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Estado de Minas Bra$il em foco

A escalada das taxas de juros vai continuar nos EUA e no Brasil

Assim como nos EUA, a decisão do Copom deixa em aberto qual será a decisão na próxima reunião, com analistas prevendo nova alta no futuro próximo


05/05/2022 04:00 - atualizado 05/05/2022 16:41



A decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, de elevar as taxas de juros em 0,5% ontem, colocando a taxa básica da economia norte-americana no patamar entre 0,75% a 1%, não surpreendeu o mercado financeiro, que já previa a alta e ficou de olho no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que adotou um tom mais duro em relação ao combate à inflação, indicando que novas altas devem ser de 0,5%, mas deixando no ar a possibilidade de ficar no patamar de 0,75 ponto. Além da aceleração das taxas de juros, o Federal Reserve vai iniciar a venda de títulos, invertendo o processo adotado desde o início da pandemia de COVID-19, para estimular a economia. A decisão foi anunciada poucas horas antes de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar a taxa básica Selic de 11,75% para 12,75% ao ano.
 
 
Jerome Powell
Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, prevê novas altas de juros de 0,5, mas elevação de 0,75 ponto pode vir em junho (foto: Win McNamee/Getty Images/AF)
 
Assim como nos EUA, o Copom deixou em aberto qual será a decisão na próxima reunião, com analistas do mercado financeiro prevendo nova alta no futuro próximo para controlar a inflação, que até março acumula alta em 12 meses de 8,5% nos EUA – a maior em 40 anos – e aumento de 11,3% em 12 meses no Brasil. Para analistas, embora as decisões do Fed e do Copom tenham ficado dentro do previsto, novas altas de juros vão ocorrer nas próximas reuniões das duas autoridades monetárias. “Não tem como o Brasil decidir pelo fim do aperto monetário se os EUA continuarem subindo forte a taxa de juros”, observa o economista Fabio Louzada. Para ele, o Fed pode elevar os juros em 0,75 ponto na próxima reunião.

Para a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, embora Powell tenha indicado a continuidade das altas de 0,5 ponto na taxa de juros nas próximas reuniões, “as falas foram bastante duras e não se descarta que o mercado volte a perguntar sobre a possibilidade de um aumento de juros da ordem de 0,75 no Fed, ainda mais porque o cenário de inflação lá está bastante pressionado”. Consorte avalia que a decisão do Fed dentro do previsto reduziu a pressão sobre o câmbio, mas que essa tendência deve se reverter nos próximos dias, com o dólar voltando a se valorizar perante o real.

Com os juros subindo nos Estados Unidos e a inflação mantida sob pressão pela continuidade da guerra na Ucrânia, o Banco Central não terá como interromper o ciclo de aperto em maio e deve promover novo ajuste na reunião em meados de junho. “Se a inflação está alta, os juros nos EUA subindo, acredito que no Brasil devemos fechar o ciclo em 13,50%”, diz Louzada, prevendo uma alta de 0,75 ponto da Selic no mês que vem. “O mais provável é que o comitê indique mais uma alta de menor intensidade para a reunião de junho, terminando o ciclo entre 13% e 13,5%, caso o cenário não se deteriore ainda mais”, avalia Ricardo Jorge, sócio da Quantzed.

Juros elevados nos Estados Unidos afetam o mundo todo, uma vez que os ativos no mercado norte-americano, considerado o mais seguro, ficam mais atrativos, diminuindo a liquidez de dólares no mundo e pressionando taxas de câmbio em países emergentes. Dólar mais alto pode significar mais inflação, principalmente, no caso brasileiro, nos preços dos combustíveis. Esse movimento é que indica a necessidade de nova alta de juros no Brasil em junho. Mas juros representam encarecimento do crédito para compras e de financiamento para investimentos e no caso da subida nos EUA as dívidas em dólar também encarecem.

Toda essa conjuntura aponta para crescimento econômico menor e esse é um ponto que também preocupa os economistas. Lembrando que a decisão de elevar a Selic ontem foi a décima seguida do Copom, o economista Paulo Casaca, da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), alerta que embora seja consenso que o Banco Central não tem muitas opções para controlar a aceleração dos preços, “o governo precisa se manter atento para que a tentativa de controlar a inflação não cause danos irreversíveis à atividade econômica”.
 
 
 
Energia
1.524Gwh

Foi a produção da Omega Energia no primeiro trimestre deste ano, o que rendeu um lucro bruto de R$ 350 milhões
 
 
Para mães
A comemoração do Dia das Mães, segunda 
melhor data para o varejo, deve movimentar 
cerca de R$ 28 bilhões em todo o país neste ano, 
com crescimento de 10% em relação 
ao ano passado, segundo levantamento 
da FCDLESP. O maior destaque este ano estão as lojas de vestuário, tecidos e calçados, e de farmácias e perfumarias, pois mostram crescimento potencial no período.


Crédito seguro
Com a inadimplência e o endividamento das 
famílias batendo recordes, cresce a procura de consumidores pelo seguro para cartão de crédito. 
Na Trigg, a contratação do “Cash Protegido”, 
que cobre perda, roubo e furto e desemprego voluntário, tem crescido 15% ao mês. Além disso, 40% dos novos clientes iniciam a sua relação com a fintech já realizando a contratação desse serviço.

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