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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Voltar com o futebol já neste semestre vai matar muita gente!

Não consigo imaginar a volta do futebol com estádios vazios e nem tampouco cheios. Acho que ele só deveria voltar quando tivermos a certeza de que não haverá riscos de contaminação


postado em 06/05/2020 04:00 / atualizado em 05/05/2020 20:20

Mineirão fechado durante a pandemia: enquanto não houver segurança, campeonatos deveriam continuar suspensos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 31/3/20)
Mineirão fechado durante a pandemia: enquanto não houver segurança, campeonatos deveriam continuar suspensos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 31/3/20)
Recebi mensagem de um amigo na qual ele dizia que “BH está bem mais tranquila com relação aos casos da COVID-19”. Sim, está graças ao prefeito Alexandre Kalil, que tem peitado, de forma contundente, empresários e aqueles que são a favor da flexibilização. Salvar vidas é o lema dele e de sua equipe de trabalho. Vale lembrar que o pico da pandemia do novo coronavírus no Brasil é estimado para o começo de junho, portanto, qualquer abertura agora pode significar a perda de vidas.

Tem gente brincando com a pandemia, achando que é coisa simples. Não é! O vírus é letal, mata crianças, jovens, adultos, idosos, mulheres, homens, enfim, mata de verdade. Estou vendo um grande movimento para que o futebol volte o mais rápido possível. Segunda-feira, perdemos o Jorginho, massagista do Flamengo havia 40 anos e pentacampeão com a Seleção Brasileira. Devo a ele muita gratidão, pois me aplicou injeções no período em que contraí pneumonia, numa cobertura do time canarinho.

Há várias suspeitas de contaminação entre funcionários do Flamengo, pois a doença é altamente contagiosa. E tem gente achando que é coisa simples. O povo, ignorante, sofre lavagem cerebral de governantes irresponsáveis e se aglomera em algumas partes do país. Em Manaus, existe um caos. No Maranhão, semelhante. A única forma de prevenirmos e não contrair o vírus é o isolamento social, o uso de máscaras e luvas. Não há outra maneira.

A Conmebol já fala em novo adiamento das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022. Ela está certa. Talvez até mude o sistema atual, que é de jogos ida e volta, por pontos corridos, para quadrangulares. Acredito que tudo o que puder ser feito para prorrogar a volta aos campos será válido. Não podemos simplesmente abrir o futebol, ainda que com portões fechados, ignorando a pandemia.

No entorno dos jogadores, há muita gente que trabalha, que vive na periferia, que ganha pouco e por aí afora. O contágio pode acontecer. Entendo a situação dos clubes e da população. Todos nós precisamos trabalhar para sustentar nossas famílias, mas entre morrer por contaminação do novo coronavírus e sair para trabalhar, se aglomerando no transporte público, é preferível ficar em casa. Entre a vida e a morte, temos que escolher sempre a vida. Tudo se soluciona na vida, exceto a morte.

Nos Estados Unidos, os órgãos de saúde alertam que pode haver uma nova onda da COVID-19 justamente pela flexibilização que, segundo os médicos, é precoce. O presidente pensa nos empregos e na economia. Os médicos, na vida. Para que vocês tenham uma ideia, em South Beach, Miami, os parques foram reabertos no fim de semana. Sete mil pessoas foram advertidas por não usar máscaras, acessório exigido aqui. Como resultado, o prefeito da cidade mandou fechar os parques outra vez, sem prazo para reabri-los. Vejam a ansiedade das pessoas e o desrespeito às regras.

No Brasil, estou vendo gente em feiras sem o uso das máscaras, sem nenhum tipo de prevenção. Aqueles idiotas que ficam postados em frente ao Palácio do Planalto, para falar com o presidente e puxar o saco dele, juntos e misturados, aglomerados, sem nenhuma proteção. Aquilo é um absurdo e, com certeza, se uma pessoa ali estiver contaminada, todos pegarão a doença.

As agressões aos profissionais de imprensa são absurdas e irresponsáveis. Aquilo não é manifestação democrática, e sim um desrespeito aos jornalistas, que estão trabalhando para informar. Aliás, todos os órgãos de imprensa aumentaram sua audiência em função da qualidade nas informações. Imprensa livre significa democracia de verdade.

Não consigo imaginar a volta do futebol com estádios vazios e nem tampouco cheios. Acho que ele só deveria voltar quando tivermos a certeza de que não haverá riscos de contaminação. Como neste ano isso é quase impossível, não vejo problemas em adiar o futebol para 2021.

Os presidentes de clubes vão dizer que quebrarão. Ora, a maioria sempre geriu os clubes de forma irresponsável e eles estão quebrados não por causa do coronavírus, e sim pelos desmandos, pelo pagamento de R$ 1 milhão a um técnico ou jogador. Por contratações esdrúxulas e equivocadas. Por fazer média com a torcida, pagando salários de Europa a jogadores medianos e medíocres.

A realidade econômica do Brasil não permite pagar essas fortunas aos jogadores e técnicos. Um diretor de futebol ganhar R$ 250 mil por mês é um assalto aos cofres do clube. O coronavírus é a válvula de escape que os dirigentes irresponsáveis precisavam para justificar o insucesso de suas gestões e a falta de organização. Clubes deficitários, quebrados, de pires na mão, pedindo esmola à TV Globo, antecipando cotas. Aí eu pergunto ao torcedor anônimo, que ama o clube de verdade: são esses dirigentes e esse futebol que vocês querem de volta, em detrimento de vidas que deverão ser perdidas caso se antecipe o retorno do esporte bretão?

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