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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Times brasileiros com o freio puxado e dívidas gigantes

Dirigentes estão receosos em fazer grandes investimentos e jogadores como Fred, Thiago Neves e Diego Tardelli estão em situação difícil


23/01/2020 04:00

Thiago Neves depois do jogo contra o CSA, quando perdeu um pênalti, na pífia campanha do rebaixamento com o Cruzeiro em 2019: armador rescindiu o contrato com o Cruzeiro e agora negocia com o Grêmio
Thiago Neves depois do jogo contra o CSA, quando perdeu um pênalti, na pífia campanha do rebaixamento com o Cruzeiro em 2019: armador rescindiu o contrato com o Cruzeiro e agora negocia com o Grêmio (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 28/11/19)


A temporada 2020 começou e os investimentos dos clubes brasileiros estão bem abaixo de outras épocas. Parece que a “quebra” do Cruzeiro alertou os outros dirigentes, que tiraram o pé do acelerador e evitaram contratações bombásticas, normalmente caras. Jogadores com salários astronômicos estão em apuros, entre eles Fred, Thiago Neves e Diego Tardelli. Tirando o Flamengo, que virou uma máquina de fazer dinheiro, vendendo jogadores a peso de ouro para o Real Madrid e, diga-se de passagem, jogadores que não têm história no futebol, como Reinier e Vinícius Júnior, os demais clubes, a maioria quebrada, não investiram. O Flamengo está conseguindo manter os campeões do ano passado e se reforçou, pagando alto por alguns jogadores que se destacaram na temporada passada. Com uma folha salarial na casa dos R$ 20 milhões, tem receitas de R$ 750 milhões para 2020, uma marca inimaginável. Só de arrecadação no Maracanã, ano passado, o rubro-negro faturou R$ 90 milhões, líquidos, para seus cofres. Ter um clube arrumado é outra história. O Palmeiras, que gastou os tubos para formar times na gestão do ex-diretor Alexandre Mattos, avisou ao técnico Vanderlei Luxemburgo que ele não pode gastar nada. Talvez uma ou outra contratação pontual. A dívida do Verdão era de R$ 170 milhões e pulou para R$ 560 milhões durante a gestão do ex-diretor, o que prova que ganhar títulos gastando o que não se tem é uma irresponsabilidade.

O Fluminense, que tem Ganso e Nenê, pra mim dois ex-jogadores em atividade, não pode se dar ao luxo de contratar Fred e Thiago Neves, jogadores com salários absurdos e que também já não produzem o que produziam. Foram campeões brasileiros em 2010 e 2012. Lá se vão 10 e 8 anos. Por isso, o tricolor vive atrasando salários, pois vocês acham que Ganso e Nenê ganham quanto? O Botafogo e o Vasco, que apenas figuram em competições, sem chances de ganhar, também estão na bancarrota. Serão figurantes, mais uma vez, no Brasileirão, pois não têm a menor condição de brigar por taças. E isso acontece com a maioria dos times brasileiros. Tirando Flamengo, Palmeiras, que ainda tem alguns bons jogadores, Grêmio, Corinthians e Santos, não vejo mais nenhuma equipe com chances de levantar canecos. Nem o Galo. Porém, numa Copa do Brasil pode acontecer, já que competição mata-mata não premia o melhor time ou a regularidade. Temos vários exemplos de times pequenos que ganharam a competição: Criciúma, Juventude, Santo André... Só que de uns tempos para cá, nem a Copa do Brasil quem não tem estrutura consegue ganhar.

Já era tempo mesmo de os dirigentes acordarem e não dar um pulo maior que a perna. Esses salários irreais têm que acabar. Vejam que o Cruzeiro, na Série B, pela primeira vez em sua gloriosa história, caiu e fixou o teto salarial em R$ 150 mil. Gente, esse salário é absurdamente alto. Apontem-me qual o médico, que salva vidas, qual professor, que nos ensina e nos educa, qual cientista, que descobre curas para doenças, ganha um salário assim ou perto disso? R$ 150 mil são cerca de US$ 35 mil, uma verdadeira fortuna. E no Brasil, os dirigentes, irresponsáveis, pois não têm responsabilidade fiscal, gastando sem ter. Chega dessa “farra do boi”. Ou o futebol brasileiro se adéqua à nova realidade, ou vira empresa, ou então vai falir. 98% dos clubes estão de pires na mão, quebrados e sem perspectiva. Ou os dirigentes mudam sua cabeça ou vão matar o nosso futebol de vez. Mesmo com a CBF premiando os campeões da Copa do Brasil e Brasileiro com quantias significativas, como jamais tivemos, não é suficiente para cobrir os altos custos do futebol. Mesmo porque, quando você paga salários de R$ 1 milhão a jogadores e técnicos, você está inflacionando a folha do clube e deixando a instituição quebrada. A maioria dos clubes já pediu dinheiro de cota de TV adiantado e deve até 2022. Eles estão sem credibilidade no mercado e, dessa forma, vira uma bola de neve. Quando conseguem vender um ou outro jogador, vem a Justiça e bloqueia, porque há dívidas judiciais e com a União. Chega gente! Basta de dirigentes amadores e incompetentes, ávidos por aparecer e se tornar conhecidos, que de futebol nada entendem. Já passou da hora de os clubes virarem empresas, ou então esse negócio chamado futebol não terá mais solução no Brasil. Ainda há tempo de salvar os clubes, mas que o governo federal não dê um centavo e nem promova mais nenhum Refis. Chega de ajudar clubes quando o povo vive na miséria, com 13 milhões de desempregados e mais de 30 milhões de cidadãos vivendo do subemprego. Esses, sim, merecem um lugar ao sol, não esses dirigentes, técnicos e jogadores, mercenários em sua maioria.


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