços antes da compra. Houve remarcações de 4,6% até o mês passado nas tabelas de refrigerantes e água mineral.

Ainda assim, a boa notícia é que a inflação do carnaval cedeu nos últimos anos da crise da economia brasileira. Autor do estudo da CNC, o economista Fábio Bentes observa que a variação média da cesta típica de gastos dos carnavalescos foi a menor dos últimos 13 anos. “Em todo evento sazonal, há oscilações de preços, como se vê no Natal e no Dia das Mães. À exceção das carnes, não tem havido muito espaço para repasse de preços”, diz Bentes.

Fato é que a expectativa de receita do comércio e dos prestadores de serviços de turismo e entretenimento nos feriados do carnaval é otimista e pressupõe uma descompressão do orçamento dos brasileiros. As empresas esperam que o principal evento do calendário do turismo no Brasil injete R$ 7,99 bilhões no mercado dessas atividades, com avanço de 1% em relação ao carnaval do ano passado, descontada a inflação.

A festa mineira poderá girar quase R$ 810 milhões, ficando na quarta posição no ranking dos estados, liderado, como se esperava, pelo Rio de Janeiro, com previsão de receita de R$ 2,679 bilhões. A indústria da alimentação puxa o carro-chefe da folia, esperando levar R$ 4,8 bilhões, seguida pelas empresas de transporte de passageiros rodoviário, aéreo e de locação de veículos, com perspectiva de ganhar R$ 1,3 bilhão, e os serviços de hospedagem em hotéis e pousadas, ávidos por R$ 861,3 bilhões.

O poder do carnaval se estende ao campo do emprego temporário e nenhum país poderia abrir mão disso, diante de um universo de 12,6 milhões de desempregados. Nos próximos dias até quarta-feira de cinzas, o setor do turismo poderá manter 25.400 postos de trabalho. Se confirmado esse potencial, será a maior contratação desde 2014. Contudo, a alegria dura pouco, porque a taxa de efetivação dessa mão de obra é bem modesta.


SALÁRIOS R$ 3.032,90 é a estimativa do melhor salário a ser pago pelas empresas de turismo durante o carnaval; neste caso, o vencimento de gerentes


IMPACTO


Com seu poder de movimentar a economia, o carnaval está incluído no calendário de eventos mais importantes para o comércio e o setor de serviços, sobretudo da área de entretenimento. Segundo as estimativas da CNC, a festa pagã perde para o Natal, considerada a maior data de faturamento no país, e para o Dia das Mães. Nesse ranking, disputaria o quarto lugar com o Dia dos Pais.



HÁ VAGAS

Entre as 10 profissões com maior oferta de oportunidades nos serviços turísticos durante o carnaval estão aquelas próprias dos segmentos de alimentação fora do domicílio, transportes e hospedagem. Garçons, barmen, copeiros e sommeliers encabeçam a demanda, seguidos de cozinheiros, trabalhadores auxiliares na alimentação, motoristas e auxiliares administrativos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)