(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas COLUNA DO JAECI

O resultado de Abel no Palmeiras é ótimo, mas contraria nosso futebol

"Os preferidos para a Seleção Brasileira são Fernando Diniz e Jorge Jesus, adeptos ao futebol bem jogado, da técnica e da verdadeira arte"


21/08/2022 04:00

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras
Apesar das importantes conquistas recentes, técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, dificilmente será convidado para assumir a Seleção Brasileira após o Mundial do Catar (foto: DOUGLAS MAGNO / AFP)

 
Converso bastante com um grande amigo da CBF, muito ligado ao presidente Ednaldo Rodrigues. Minha preocupação é saber quem será o substituto de Tite tão logo ele saia, após o Mundial do Catar, conforme ele próprio antecipou há alguns meses. A imprensa paulista fala em Abel Ferreira, o português sensação entre os treinadores, invejado e odiado pela maioria dos seus pares no Brasil. A inveja é terrível! Porém, pelo que tenho ouvido, dificilmente ele seria convidado e o motivo é simples: Abel representa a contramão do futebol brasileiro em termos técnicos. Com resultados ele tem sido ótimo, com a conquista de duas Libertadores, consecutivamente, uma Copa do Brasil e, muito provavelmente, o Brasileiro deste ano. Para Ednaldo, no entanto, segundo a fonte, isso não representa o nosso futebol tecnicamente. Ele pensa num treinador que mantenha nossa característica ofensiva, ainda que isso possa custar o caneco.

Eu concordo com ele. Aprendi com dois saudosos amigos, os mestres Telê Santana e Carlos Alberto Silva, que é melhor perder jogando bonito a ganhar jogando feio. Uns gostam dos olhos, outros da remela. Sei que a geração atual prefere ganhar a qualquer custo, mas não fui educado assim e vivi a fase de ouro do nosso futebol, com grandes gênios, artistas da bola, como Zico, Reinaldo, Éder, Cerezo, Falcão, entre outros. Esses caras nos ensinaram a verdadeira arte, o toque, o drible, o gol. Hoje, o que a gente vê é um futebol pragmático, como o de Abel Ferreira, reconheço, de resultados, mas não é isso que procuro. Ednaldo Rodrigues está certíssimo e nesse ponto, hoje, os preferidos são Fernando Diniz e Jorge Jesus, adeptos ao futebol bem jogado, da técnica e da verdadeira arte.

O português JJ deu um show no Brasil em 2019, quando ganhou seis taças em um ano, e teve apenas quatro derrotas com o Flamengo. A equipe apresentava um futebol bem próximo dos times do passado, com arte, gol, e sempre querendo mais. Até mesmo os inimigos do Flamengo reconheceram o grande futebol e aplaudiram. Tenho amigos que paravam diante da TV para ver o Flamengo de JJ jogar. Quando o futebol é arte, até mesmo os que torcem contra arrumam um jeito de assistir. Fernando Diniz é o técnico brasileiro que mais se aproxima dos técnicos do passado. Suas equipes jogam bonito, para frente, em busca do gol. E hoje ele consegue equilibrar todos os setores de uma equipe. Pesa contra ele o fato de não ter títulos, mas isso se consegue com o tempo. Dunga nunca foi técnico, não tinha taças e foi treinador da Seleção duas vezes. Vale lembrar que um técnico da Seleção Brasileira perde muito pouco. Tite, por exemplo, tem seis derrotas em seis anos. Porém, derrotas sofridas, como a eliminação da Copa de 2018, para a Bélgica, e o revés na final da Copa América, para a Argentina, no Maracanã. No mais, são jogos contra equipes inexpressivas e vitórias acachapantes. Normalmente, o Brasil enfrenta equipes de segunda e terceiras linhas do futebol mundial.

Muitos me preguntam se Cuca tem chances. Eu gostaria de vê-lo treinando a Seleção, pois o admiro muito. Mas a fonte me revela que as chances dele são zero. Há um preconceito contra supostas superstições do treinador. Isso é uma bobagem. Tem que olhar o trabalho dele no geral. Cuca é vencedor, gosta do futebol ofensivo e sabe montar um time como poucos. Eu daria uma chance para ele, mas não é o que pensa a cúpula da CBF. Estamos carentes de treinadores, já que Abel e Luxemburgo pararam. Felipão está prestes a se aposentar. É preciso que torcedores e nós, da imprensa, possamos olhar com mais carinho para os jovens como Fernando Diniz, Jair Ventura e outros que estão surgindo. Ninguém alcançará sucesso se não tiver uma chance num grande clube. Não adianta por o Guardiolla numa equipe sem expressão, pois ele não ganhará nada. Sem bons limões, não se faz uma boa limonada.

A realidade é que temos de torcer para que Tite e seus jogadores conquistem o hexa. Há uma garotada, como Vini Júnior, Anthony, Mateus Cunha, Pedro, Raphinha, que está jogando um bolão, mas o técnico brasileiro insiste com Daniel Alves e Thiago Silva. É uma obsessão sem limites. Dani Alves e Danilo são péssimos. Me arrisco a dizer que pelo futebol que vem jogando, Rodinei põe os dois no bolso. Será que Tite lhe dará uma chance? Duvido muito. E por fim, Neymar precisa estar concentrado na Copa, para mostrar o seu verdadeiro futebol, coisa que não conseguiu nas Copas de 2014 e 2018. Aliás, na última, foi chacota mundial com o famoso cai, cai! O emprego de técnico da Seleção Brasileira é dos melhores do mundo. Com a prerrogativa de quem acompanha o time canarinho pelos quatro cantos do mundo, há 35 anos, percebo tudo isso. Alto salário, melhores hotéis, viagens em primeira classe e muito pouco trabalho. Um cargo desejado por muitos, mas que poucos conseguem. Felizmente, o baiano Ednaldo Rodrigues é a favor do futebol arte e não apenas de resultados. Seu começo de gestão está sendo muito bom e ele quer livrar a entidade da pecha que escândalos sucessivos. Já mandou vender o avião e o helicóptero, mandou embora todos os diretores da antiga gestão e trabalha com mão de ferro, desconfiado de tudo e de todos. Ele está certo. Chega de escândalos no futebol brasileiro. Vamos trabalhar com lisura e transparência para que possamos voltar a ganhar um Mundial. Eu voto em Jorge Jesus para o lugar de Tite, e você?

A propósito: Tite diz que tem uma dívida imensa com o Atlético, por tê-lo jogado na segundona em 2005. Diz que sonha em voltar, mas que não sabe qual será a reação dos torcedores. Há um outro caminho, que é a Europa. Como não fala inglês, o Arsenal, que seria um caminho natural pela presença do diretor Edu Gaspar, ficará difícil. Ele aposta no futebol italiano. Tudo vai depender muito do que o Brasil fará no Mundial do Catar. E você torcedor do Galo, gostaria de ver Tite no comando do time?

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)