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Estado de Minas

Fica Cleiton ou volta Victor no Atlético?

Em sete anos de Atlético, é a primeira vez que Victor tem a titularidade ameaçada


postado em 16/08/2019 04:00 / atualizado em 16/08/2019 08:10

O goleiro Victor está em fase final de recuperação de tendinite no joelho esquerdo(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
O goleiro Victor está em fase final de recuperação de tendinite no joelho esquerdo (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
 

Uma das posições mais vitais em uma equipe de futebol é a de goleiro. Contar com um jogador frio, seguro e confiável sob as traves é uma das premissas de qualquer time vencedor. Pode puxar aí na memória: dificilmente você vai encontrar uma grande equipe que tenha ficado marcada na história sem um arqueiro de qualidade, ou que fosse pelo menos acima da média. Não é raro, inclusive, o dono da camisa 1 se tornar ídolo, por salvar os companheiros em momentos cruciais e levar a torcida à loucura com suas intervenções arrojadas. Mas como é que fica quando um jovem goleiro desponta e começa a ameaçar o reinado de um craque? É justamente nessa encruzilhada que o Atlético se encontra.

Cleiton – que na segunda-feira completará 22 anos – virou titular do Galo na partida contra o Fortaleza, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, quando Victor foi diagnosticado com tendinite no joelho esquerdo. A troca de um atleta já consagrado por uma promessa, que poderia abalar as estruturas de qualquer time, tem saído melhor que a encomenda no alvinegro. O Atlético não só passou a sofrer menos gols como não saiu mais de campo derrotado.

Claro que tais estatísticas dependem de vários fatores, não se encerram na mudança em uma posição isoladamente, porém, não dá para desprezá-las, até a título de informação. Afinal, o desempenho de um goleiro acaba influindo diretamente nos resultados de uma equipe. E, antes de sair do time, Victor atravessava má fase, possivelmente seu pior momento no clube alvinegro desde que foi contratado, em junho de 2012.

A queda de rendimento de Victor, aliada às boas atuações de Cleiton, levou naturalmente aos questionamentos. Com o experiente arqueiro em reta final de recuperação, a interrogação agora fica no ar: com Victor inteiro e pronto para atuar, ele voltará a ser titular, mesmo com Cleiton dando conta do recado?.

Muitos críticos esportivos se apoiam na máxima de que futebol é momento, e que os treinadores devem abrir sempre espaço para quem está melhor. Seria esse o critério que mais se aproximaria do conceito de justiça para definição dos titulares. Não há dúvida de que entre o Victor de dois meses atrás e o Cleiton de hoje, levando-se em consideração tão somente as questões técnicas, o segundo está em vantagem.

Contudo, também é sabido que no futebol os treinadores costumam respeitar uma hierarquia por vezes abstrata, determinada pela história do jogador no clube. Os ídolos têm tratamento diferenciado, cadeira cativa não somente por suas atuações, mas também pela trajetória.

Ao ser perguntado se Victor voltará ao time quando estiver liberado, o técnico do Galo, Rodrigo Santana, se esquivou. Não disse nem que sim, nem que não. Deixou a entender, entretanto, que o experiente goleiro é o dono da posição. Isso me remeteu àquela época em que Mano Menezes teve de optar, no Cruzeiro, em meados de 2017, pelo retorno de Fábio – que passara oito meses em recuperação de lesão no joelho direito – ou a permanência de Rafael, que fechara o gol celeste na ausência do titular. Mano não vacilou, devolvendo a Fábio a missão de defender a meta cruzeirense.

Essa também parece ser a tendência no Atlético. Pelo menos é o que parece ter ficado nas entrelinhas do que foi dito por Rodrigo Santana. O que não é sabido ainda é se Cleiton será o Rafael de Victor – em outras palavras, se ele se resignará na condição de reserva, vendo o que pode ser o auge de sua carreira passar, ofuscado pelo titular e no aguardo de janelas de oportunidade para mostrar valor.

Como no futebol tudo é cíclico, e por toda a qualidade que já mostrou, Victor pode sim retornar ao time e justificar o motivo de sua longevidade no gol atleticano. Não é por acaso que ele é o 10º jogador que mais vezes vestiu a camisa preto e branca na história: são 418 jogos, sendo 203 vitórias, 108 empates e 107 derrotas. E a maturidade costuma ser um trunfo a mais a quem desempenha a função – os 36 anos, portanto, não são problema, desde que ele esteja bem treinado e com os reflexos em dia.

Em seus sete anos de Atlético, é a primeira vez que Victor tem a titularidade ameaçada. Giovanni, por mais que mostrasse eficiência e cumprisse bem a missão, não chegou nem perto de requerer a camisa 1, até porque esteve no clube numa época em que Victor era inquestionável. Uilson nunca passou de reserva mesmo. Já Cleiton está pedindo passagem. Analisando-se friamente, a ida de Victor para a reserva, no cenário atual, não seria absurdo nenhum, nem demérito ou falta de respeito a tudo o que ele fez pelo Galo. Resta saber se Rodrigo Santana também pensa assim.

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