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Com reforços e Sampaoli, a Massa crê na taça do Brasileiro

Aposta está nos investimentos do empresário na contratação de jogadores e na capacidade do técnico argentino


postado em 12/07/2020 04:00 / atualizado em 11/07/2020 22:58

Nesta temporada, diretoria do Atlético montou um grupo forte para tentar quebrar o jejum de quase meio século sem o Brasileirão (foto: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO)
Nesta temporada, diretoria do Atlético montou um grupo forte para tentar quebrar o jejum de quase meio século sem o Brasileirão (foto: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO)
O Brasileirão vai começar em agosto, terminando em fevereiro. Se não me engano, a última vez quer isso ocorreu foi em 1977, quando Galo e São Paulo decidiram a taça no Mineirão, em março de 1978, e o time paulista foi campeão nas penalidades. Uma das maiores injustiças do futebol, pois o Atlético terminou a competição invicto, vice-campeão, sem Reinaldo, suspenso – segundo ele, pela ditadura, já que sempre expressou suas opiniões políticas. Se contarmos isso para um europeu, ele não vai acreditar que alguém não ganhe a taça estando invicto, com mais vitórias que o adversário. Por isso, o Brasileirão por pontos corridos é uma conquista para todos nós que apreciamos o bom futebol e que gostamos de justiça. Vale lembrar que Reinaldo marcou 28 gols em 18 jogos, sendo a maior média de gols da competição, jamais batida até hoje. Edmundo, Dimba e Washington fizeram mais gols que ele na competição, porém, a média de gols jamais será igualada. Os atleticanos, supersticiosos, já falam na possibilidade de o Galo ser campeão justamente pelo fato de a competição começar num ano e terminar no outro. Sem o título brasileiro desde 1971, quando foi o primeiro campeão, o alvinegro não quer ficar na fila e completar 50 anos, meio século, sem a taça mais importante do nosso futebol.

''A aposta está na dupla Menin-Sampaoli. O primeiro, bilionário, que está investindo na contratação dos jogadores. O segundo, credenciado pelo bom trabalho que fez no Santos sem nenhum medalhão''


É sabido que a pandemia do coronavírus está proporcionando esse tipo de situação. O Brasileirão já era para ter começado, mas a pandemia impediu. Dessa forma, a CBF decidiu o começo para 9 de agosto, com fim somente em fevereiro. Deveremos ter jogos no meio da semana e nos fins de semana, e os times terão de se virar. Os que tiverem grupos mais fortes deverão levar vantagem. O Flamengo é o grande favorito. Melhor time do Brasil, tem um grupo titular de primeira linha, pratica futebol parecido com os grandes times europeus. Porém, não é imbatível. Seus jogadores reservas seriam titulares em qualquer time do país, o que lhe dá um certo conforto. A decisão de que os clubes poderão fazer cinco substituições favorecerá quem tem grupos mais qualificados, pois o leque de opções dos treinadores vai aumentar. Caberá a Grêmio, Palmeiras e Atlético tentar quebrar a hegemonia do Flamengo e de Jorge Jesus, caso o português permaneça no comando da equipe. Com proposta de 7 milhões de euros, algo em torno de R$ 42 milhões anuais do Benfica, deve estar balançando para voltar para sua terra.

