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Estado de Minas MINA$ EM FOCO

Crise do petróleo e gasolina mais cara abrem caminho para o etanol

Com a promessa de safra recorde da cana em Minas, o combustível renovável surge na condição de vencedor da mais recente crise envolvendo o petróleo no Golfo Pérsico, e se fortalece para ganhar mercado


postado em 20/09/2019 04:00 / atualizado em 20/09/2019 07:57

Indústria sucroenergética trabalha com projeção de moer, neste ano, maior safra de cana da história do setor em Minas (foto: Siamig/Divulgação 5/5/17 )
Indústria sucroenergética trabalha com projeção de moer, neste ano, maior safra de cana da história do setor em Minas (foto: Siamig/Divulgação 5/5/17 )

A gasolina mais cara nas refinarias desde ontem não serviu apenas de vergonhoso desmentido à própria Petrobras, –  em 24 horas, a companhia negou que faria o reajuste imediato dos preços para depois anunciar a correção – como também deixou livre seu concorrente etanol. Com a promessa de safra recorde da cana-de-açúcar em Minas Gerais, o combustível renovável surge na condição de vencedor da mais recente crise envolvendo o petróleo no Golfo Pérsico, se fortalece para ganhar mercado e buscar melhor remuneração para as usinas.

Como a concorrência entre empresas ou setores não tem sido sinônimo de ganho para o consumidor brasileiro, ao motorista restará fazer os contas e recusar aumentos abusivos nos postos. O etanol já vem colhendo vantagens sobre a gasolina, vendido numa relação de 62% do preço do combustível fóssil, e tem demanda crescente, hoje atendida pela produção.

O que a oportunidade aberta agora pelo aumento dos preços da gasolina traz de novo é o cenário de conspirações a favor do etanol. Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), lembra que o consumo do etanol hidratado subiu fartos 69% em 2018, tendo atingindo 2,5 bilhões de litros no estado, e acumulou outro percentual impressionante de 52% de avanço no primeiro semestre do ano.

“Temos um mercado equilibrado do ponto de vista da produção e do consumo, inclusive Minas é um dos poucos estados com essa característica. Agora temos oportunidade sim de ampliar o mercado e melhorar os preços”, afirma. A indústria mineira trabalha com a previsão de ofertar, ao todo, 3,4 bilhões de litros de etanol, a partir da moagem de 66,5 milhões de toneladas de cana, maior safra da história do setor.

A tendência favorável da oferta segue em 2020. “A nova safra virá com mais produto. Teremos a reativação de unidades no Triângulo Mineiro (usinas Canápolis, do grupo CMA; e Capinópolis, do grupo CRV). O RenovaBio (programa criado para estimular o uso de biocombustíveis) entra em janeiro e há expectativa de que seja um impulsionador do etanol”, afirma Campos. Ele estima que o consumidor em Minas teria economizado, ao abastecer com etanol nos últimos 18 meses, em lugar da gasolina, cerca de R$ 1 bilhão.

A Siamig reivindica ainda um mérito do combustível verde.  Considerando-se a data de lançamento dos carros flex no Brasil, em 2003, o uso do etanol levou à redução das emissões de gases do efeito estufa da ordem de 535 milhões de toneladas de CO2 equivalentes. Significa que não fosse o produto e sua competitividade, teria sido necessário plantar em torno de 4 bilhões de árvores e mantê-las por 20 anos, para chegar a esse resultado de corte de emissões.

No que interessa ao bolso do motorista, ainda é cedo para prever os níveis dos preços nas bombas, seja do etanol, seja da gasolina. O reajuste anunciado pela Petrobras três dias após o ataque às instalações de processamento de petróleo na Arábia Saudita foram de 3,5% para o litro da gasolina e 4,2% no caso do diesel, indicando que a gasolina encareceu R$ 0,0596, em média, nas refinarias; e o diesel ficou R$ 0,0916 mais caro. Na regra de livre mercado, o repasse para o motorista vai depender dos distribuidores e dos postos revendedores, como sempre.

Quanto ao etanol, a tendência também será de alta dos preços para o produtor nos próximos meses, que consistem no último terço da safra da cana e uma vez considerado o mesmo cenário que gravita em torno do petróleo, como avalia o presidente da Siamig. A crise na Arábia Saudita é geopolítica e vem acompanhada de tensões diárias, as quais tendem a influenciar o mercado brasileiro e ganhar dimensão, ainda, com movimentos especulativos.

Difícil é imaginar alguma força semelhante àquela da economia global e à especulação capaz de influenciar preços de produtos e serviços distantes muitos milhares de quilômetros. A despeito disso, Mário Campos destaca que a indústria sucroenergética vendeu boa parte da safra a preços com relação de 60% frente a gasolina. Dessa paridade, considerada ideal quando estiver abaixo de 70% do preço do litro do combustível fóssil, o setor depende para assegurar a economia no abastecimento do tanque com o etanol.

ESTRELA


3,5 milhões de toneladas
É o aumento esperado da safra 2019 da cana-de- açúcar em Minas Gerais, representando elevação de 5,5% frente ao ano passado
 

Petróleo na gangorra

Depois da alta de quase 15% na segunda-feira, os preços do petróleo recuaram, mas não se pode esquecer que continuam mais altos na comparação com agosto. Os contratos do Brent (referência internacional) para novembro chegaram a cair 6,47% em Londres, a US$ 64,55 o barril. Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), os futuros do WTI para o mês que vem caíram 5,65%, a US$ 59,34 o barril.


Cafezinho

A Nespresso relançou a edição limitada 'Cafezinho do Brasil', com mistura de grãos arábicas do cerrado mineiro e do Espírito Santo. A receita traz como realce o sabor adocicado bourbon de Carmo de Minas e de Poços de Caldas. Segundo a empresa, a inspiração para o lançamento veio da cultura cafeeira das regiões montanhosas de Minas e de terras capixabas, com intensidade e textura aveludada, notas herbais e toque torrado. 
 

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