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Estado de Minas Coluna do Jaeci

Galo teve em 2021 a terceira maior receita, mas as dívidas...

O grande problema dos clubes brasileiros, incluindo o Atlético, é um passivo gigantesco criado por gestões amadoras


15/05/2022 04:00 - atualizado 15/05/2022 11:00

Flamengo e Palmeiras, que fizeram a última final da Libertadores, lideram o ranking das receitas dos clubes no Brasil
Flamengo e Palmeiras, que fizeram a última final da Libertadores, lideram o ranking das receitas dos clubes no Brasil (foto: JUAN MABROMATA/AFP - 27/11/21)

O ranking elaborado pela Sports Value, empresa de marketing esportivo, divulgado pelo Superesportes na sexta-feira, traz os clubes que tiveram as maiores receitas em 2021, e o Atlético está em terceiro lugar, com R$ 504 milhões, um recorde na história do clube. O Flamengo é o primeiro, com R$ 1,1 bilhão, e o Palmeiras em segundo, com receitas na ordem dos R$ 910 milhões. Isso mostra que o futebol brasileiro tem solução, pois os clubes nunca arrecadaram tanto. O grande problema é o passivo, as dívidas impagáveis, acumuladas ao longo dos tempos, com gestões amadoras e ineficientes.

Os dirigentes sempre administraram com a paixão acima da razão, com raras exceções, e isso comprometeu os cofres das instituições, provocando um rombo gigantesco. As dívidas dos principais clubes brasileiros passam dos R$ 10 bilhões e são impagáveis. É comum no futebol brasileiro um clube estar mal, vários técnicos serem demitidos e outros contratados a peso de ouro, assim como jogadores, com salários estratosféricos, fora da realidade econômica dos clubes do país. P

Para conquistar um título, os clubes se endividam até o pescoço, mesmo sabendo que não poderão honrar os compromissos. Recentemente, tivemos um exemplo crasso, quando Ronaldo Fenômeno comprou o Cruzeiro e mandou embora quem estava contratado e queria gastar R$ 90 milhões na temporada sem ter um centavo em caixa e devendo os tubos. O Fenômeno montou sua equipe de trabalho e vive dentro de uma realidade mais curta, com R$ 35 milhões de orçamento.

É esse o exemplo a ser seguido. Os clubes não podem e não devem gastar mais do que arrecadam. São inúmeros os Refis criados ao longo dos anos, com clubes aderindo e saindo por falta de pagamento. Essa “farra do boi” vai acabar somente quando todos os clubes virarem empresas, com gestões responsáveis, racionais e transparentes. Vejam que Fla, Palmeiras e Atlético Mineiro faturaram muito, e de forma merecida. Porém, gastaram muito também. A folha salarial do Flamengo é de R$ 35 milhões, mensais. Se analisarmos a arrecadação, ela representará 1/3 do total, o que é muito para um clube de futebol.

É sabido que a grandeza de um clube é representada por taças e conquistas, mas gastar o que não tem para ter os troféus é uma irresponsabilidade que pode fazer a instituição sofrer por anos. Vejam o exemplo do Cruzeiro, que, quebrado, conquistou duas Copas do Brasil (2017 e 2018), pagando salários irreais, contratando jogadores a peso de ouro. E a conta chegou. O clube deve cerca de R$ 910 milhões, e só não sucumbiu por causa da ajuda do dono do Supermercados BH, Pedro Lourenço, que pagou salários e dívidas. Não adianta querer maquiar uma situação, pois a conta chega, e quando chega, ela mostra uma realidade cruel. Há três anos na Série B, o torcedor azul vem sofrendo em razão dos desmandos da administração que renunciou, denunciada por vários crimes.

Esse modelo arcaico e retrógrado de dirigentes amadores vai acabar em breve. Ainda prevalece na maioria dos clubes, pois nem todos viraram empresas, mas é uma questão de tempo. CEOs, contratados para gerir, dar lucros e taças, serão a nova realidade. Não haverá espaço para diretor de futebol fazer conchavo com empresários. Por mais que neguem, o torcedor sabe muito bem quem são eles, pois os nomes estão manchados no país. Os jogadores contam tudo o que ocorre nos bastidores e ficam sabendo das negociações escusas que são feitas. Muitos não denunciam na hora, pois são favorecidos. Mas alguns já se manifestaram publicamente.

Um clube de futebol tem de fechar suas contas com superávit, para investir dentro da realidade para a próxima temporada. Outro exemplo de um clube que vive séria crise é o do Barcelona, respeitado como um dos maiores times do mundo, que gastou o que não tinha, foi punido pelo fair-play espanhol, e hoje não representa mais a força que tinha no passado. Na Europa também há gestões irresponsáveis. Só que lá dá cadeia. Dirigentes que usurpam o dinheiro que não lhes pertence ficam atrás das grades. Que os dirigentes saibam que nem eles nem jogador nenhum podem ser maiores que os clubes. A razão de um clube existir é a sua torcida, e a razão de a torcida existir é o clube. Sem isso o futebol não funciona. Porém, é bom lembrar: os dirigentes devem ser “torcedores” e racionais quando se trata de dinheiro do clube!


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