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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Julgamento de Lula e Moro no STF pode mudar xadrez da política em 2022

A decisão do STF terá efeito catalisador que pode contribuir para transferir expectativas de poder do presidente Jair Bolsonaro para a oposição


15/04/2021 04:00 - atualizado 15/04/2021 08:00

 (foto: Evaristo Sá e Mauro Pimentel/AFP)
(foto: Evaristo Sá e Mauro Pimentel/AFP)


A maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu levar a plenário, hoje, a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela 13ª Vara Criminal de Curitiba, ou seja, pelo ex-juiz Sergio Moro, a pedido do relator da Operação Lava-Jato, ministro Edson Fachin, autor da liminar que livrou o petista da inelegibilidade.

Fachin entendeu que o foro natural do processo deveria ser o Distrito Federal (DF), por não se tratar de processo diretamente vinculado ao escândalo da Petrobras. Com a decisão de ontem do Supremo, por 9 a 2, tanto Lula como Moro voltam ao centro do noticiário, como possíveis adversários do presidente Jair Bolsonaro, ambos com muita força.

Esse julgamento no Supremo terá um efeito catalisador no processo político, contribuindo para transferir expectativas de poder do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, para a oposição. A Lava-Jato ainda tem um grande apelo popular e é a principal face de desgaste da candidatura de Lula à Presidência, mas sem o julgamento o petista não seria candidato.

Entretanto, Bolsonaro se descolou da bandeira da ética por causa do escândalo das “rachadinhas” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e de suas manobras para proteger seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos principais investigados no caso.

O ex-juiz Sergio Moro, principal responsável pela condenação de Lula, também sofre desgastes. É acusado de ser parcial e ter usado de recursos inadmissíveis durante a investigação, para condenar Lula e afastá-lo da disputa eleitoral de 2016, beneficiando Bolsonaro. Ao aceitar o convite para ser ministro da Justiça do atual governo, de certa forma, Moro corroborou as acusações da defesa de Lula.

Seu estridente rompimento com o presidente Bolsonaro, acusando-o de tentar usar a Polícia Federal em benefício próprio, manteve a bandeira da ética nas suas mãos, mas sua atuação como magistrado acabou fragilizada por gravações feitas por hackers de suas conversas com integrantes do Ministério Público que comandavam as investigações, desnudando sua parcialidade.

Por isso mesmo, o julgamento do mérito da liminar de Fachin, que anulou as condenações de Lula, abrirá espaço também para a discussão sobre a atuação de Moro, cuja suspeição por muito pouco não foi aprovada pela Segunda Turma do STF.

Não sem razão, o julgamento terá repercussão eleitoral, tanto do ponto de vista legal – Lula estará livre ou não para concorrer às eleições – como midiático. O Supremo pode jogar o petista para cima nas pesquisas, mas também alavancará Moro, que passa de algoz à vítima, como paladino da ética e dos bons costumes, a não ser que o ex-juiz seja punido severamente e impedido de concorrer.

Decantação

Quem mais perde com o julgamento é o presidente Bolsonaro, que tenta fazer do limão uma limonada. Ao atacar o Supremo e a decisão de liberar Lula para disputar as eleições, o presidente da República mantém em sua esfera de influência os setores mais radicalizados do antipetismo.

A aposta de Bolsonaro é que esse sentimento garanta o seu lugar no segundo turno das eleições, mas não é bem assim. A queda dos seus índices de aprovação em razão da crise sanitária e da recessão e a perda da bandeira da ética podem abrir espaço para uma candidatura robusta do chamado polo democrático, capaz de capturar o eleitor mais conservador, porém, insatisfeito com o desempenho do governo e de Bolsonaro.

O julgamento de Lula será o primeiro grande momento de decantação do processo eleitoral. Outro momento será a decisão do apresentador Luciano Huck (sem partido) sobre a proposta de renovação de contrato com a TV Globo, como substituto do Faustão nas tardes de domingo.

O terceiro lance no xadrez eleitoral é a prévia do PSDB, marcada para outubro, na qual o partido escolherá seu candidato. Disputam a vaga os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Restarão ainda as definições do DEM, em relação ao ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, e do próprio Moro, que não se comporta como candidato.


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