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Estado de Minas

O furacão que ameaça a Seleção em Miami e o jogo da vida do Cruzeiro

Não há previsão de cancelamentos dos treinos, mas, se realmente a cidade for atingida de forma grave, dificilmente teremos o jogo contra a Colômbia


postado em 01/09/2019 04:00 / atualizado em 31/08/2019 21:50

Tempestade que se aproxima da Flórida pode mudar os planos da Seleção Brasileira, comandada por Tite(foto: CARL DE SOUZA /AFP)
Tempestade que se aproxima da Flórida pode mudar os planos da Seleção Brasileira, comandada por Tite (foto: CARL DE SOUZA /AFP)


Envado especial a Miami – A Seleção Brasileira vai jogar contra a Colômbia, dia 6, no Hard Rock, subúrbio de Miami. Não sabemos se os jogadores que vêm da Europa conseguirão desembarcar, já que o furacão Dorian, categoria 4 – a escala máxima é 5 –, vai tocar o solo de Orlando na segunda ou terça-feira, com sérios reflexos em Miami. Não há previsão de cancelamentos dos treinos marcados pelo técnico Tite, mas, se realmente a cidade for atingida de forma grave, dificilmente teremos o jogo. Certo mesmo será a partida do dia 10, contra o Peru, em Los Angeles, no Rose Bowl, palco do tetra, em 1994.

Porém, já estou no clima de decisão de quarta-feira entre Internacional e Cruzeiro, que vale vaga na final da Copa do Brasil. Do outro lado deve dar Grêmio, que venceu o Atlhetico por 2 a 0 no jogo de ida, na sua arena. Percebo a torcida do time azul mais esperançosa. Depois do que viu do Inter contra o Flamengo, percebeu que a equipe gaúcha é boa, mas não imbatível. A defesa e o meio-campo são excelentes, mas o ataque quase inoperante. Como Fábio é um paredão e Dedé outra muralha na zaga, existe uma certa tranquilidade em não tomar gols, e apenas 1 a 0 já garante ao Cruzeiro a decisão nas penalidades.

Contudo, Rogério Ceni e seus comandados se preparam para vencer por dois gols de diferença e garantir a vaga. O Cruzeiro tem sido muito irregular, com jogos péssimos, como aquele contra o CSA, domingo. Uma vergonha empatar com uma equipe que está fadada ao rebaixamento. Porém, Copa do Brasil é outra história para o único hexacampeão da competição.

O Cruzeiro se agiganta nos momentos mais difíceis e consegue se superar. Resta saber se Thiago Neves, Fred e companhia têm essa consciência. Foi o que restou ao Cruzeiro nesta temporada. Fracasso vai marcar o ano de denúncias, corrupção e eliminações. O torcedor exige uma satisfação de um clube com folha milionária, na casa dos R$ 20 milhões mensais, e dívida de R$ 500 milhões. Uma diretoria envolvida em graves denúncias, sem respaldo nenhum com o torcedor, que anda pondo faixas de protestos na sede do clube. O Cruzeiro frequentou muito mais as páginas policiais do que as esportivas, sinal de que há muita coisa errada pelos lados do Barro Preto.

No futebol, porém, já passou da hora de esse grupo caro e de qualidade mostrar realmente do que é capaz. O grande problema do Cruzeiro está no meio-campo. Os volantes não são criativos e se limitam a tocar bola para os lados, com passes de um metro. Não são verticais e não chutam a gol. Para piorar, Thiago Neves, contratado como a cereja do bolo, até hoje não conseguiu ser sequer o bolo. Está muito aquém do que dele se esperava. Avisei quando ele foi contratado: não esperem ver o Thiago Neves que vocês viram no Fluminense em 2008. Ele ficou quatro anos no mundo árabe, ganhou petrodólares, mas o futebol caiu demais. Lá se treina pouco e não há competitividade.

Neste momento, porém, é hora de superação. Será realmente o jogo da vida do Cruzeiro, pois só restou isso. Eliminado da Libertadores e correndo risco de rebaixamento no Brasileirão, só mesmo a Copa do Brasil para salvar o ano financeiro e técnico. Se o Cruzeiro não chegar à final, passará por dias terríveis, sem dinheiro para pagar os salários, sem condições de arcar com os compromissos assumidos. O empréstimo de R$ 300 milhões, aprovado pelo Conselho Deliberativo, foi cancelado pela instituição financeira por conta das graves denúncias de corrupção envolvendo a diretoria.

A conquista da Copa do Brasil dará ao campeão R$ 62 milhões, o que seria suficiente para pagar três folhas. O Cruzeiro foi um dos clubes que mais investiram em jogadores errados. Quando foram contratados, eu disse que somente Edilson era importante. Mas nem mesmo ele deu o retorno esperado. Dinheiro jogado no lixo, com equívocos em cima de equívocos.

A conta chega uma hora, e a do Cruzeiro chegou. Pior que todos apontamos o time azul com o favorito aos títulos que disputava, mas, na prática, nada se confirmou. Uma pena, pois o torcedor se acostumou com taças e com um clube organizado. Ainda há esta pequena esperança, este pequeno respiro. Resta saber se os jogadores vão entender o péssimo momento e dar o máximo contra o Inter. É mesmo o jogo da vida e do ano.

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