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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Ministros seguem cartilha estapafúrdia de Bolsonaro para ficarem no cargo

'Contaminado, Queiroga resolveu entrar na onda e desacreditar a CoronaVac, que está evitando a morte de milhões de brasileiros'


23/09/2021 04:00 - atualizado 23/09/2021 07:14

Ministro Marcelo Queiroga está em quarentena por duas semanas em Nova York por ter contraído COVID
Ministro Marcelo Queiroga está em quarentena por duas semanas em Nova York por ter contraído COVID (foto: WALTERSON ROSA/MINISTÉRIO DA SAÚDE)
Tem coisas que realmente só acontecem no governo Bolsonaro. Por exemplo, ministros e outras autoridades descobriram que a melhor maneira de se manter no cargo, apesar de fracassarem por incompetência, é defender as teses mais estapafúrdias e apoiar o negativismo do presidente Jair Bolsonaro.

A fórmula foi adotada logo no começo do governo, pelo então ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que já assumira o cargo enrolado por causa de denúncias de crimes eleitorais, porém, logo virou um padrão de comportamento, toda vez que alguém começa a colecionar desgastes no cargo.

Nem sempre o expediente garante a posição, mas, ao menos, prolonga a permanência no cargo e permite uma retirada em ordemcomo no caso do deputado Marcelo Álvaro (PSL-MG) .

Quem agora se supera com esse estratagema é o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que está com COVID-19 e teve contato com várias autoridades na viagem que fez a Nova York, integrando a delegação brasileira à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Bolsonaro foi a grande atração do evento internacional, depois do presidente norte-americano Joe Biden, não por causa de seu discurso na abertura da assembleia, mas devido ao fato de não ter se vacinado e não poder fazer as refeições nos restaurantes da cidade, por causa das normas sanitárias adotadas pela Prefeitura de Nova York.

Além de mostrar os dedos médios das duas mãos para manifestantes, pela janela da van que transportava a comitiva presidencial, Queiroga voltou às manchetes porque testou positivo e terá que ficar 14 dias de quarentena na cidade.

Mas a superação de Queiroga veio por uma patacoada inacreditável, para quem ocupa o cargo de ministro da Saúde, nas redes sociais, ao compartilhar um post bolsonarista, no qual uma mulher achincalha a vacina produzida pelo Butantan, a CoronaVac: “Que ironia! Ministro Marcelo Queiroga seguiu todos os protocolos, vacinou com a CoronaVac, usa máscara o tempo inteiro e foi contaminado. O presidente (Jair Bolsonaro, sem partido) não se vacinou, não usa máscara, estava ao lado dele e não pegou”, ela escreveu no Instagram.

O ministro sabe que a vacina não impede que uma pessoa pegue a doença, mas sim o desenvolvimento de quadros graves da enfermidade. Com essa postagem, passou a figurar no podium dos ministros mais bajuladores do presidente da República, além de se desmoraliza r de vez como responsável por liderar o Sistema Único de Saúde (SUS)

O ministro muito provavelmente será reconvocado pela CPI da COVID-19, que o ouviu quando estava ainda no começo da gestão e a conta das mortes em decorrência da pandemia estava no colo de seu antecessor, general Eduardo Pazuello.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), classifica o trabalho de Queiroga como um 'fracasso' e chama o ministro de “Pazuello de jaleco”.

Desde a semana passada, um requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) aguarda aprovação para reconvocar o ministro. A pandemia investiga os casos de corrupção na compra de vacinas e insumos pelo Ministério da Saúde, além da responsabilidade do governo Bolsonaro pelo grande número de mortes.

Quarentena

Em vez de aproveitar a quarentena em Nova York para mergulhar, Queiroga resolveu ir para o olho do furacão. Entrou no redemoinho e pode não conseguir sair. O número de mortes por COVID-19 deve chegar a 600 mil, apesar de estar caindo bastante devido à vacinação.

Na semana passada, o ministro da Saúde deixou todas as autoridades sanitárias perplexas ao tentar proibir a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades, decisão que não foi acatada pela maioria dos governadores e prefeitos.

Com a tuitada de ontem, resolveu entrar na onda de Bolsonaro e desacreditar a vacina do Butantan, que foi a salvação para milhões de brasileiros vacinados com o imunizante de origem chinesa, produzido pela instituição paulista.

Ainda como desdobramento da viagem a Nova York, o presidente Jair Bolsonaro cancelou os compromissos que teria hoje no Paraná, uma solenidade em Ponta Grossa e um encontro com empresários em Castro.

Uma motociata também estava sendo programada para Piraí. O cancelamento foi uma recomendação da Anvisa, em razão do caso Queiroga. Até agora, não há nenhum outro caso confirmado de COVID-19 na comitiva presidencial, mas todos estão de quarentena, inclusive Bolsonaro, que faz parte do grupo de risco: não tomou vacina, tem 66 anos e várias comorbidades.

O presidente da República continua fazendo apologia do tratamento precoce, inclusive defendeu-o na assembleia da ONU, e se recusa a tomar a vacina.


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