A fórmula foi adotada logo no começo do governo, pelo então ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que já assumira o cargo enrolado por causa de denúncias de crimes eleitorais, porém, logo virou um padrão de comportamento, toda vez que alguém começa a colecionar desgastes no cargo.
Nem sempre o expediente garante a posição, mas, ao menos, prolonga a permanência no cargo e permite uma retirada em ordemcomo no caso do deputado Marcelo Álvaro (PSL-MG) .
Bolsonaro foi a grande atração do evento internacional, depois do presidente norte-americano Joe Biden, não por causa de seu discurso na abertura da assembleia, mas devido ao fato de não ter se vacinado e não poder fazer as refeições nos restaurantes da cidade, por causa das normas sanitárias adotadas pela Prefeitura de Nova York.
Além de mostrar os dedos médios das duas mãos para manifestantes, pela janela da van que transportava a comitiva presidencial, Queiroga voltou às manchetes porque testou positivo e terá que ficar 14 dias de quarentena na cidade.
O ministro sabe que a vacina não impede que uma pessoa pegue a doença, mas sim o desenvolvimento de quadros graves da enfermidade. Com essa postagem, passou a figurar no podium dos ministros mais bajuladores do presidente da República, além de se desmoraliza r de vez como responsável por liderar o Sistema Único de Saúde (SUS)
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), classifica o trabalho de Queiroga como um 'fracasso' e chama o ministro de “Pazuello de jaleco”.
Desde a semana passada, um requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) aguarda aprovação para reconvocar o ministro. A pandemia investiga os casos de corrupção na compra de vacinas e insumos pelo Ministério da Saúde, além da responsabilidade do governo Bolsonaro pelo grande número de mortes.
Quarentena
Na semana passada, o ministro da Saúde deixou todas as autoridades sanitárias perplexas ao tentar proibir a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades, decisão que não foi acatada pela maioria dos governadores e prefeitos.
Com a tuitada de ontem, resolveu entrar na onda de Bolsonaro e desacreditar a vacina do Butantan, que foi a salvação para milhões de brasileiros vacinados com o imunizante de origem chinesa, produzido pela instituição paulista.
Uma motociata também estava sendo programada para Piraí. O cancelamento foi uma recomendação da Anvisa, em razão do caso Queiroga. Até agora, não há nenhum outro caso confirmado de COVID-19 na comitiva presidencial, mas todos estão de quarentena, inclusive Bolsonaro, que faz parte do grupo de risco: não tomou vacina, tem 66 anos e várias comorbidades.
O presidente da República continua fazendo apologia do tratamento precoce, inclusive defendeu-o na assembleia da ONU, e se recusa a tomar a vacina.