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Estado de Minas ECONOMIA

Pelo terceiro ano o BC não cumprirá a meta de inflação. Mas e daí?

Com a meta deste ano já praticamente inatingível a manutenção das taxas de juros miram atingir o objetivo, ainda que no limite superior, em 2024


07/04/2023 08:45 - atualizado 10/04/2023 21:55

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto praticamente descartou cumprimento da meta de inflação este ano
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto praticamente descartou cumprimento da meta de inflação este ano (foto: Sérgio Lima/AFP - 5/10/21)

Na disputa entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em torno das taxas de juros foi o próprio chefe da autoridade monetária quem forneceu munição para o governo. Questionado sobre as novas regras fiscais, ele acabou tendo que falar de taxas de juros na coletiva convocada para apresentar o relatório de inflação. Em certo momento, Campos Neto revelou que estudos mostram que a taxa de juros ideal para trazer a inflação ao centro da meta ainda este ano seriam hoje da ordem de inimagináveis 26%. Esse patamar de juros com a inflação projetada para 12 meses representaria uma taxa de juro real da ordem de 20%, o suficiente para zerar os investimentos e mergulhar a economia em uma recessão. O que era para ser um alerta vira um endosso para as reclamações do presidente Lula em relação às taxas de juros.

Com o comentário, o presidente do Banco Central praticamente descartou qualquer possibilidade de cumprimento da meta inflacionária de 3,25% com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou um limite entre 1,75% e 4,75%, neste ano. A projeção do mercado financeiro para a inflação deste ano está em 5,95%, acima do teto da meta. Isso signfica que há grande probabilidade de que, pelo terceiro ano consecutivo Campos Neto não consiga cumprir a meta de inflação. Na quarta-feira, o responsável por conduzir a autoridade monetária voltou a descartar uma mudança na taxa básica de juros no curto prazo. Campos Neto avaliou positivamente o ajuste fiscal proposto pelo governo, mas lembrou que não há uma relação automática entre a proposta e a redução das taxas de juros.

No governo, ministros descartam mudança na meta de inflação, mas quase sempre se referem ao patamar estabelecido para este ano. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que uma possível mudança na meta para a inflação este ano não está em discussão no governo. Para este ano a mudança na meta não teria nenhum efeito e ainda abalaria a confiança do mercado financeiro. Mas o que estará em questão são as metas para 2024 e 2025, fixadas em 3% para os dois anos também com 1,5 ponto de referência de tolerância. Com a meta deste ano já praticamente inatingível, a manutenção das taxas de juros miram atingir o objetivo, ainda que no limite superior, em 2024.

Em outras palavras, o Banco Central não lida mais com as expectativas do mercado financeiro em relação a 2023, mas sim em relação ao ano que vem. Portanto, uma mudança da meta de inflação para 2024 e 2025 permitiria uma acomodação das expectativas futuras. No mercado financeiro a mudança já é assimilada. Há quem advoque que ela seja feita com cautela para não precipitar uma piora nas expectativas e consequentemente no cenário econômico. Mas há quem avalie que quanto antes o governo decidir melhor para os negócios. No início do ano, o executivo de um dos principais bancos do país disse com todas as letras: “O que tiver que ser feito, que seja feito rápido”.

Nas duas primeiras reuniões que fez este ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN), colegiado que define os parâmetros para o controle da inflação, não houve discussão sobre a meta de inflação. Mas até o meio do ano, o CMN terá que definir a meta inflacionária para 2026. Nesse momento a discussão sobre o estabelecimento de parâmetros de inflação que possam ser atingidos deve ganhar força, porque a persistência do juros básicos a 13,75% ao ano, com juros reais na faixa de 7%, para uma taxa de equilíbrio na economia brasileira entre 4% e 5% de taxa real, mostra ser ineficiente.

A bola agora está com o governo, que encaminha na semana que vem o projeto da nova regra fiscal ao Congresso, assim como deve anunciar medidas para elevar a arrecadação. Mas em breve a discussão sobre metas de inflação factíveis voltará com força. Manter a taxa de juros elevada para se perseguir uma meta de inflação que não será alcançada pela política monetária não se justifica, principalmente quando o resultado do arrocho pode ser mais desemprego, endividamento e empresas em dificuldades. É nesse ponto que o presidente Lula sustenta as críticas feitas ontem às metas de inflação.

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