A aposta da torcida alvinegra está na dupla Menin-Sampaoli. O primeiro, empresário muito bem-sucedido, bilionário, que está investindo na construção do estádio e na contratação dos jogadores pedidos pelo treinador. O segundo, Sampaoli, credenciado pelo bom trabalho que fez no Santos sem ter nenhum medalhão, valorizando a garotada. Conseguiu o vice-campeonato, com muitos pontos atrás do Flamengo, mas deixou boa impressão na última partida, ao golear o rubro-negro titular por 4 a 0, deixando o mister Jesus de cabelo em pé. Quis o destino que o primeiro jogo do Brasileirão seja justamente entre Fla, de JJ, e Galo, de Sampaoli. Será num Maracanã vazio, sem pressão – e espero que nessa data já tenhamos conseguido controlar a pandemia mortal do coronavírus. Sempre fui contra a volta do futebol quando há gente morrendo. Porém, tem de chegar uma hora em que a vida necessita chegar perto do que já foi, e acredito que até agosto teremos controlado essa pandemia. É muito triste saber que há gente morrendo num hospital de campanha e que ao lado, no Maracanã, há gente comemorando gols. Outro dia, vi um jornalista dizer que “69 mil pessoas mortas é bem abaixo do que se projetava e um número pequeno para um país com 220 milhões de habitantes”. Com certeza, não foi nenhum parente dele que morreu por conta desse vírus maldito e letal. Se fosse, duvido que teria essa opinião. As pessoas estão insensíveis, vivemos num mundo sem coração e alma. Para mim, uma vida perdida diz muito. O sofrimento de quem perdeu seus entes queridos não há como medir. Que Deus tenha piedade dessa gente desalmada.

O Atlético sempre foi um gigante do nosso futebol e promete se agigantar ainda mais quando tiver seu estádio próprio, sua casa de verdade. A ideia de formar um grande time para a inauguração do estádio, em 2022, está levando os torcedores ao delírio. Eles entendem que, com uma grande casa, receitas só para o clube, o Galo deverá mudar de patamar e conquistar muitas taças. Uma prova disso foi na gestão Alexandre Kalil, que usou o Independência como casa, e o Galo faturou a Copa do Brasil justamente em cima do maior rival, Cruzeiro, vencendo por 2 a 0 no jogo de ida, no Horto, e dando outra sova no adversário, com 1 a 0, no Mineirão, gol de Tardelli. A Libertadores também foi vencida ali no Horto, com viradas épicas, como aquela diante do Newell's Old Boys. A decisão contra o Olimpia foi no Mineirão, pois a Conmebol não permitiu o uso do Independência por causa da capacidade. Mas o Galo levantou o caneco nas penalidades, uma conquista inédita, sob o comando do eterno e mais vencedor presidente da história do clube. De lá para cá, só decepção e nada de taças. Já se vão seis anos sem que o torcedor sinta o cheio dos troféus. Menin quer que a fase de ouro volte e não poupa esforços para isso. Pode não ser o presidente de direito, mas, de fato, o é, pelo investimento que vem fazendo, pela construção do estádio e pelas contratações. É ele quem cumpre aquilo que Sampaoli pede, liberando a grana para reforçar o time do coração. Já disse que não quer ser presidente e que se sente feliz formando um time à altura do gigantismo do clube.

O fato de o Galo disputar somente o Brasileirão pode ser um trunfo para Sampaoli e seus comandados. Enquanto Fla, Grêmio e Palmeiras estarão preocupados com Copa do Brasil e Libertadores, o Galo vai se aprimorar só para a competição nacional. Vale lembrar que Jorge Jesus, ao contrário de seus colegas, não gosta de poupar jogadores para competição A ou B. Com ele, todos têm de jogar todas as partidas e torneios. Isso, é claro, desgasta a equipe. Enfim, estamos vendo um novo tempo no Atlético, depois de seis anos de fracassos. Os últimos títulos comemorados foram da Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil. De lá para cá, o torcedor foi só sofrimento. Campeonato Mineiro a gente não conta, se bem que nem isso o Galo tem conseguido ganhar. A esperança está no Brasileirão, pois entrar para a história de ficar 50 anos sem ver o cheiro do troféu do Brasileirão é tudo que o torcedor alvinegro não quer. A esperança está no ar, e já vejo amigos meus, sempre otimistas, dizendo que “acabou para o Flamengo”. Teremos como comprovar se isso é verdade já na primeira rodada, quando os dois gigantes se enfrentarão.

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