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Cuca erra ao dizer que 'passar é o importante', mesmo jogando mal

Atlético fez jogos sofríveis diante do Boca, se classificou na Libertadores, mas dificilmente baterá o River Plate se não retomar o bom futebol


24/07/2021 04:00 - atualizado 23/07/2021 19:08

O Atlético, de Hulk, garantiu a vaga nas quartas de final sobre o Boca, mas agora terá pela frente um adversário mais duro, o River Plate(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O Atlético, de Hulk, garantiu a vaga nas quartas de final sobre o Boca, mas agora terá pela frente um adversário mais duro, o River Plate (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
 
 
Após a classificação para as quartas de final da Libertadores, com futebol sofrível e nas penalidades, o técnico Cuca declarou: “O importante é que passamos de fase”! Eu discordo veementemente. Claro que o torcedor atleticano, que soltou foguete até de manhã, pensa como o treinador. Um clube tão carente de taças – tem apenas três importantes, Brasileiro de 1971, Copa Libertadores de 2013 e Copa do Brasil de 2014 – tem de pensar assim mesmo, pois o que faz a grandeza de um clube são os troféus, as conquistas. É isso que conta a trajetória de uma instituição de futebol. Para o atleticano, chegar, mesmo que aos trancos e barrancos, é o que vale. E, se possível, levantar o troféu.

Sinceramente, acho muito difícil isso ocorrer. Primeiro, porque o futebol apresentado foi sofrível. O Galo se iludiu por ter pego adversários de péssima qualidade na primeira fase e ter sido o maior pontuador. Porém, quando encarou o Boca, que eu disse que, mesmo com todos os defeitos, é sempre o Boca, uma das instituições mais respeitadas do mundo por suas conquistas, não seria fácil. E olha que esse é o pior Boca que eu já vi. Está em reconstrução.

O Atlético não jogou nada nos dois jogos, e o Boca, com toda sua precariedade momentânea, foi superior. Eu sempre digo que o futebol é o único esporte coletivo em que o mais fraco ganha do mais forte. E o Galo não mostrou absolutamente nada. Um time apático, sem criar jogadas, sem qualidade.

Nacho Fernández, que eu considero excelente jogador, nem de longe lembra aquele do River Plate. Tem estado apagado, talvez por falta de alguém para dialogar com ele, já que os jogadores do Galo são medianos. Tenho visto companheiros que enalteciam o Galo meterem o cacete depois dos dois jogos contra o Boca. Estavam iludidos. O Atlético não passa de um time mediano, como outros 17 no futebol brasileiro. Hoje, salvam-se o Palmeiras e o Flamengo, que têm conquistado tudo nos últimos tempos.

O adversário das quartas de final será o River Plate. Parada torta, pois Gallardo dirige o time há cinco anos, ganhou uma Libertadores e foi vice-campeão em outras duas oportunidades. Um time maduro, que sabe trabalhar a bola. Cuca terá 20 dias para preparar o time e tentar dar a ele a qualidade necessária para encarar a fera. Primeiro jogo no Monumental de Núñez, onde o River é quase imbatível. Cuca tem um excelente retrospecto contra os argentinos e, com certeza, vai se apegar nisso para buscar a classificação. Hulk não marcou nos dois jogos contra o Boca. Será que marca contra o River? Artilheiro de gols na Caldense, América de Cáli e Deportivo Táchira eu também sou. Quero ver nos grandes jogos. Hulk jogou escondido no Leste Europeu e China. No Porto teve sua melhor fase. Na Seleção, 49 jogos oficiais, uma Copa do Mundo, uma Copa das Confederações e uma Copa América. Nenhum gol.

Chegou ao Galo em péssima fase, quando sugeri sua rescisão de contrato. E os trouxas me enchem o saco até hoje por isso. Os mesmos trouxas que pediam a saída de Everson e agora o idolatram. Que pediam a demissão de Cuca e hoje o amam. Gente que só usa a paixão exacerbada e doentia. Como analista, não estou aqui para fazer média com ninguém, nem mesmo com meus patrões e diretores, que são atleticanos roxos, mas que me dão toda a liberdade de expressão. Quem não gostar, não me leia. Ouvir verdades dói mesmo.

E, para fechar, o Cruzeiro pode ficar 100 anos na Segundona, que, ainda assim, continuará a ser um gigante do futebol brasileiro. Seis Copas do Brasil, quatro Brasileiros e duas Libertadores. Como escrevi acima, o que conta a história de um clube são os títulos. Quem não os tem, tem mesmo de buscar qualquer subterfúgio para se sentir feliz. O mesmo digo do Vasco da Gama, que já caiu quatro vezes, mas que tem conquistas incomparáveis: quatro Brasileiros, uma Copa do Brasil e uma Libertadores. O gigante da Colina está combalido, mas sua história ninguém apaga.

Sou da escola de Telê Santana e Carlos Alberto Silva, técnicos de verdade, que me ensinaram o valor de vencer jogando bonito ou perder do mesmo jeito. Por isso sou um fã incondicional da Seleção de 1982, que não ganhou a taça, mas nos encantou e está cotada, mundialmente, como uma das três melhores seleções de todos os tempos, o que implica dizer que não se deve ganhar de qualquer maneira. O importante não é passar de fase a qualquer preço. O importante é passar e encantar, pelo menos, na visão de todos os amantes do verdadeiro futebol.
 
 

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