![Corte de impostos reduziu preços dos combustíveis e deve gerar deflação este mês. Mas efeito será temporário(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 7/7/22) Moto sendo abastecida em posto de combustíveis](https://i.em.com.br/cuT6gCzSXzo1lTpPCrxladYxTmA=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2022/07/21/1381558/moto-sendo-abastecida-em-posto-de-combustiveis_1_51187.jpg)
Mas independentemente de quem vença a corrida presidencial, o primeiro ano do novo governo será um grande desafio econômico, com gastos e juros elevados, inflação em alta e baixo crescimento econômico. Sem contar os danos que uma recessão nos Estados Unidos e na Europa pode provocar nas exportações brasileiras.
A previsão da Lei Orçamentária é de que o país feche o primeiro ano do governo eleito em 2022 com um rombo de R$ 62 bilhões, mas o pacote de medidas com viés eleitoral adotadas pelo presidente para reforçar sua corrida pela reeleição devem ter um custo de mais de R$ 80 bilhões.
Embora o impacto de curto prazo das medidas do governo levem ao registro de deflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a uma elevação do Produto Interno Bruto (PIB) com o aumento de gastos, elas não promovem nenhuma mudança estrutural e terão curta duração.
“A expectativa é de piora nos dados dos principais para o ano que vem” acrescenta Duarte. A perspectiva é de que neste ano, a inflação, mesmo com o efeito do corte de impostos fique em 7,5%, rompendo a meta inflacionário e gerando um efeito sobre o IPCA em 2023, que o mercado prevê em 5,20%, o que representará, pelo terceiro ano seguido o rompimento do teto da meta para a inflação. Com isso, a perspectiva é de que os juros sigam elevados até o terceiro trimestre do próximo ano. Mais juros, menos crescimento. A previsão é de que o PIB avance 0,5% no ano que vem, contra uma estimativa de 1,75% este ano.
O economista da Valor Investimentos lembra ainda que o cenário global é de menos liquidez, o que vai exigir que o Brasil tenha um maior rigor com os gastos públicos, ou uma elevação maior dos juros para atrair capital para financiar a dívida pública, que deve passar de R$ 6 trilhões neste ano. Os juros mais altos podem conter o dólar, que ontem fechou a R$ 5,461 e dificilmente chegará ao fim do ano abaixo de R$ 5. A previsão do mercado financeiro é que ele chegue a R$ 5,13 no fim do ano.