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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Reinado, Éder, Luizinho, João Leite... Ídolos do Galo também são campeões

Jogadores de grandes times das décadas de 1970 e 1980, injustiçados na época, têm todo o direito de se sentirem campeões brasileiros agora


08/12/2021 04:00 - atualizado 08/12/2021 09:35

Montagem de fotos de Reinaldo e Éder
Reinaldo e Éder comemoraram muito o título no gramado do Mineirão (foto: Fotos: Pedro Souza/Atlético)

Convivi de perto com os maiores ídolos do Clube Atlético Mineiro. Quando cheguei em BH, em 1985, conheci, pessoalmente, Reinaldo, Éder, Palhinha, Paulo Isidoro, João Leite, Luizinho, Paulo Roberto, Jorge Valença, Paulo Isidoro e tantos outros ídolos que formaram verdadeiros esquadrões do Galo. Era outra época do jornalismo.

Acompanhávamos os treinos do começo ao fim, sentávamos com os jogadores, batíamos papo e fazíamos entrevistas lado a lado com eles. Éramos cinco ou seis jornalistas. Eu, pela TV Manchete ou TV Globo, duas emissoras onde trabalhei; Paulo Celso e Roberto Néri, pelo Estado de Minas e pelo Diário da Tarde; Roberto Abras, pela Rádio Itatiaia; Chico Maia, pela TV Bandeirantes; e mais um ou outro cujo nome não me ocorre agora.

 

Uma imagem que jamais esqueci foi quando o campo da Vila Olímpica estava encharcado. Eu estava sentado no banco, ao lado do alambrado, e Palhinha era o técnico do alvinegro. Ele me chamou, enquanto os jogadores faziam aquecimento, me deu uma rasteira, em tom de brincadeira, e eu quase caí na lama, mas ele me segurou. Todo mundo riu e o treino começou. Esse era o ambiente.

Lembro-me também de Éder desafiando seus companheiros e mandando sucessivas bolas no travessão. Que pontaria tinha esse gênio. Reinaldo, então, nem se fala. Era genial demais. Eu vibrava por estar perto dos meus ídolos, pois, naquela época, os caras vestiam a camisa da Seleção e, independentemente do time em que atuavam, tinham nossa admiração e respeito.

 

Esses caras formaram verdadeiros esquadrões e bateram na trave várias vezes, principalmente no Brasileirão. Quem não se lembra do timaço de 1977, que teve em Reinaldo o maior artilheiro da competição de todos os tempos em média de gols, pois marcou 28 em 18 jogos. O Galo caiu de pé, invicto, com 10 pontos de frente para o São Paulo, que ganhara o troféu nas penalidades. Um regulamento esdrúxulo.

E o timaço de 1980, que tinha um ataque formado por Pedrinho, Palhinha, Reinaldo e Éder? Eu estava no Maracanã e vi o bandeira Agomar Martins marcar um impedimento inexistente de Palhinha, que sairia na cara do gol de Raul. O jogo estava 2 a 2. O empate já era o bastante, mas como Nunes fez 3 a 2, Palhinha empataria e daria o título ao Galo, que vencera em BH por 1 a 0, gol de Reinaldo. Palhinha estava 3 metros antes de Manguito e o bandeira cometeu aquele “crime”. O mesmo “crime” que cometeu José Assis Aragão ao expulsar Reinaldo – até hoje, não sabemos o motivo.

 

Realmente Éder teve razão no desabafo, no gramado do Mineirão, com o Rei. “Rei, já fomos roubados tantas vezes, mas dessa vez não teve jeito. Somos bicampeões brasileiros”. Esses monstros sagrados, que não ganharam taças nacionais e internacionais pelos motivos citados acima, são, sim, campeões brasileiros em 2021. Éder tem o privilégio de trabalhar na atual comissão técnica. Reinaldo é comentarista da TV Galo. Vi uma foto de Luizinho, sua esposa, Márcia, Reinaldo e Paulo Isidoro juntos. Que belíssima recordação. Paulo Isidoro jogava demais. Cara humilde ao extremo, era muito bom de papo conosco.

 

Convivia com eles também em suas casas. As festas na casa do Éder ou do Reinaldo, no Belvedere. Quando a Seleção ficou concentrada em BH, na Toca da Raposa, Éder fez um churrasco e reuniu todas as feras em sua casa. Eu fui convidado, pois os gênios da bola me adoravam. Eu, Oscar Eurico e mais uns dois repórteres do Rio e São Paulo. Era uma época em que havia muito craque, muito futebol de primeira linha, amizade com a imprensa, muita resenha e muito respeito entre nós. Não havia rede social, fofoca ou maledicências. Nós nos preocupávamos em noticiar o que acontecia nos treinos e no campo de jogo. A vida particular de cada um pertencia a ele, e só.

 

Os gols de Hulk, de cavadinha, estilo Rei, ou em chute potente, tipo Éder, nesse Brasileirão, serviram para homenagear todos os ex-jogadores, que, por um motivo ou outro, não levantaram o troféu do Brasileirão. Eles são campeões, sim, representados pelas defesas de Everson, pela qualidade de Zaracho, pelos chutes de fora da área de Keno.

Foi muito bom rever esses craques, que estão na história do clube e em nossos corações. Obrigado, João Leite, Orlando, Osmar, Luizinho e Jorge Valença, Chicão, Cerezo e Palhinha, Pedrinho, Reinaldo, Éder e ao técnico Procópio Cardoso. Se, lá atrás, eles foram prejudicados, o time atual, que não tem nenhum craque, mas tem ótimos jogadores, lhes recompensou com uma campanha impecável e um título sonhado e desenhado há 50 anos.

Se os árbitros e bandeiras não deixaram isso acontecer antes, agora, com o VAR, as injustiças foram corrigidas e o Galo foi o grande campeão.

E, neste fim de semana tem mais. O Galo vai em busca do bi da Copa do Brasil. Alguém duvida de Cuca, Hulk e companhia?

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