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Neuer, Goretzka e Meunier se unem contra o preconceito e a Uefa

Ao se posicionar contra uma manifestação que prega a tolerância, a Uefa não se mantém neutra, como quer fazer supor. Ela se posiciona ao lado dos intolerantes


24/06/2021 19:24 - atualizado 24/06/2021 22:42

Capitão alemão, Neuer tem levado as cores da causa LGBTQIA em sua braçadeira(foto: KAI PFAFFENBACH/AFP)
Capitão alemão, Neuer tem levado as cores da causa LGBTQIA em sua braçadeira (foto: KAI PFAFFENBACH/AFP)
A Eurocopa, por si só, garante grandes histórias. Tanto pelo fato de reunir alguns dos maiores jogadores do mundo, quanto pelas narrativas que, a cada edição, são escritas ali. Na deste ano, não bastasse o contexto da pandemia de COVID-19, entraram em campo questões que estão, em tese, na cartilha das entidades que comandam o esporte e, especialmente, o futebol. Questões que tratam da igualdade. Do respeito. Do entendimento sobre o que é diversidade.

Em duas semanas de competição, pautas que precisam ser discutidas mais abertamente por todos – a luta contra o racismo e contra a LGBTQIA+fobia – dividiram os holofotes com os craques.

Se a busca por igualdade e respeito ainda incomoda tanto, é sinal de que é necessário levar mais informação, falar mais sobre isso, até que as pessoas entendam que se não se trata da opinião delas sobre esses fatos. São direitos. Muitas vezes, o direito de viver.

Racismo é crime. LGBTQIA+fobia é crime. E o futebol, como esporte popular, não pode fechar os olhos para isso.

Logo na primeira rodada da Euro, a discussão foi sobre as seleções que se ajoelhariam e as que ignorariam o gesto que ganhou forma de manifesto contra o racismo.

O movimento surgiu nos Estados Unidos, em 2016, com Colin Kaepernick, então quarterback do San Francisco 49ers. Ele se recusava a se levantar durante o hino do país em protesto contra o tratamento dado aos negros. Após o assassinato de George Floyd, o gesto ganhou o mundo incentivado por atletas ativistas, como o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton.

Na Europa, manifestar repúdio contra o preconceito racial, acredite, virou controvérsia. Algumas seleções chegaram a ser vaiadas por se posicionarem contra o racismo – que, bom ressaltar novamente, é crime. Muito presente inclusive no futebol.

Nesta semana, o segundo capítulo foi a causa LGBTQIA+, sigla que abrange a diversidade de orientação sexual.

A Prefeitura de Munique propôs iluminar a Allianz Arena, durante o jogo entre Alemanha e Hungria, para exaltar a importância da luta contra a discriminação, num momento em o Parlamento Húngaro aprovou lei proibindo conteúdos considerados pró-LGBT nas escolas.

A Uefa, organizadora da Eurocopa, proibiu, sob a alegação de que seria uma iniciativa política, e que política e futebol não se misturam – outra falácia que costuma ser dita por aí.

Ao se posicionar contra uma manifestação que prega a tolerância, a Uefa não se mantém neutra, como quer fazer supor. Ela se posiciona ao lado dos intolerantes. E há questões em que os atores do futebol, como formadores de opinião, precisam, sim, se posicionar. Foi isso que muitos fizeram a partir daí.

O lateral belga Thomas Meunier deu um forte depoimento, criticando a entidade e os preconceituosos. “Desaconselho os jogadores de futebol gays a saírem do armário, porque as pessoas são estúpidas. As mentalidades não se desenvolveram nesse assunto”, disse.

“Estamos no século 21, e as ideias medievais tiveram seu tempo. É lamentável o que está acontecendo com a Uefa. Aqueles que decidem tampam os ouvidos. Você não vai mudar as coisas colocando um sinal de 'não ao racismo' à beira do campo. Você tem que reagir. É necessário mudar”, completou o jogador, de 29 anos.

O goleiro alemão Neuer tem usado uma braçadeira de capitão com as cores do arco-íris, que simboliza a causa. A Uefa chegou a abrir investigação por conta disso, mas não levou adiante.

Durante a partida, o volante Goretzka comemorou seu gol marcado contra os húngaros com um gesto de coração com as mãos direcionado aos torcedores ultras da Hungria, que já mostraram um cartaz anti-LGBTQIA+ nesta Euro.

Goretzka é um exemplo de atleta consciente de seu papel na sociedade. Não é a primeira vez que ele se manifesta a favor de minorias: já bateu de frente com movimentos nazistas e extremistas, além de ter participado de campanhas contra o racismo e o antissemitismo.

O clamor não se limitou às quatro linhas: vários locais emblemáticos de Munique foram iluminados ou receberam a bandeira colorida que simboliza a luta pela igualdade.

Em toda a Alemanha, outros clubes iluminaram seus estádios. O Schalke, um dos mais tradicionais, postou nas redes sociais foto com as cores do arco-íris e escreveu: “Não se trata de provocação. É sobre fazer a coisa certa”.

O recado foi dado à Uefa e a todos os que ainda não entenderam o significado da palavra respeito. Já passou da hora de sair do discurso e partir para a prática.

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