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Estado de Minas BRA$IL EM FOCO

Governo represa reajustes para domar a inflação, que pode escapar

O represamento dos preços sem o equacionamento das condicionantes que geram essa variação no valor de produtos e serviços está fadado a ter um efeito temporário


09/06/2022 04:00 - atualizado 09/06/2022 08:47

Gráfico mostra curva para cima
(foto: Pixabay)

 

O represamento de preços administrados para conter a inflação está no centro da estratégia do governo federal para segurar os reajustes de preços, com tamanha intervenção na economia fazendo arrepiar os liberais. E não há como negar que isso esteja ocorrendo. Ha praticamente três meses a Petrobras não reajusta os preços dos combustíveis nas refinarias, mesmo com a defasagem da gasolina em relação ao mercado internacional oscilando entre 15% e 20% e com a política de preços com base no Preço de Paridade de Importação em vigência.

O mesmo ocorre com as tarifas de energia elétrica, mais especificamente a da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou ontem pela segunda vez a divulgação do índice de aumento da concessionária mineira de energia, que deveria ter entrado em vigor em 28 de maio.

 

A justificativa é simples, depois de dois anos sem aumento, a tarifa da Cemig vai seguir o padrão usado até agora nos aumentos autorizados pela Aneel este ano, que para consumidores residenciais variam de 7% a 24%, sendo que a maioria dos reajustes ficou acima e 15%.

A Aneel espera anunciar o reajuste da Cemig depois da privatização da Eletrobras, que deve gerar R$ 5 bilhões para amortizar as contas de energia e o projeto que autoriza o uso de R$ 1 bilhão em impostos recolhidos por clientes do setor elétrico indevidamente para diminuir o aumento nas contas dos consumidores. O patamar de reajuste autorizado até agora leva em conta os gastos com o acionamento de 100% das usinas térmicas no ano passado para evitar um apagão.

 

O represamento dos preços sem o equacionamento das condicionantes que geram essa variação no valor de produtos e serviços está fadado a ter um efeito temporário, resultando em aumentos muito maiores no futuro. Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, que deve ficar entre 0,5% e 1%, como indica a prévia medida pelo IPCA-15, que ficou em 0,59%, contra 1,73% em abril e 0,83% em maio do ano passado.

Mas, mesmo desacelerando, a inflação em 12 meses permanece acima de 10% e, mais do que isso, há uma dispersão dos reajustes superior a 75%, o que significa que três quartos dos setores registram aumento de preços a cada mês, gerando pressão inflacionária em praticamente toda a economia.

 

O risco é que, ao empurrar reajustes para depois das eleições, no caso dos combustíveis, o governo comprometa o cumprimento da meta de inflação no ano que vem, empurrando o indicador para um patamar acima do teto previsto pelo terceiro ano consecutivo. Pelo Boletim Focus divulgado esta semana, o mercado financeiro elevou a previsão de inflação deste ano para 8,89% e a de 2023 para 4,39%, contra um teto da meta este ano em 5% e em 4,25% em 2023. Isso mostra que a inflação vai estourar a meta este ano e está perto de superar a do ano que vem. Para evitar que isso ocorra, o Banco Central só tem uma alternativa: elevar a taxa básica de juros na reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) na semana que vem.

 

A taxa básica de juros Selic está hoje em 12,75% ao ano e deve ser elevada para 13,25% com um aumento de 0,5 ponto percentual, embora existam analistas que apostem em uma alta de um ponto percentual, com a Selic chegando a 13,75%, o que elevará a taxa de juros real da economia brasileira, influenciada também pelo inicio da desaceleração da inflação. Mais juros, menos crescimento. É o que esperam instituições internacionais que analisam as perspetivas para a economia brasileira este ano. Ontem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu a projeção do PIB do Brasil este ano de 1,4% para 0,6%.

Debêntures

R$ 32,7 bilhões

Foi o valor das ofertas de debêntures por empresas brasileiras em maio, segundo balanço da Anbima divulgado ontem

Construção

A Construtech ABC da Construção acaba de concluir investimentos de R$ 50 milhões na reforma e ampliação do centro de distribuição em Juiz de Fora, para atender sua rede de 250 lojas em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A nova unidade tem capacidade para atender à meta de 400 franqueadas ainda este ano e mil unidades em 2024, com o faturamento anual chegando 

a R$ 5 bilhões.

Renda fixa

Levantamento feito pelo Santander Brasil com clientes de todo o país mostra uma migração de investidores para aplicações em renda fixa com a elevação dos juros. De julho de 2021, quando a Selic estava em 4,25% até agora, em 12,75%, o percentual de investidores mineiros que optam por CDBs, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) e Tesouro Direto passou de 39,92% para 42,23%. 

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