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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Inter derruba o Cruzeiro e Mano

Mano Menezes foi chamado de 'burro' pela torcida e, de forma irônica, fez sinal de positivo


postado em 08/08/2019 04:00 / atualizado em 08/08/2019 00:37

Cruzeiro perde por 1 a 0 no Mineirão e vai em desvantagem para o Beira-Rio(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Cruzeiro perde por 1 a 0 no Mineirão e vai em desvantagem para o Beira-Rio (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Mano Menezes não é mais técnico do Cruzeiro. Ele pediu demissão no vestiário, logo após a derrota do Cruzeiro para o Internacional por 1 a 0, ontem, no Mineirão, gol de Edenílson. O time gaúcho deu um passo gigantesco para chegar à final da Copa do Brasil. Para isso, bastará o empate no jogo de volta, no Beira-Rio, em 4 de setembro. Mais uma vez o Cruzeiro foi um time sem qualidade, sem bom desempenho, sem interesse na vitória. O Inter fez um bom jogo, marcando bem, com um trio muito bom em seu meio-campo e acabou premiado com a vitória. Fábio salvou o time azul de tomar uma goleada, com duas defesas impossíveis. No lance do gol, defendeu a cobrança de falta de Guerrero, mas a defesa do Cruzeiro vacilou e deixou Edenílson pegar o rebote.

Mano Menezes foi chamado de “burro” pela torcida e, de forma irônica, fez sinal de positivo. Não havia mais clima para que ele continuasse no comando do Cruzeiro. Um time com uma diretoria acusada de envolvimento com corrupção e com jogadores ganhando fortunas para um futebol pífio. Muito coisa precisa ser revista no clube, que investiu uma fortuna para buscar um título e pode passar o ano de mãos vazias.

Envergonhado de tanta retranca, Mano entrou com Sassá de centroavante e referência na área. E ele jogou bem. Fez o pivô, deu dois chutes para fora e participou ativamente do jogo pelo lado direito. O grande problema do Cruzeiro eram os erros primários de passes. Robinho estava um horror. Thiago Neves nem foi notado em campo, tamanha a passividade.

O Inter fazia um bom jogo, com uma qualidade incrível nos passes e a segurança de seus homens de meio-campo. Um time muito bem treinado, mas que também não é ofensivo. O técnico é gaúcho, e não poderíamos esperar outra coisa. Se fizermos uma análise fria, perceberemos que os técnicos gaúchos acabaram com o futebol brasileiro, descaracterizando-o, com muita marcação e pouca ofensividade.

O Inter fazia aquilo a que se propunha, esperando um erro do time azul. A rigor, deu um chute a gol, em defesa tranquila de Fábio. Algumas boas jogadas pela esquerda e só. O jogo era disputado de intermediária a intermediária, daí o pouco trabalho dos goleiros. A torcida do Cruzeiro estava calada. Cansada de apoiar e não ver uma vitória de seu time há tanto tempo, estava desanimada.

O Cruzeiro era aquele mesmo time previsível das últimas partidas. Tinha jogador dominando a bola na canela, errando fundamentos básicos. Era visível que Mano Menezes não conseguia tirar mais nada do grupo. Estava desgastado. O empate sem gols no primeiro tempo foi justo, pela falta de interesse das duas equipes em atacar. Um futebol pobre, sem empolgar ninguém. Além disso tudo, é possível perceber que vários jogadores azuis já não rendem o que rendiam. Ariel Cabral e Henrique são volantes a moda antiga. Não chegam perto do gol adversário, não chutam e se limitam a tocar bola no meio-campo. Não há atacante que sobreviva a um esquema desses, já que Thiago Neves, que deveria ser o cara pensante da equipe, é peça nula.

Vitória colorada

 
O Cruzeiro voltou melhor no segundo tempo. Adiantou seu meio-campo, empurrou o Inter para trás e criou situações que não havia criado. Até Henrique arriscou um bom chute, de fora da área, que Marcelo Lomba defendeu. Era um Cruzeiro mais solto, mais criativo, mais ofensivo. O Inter caiu de produção e não saía do seu próprio campo. Mano tirou Sassá e pôs Fred. Errou na substituição, pois Sassá fazia boa partida.

O Inter parecia querer o empate. Nitidamente, não ameaçava Fábio. O Cruzeiro precisava vencer para acabar com a péssima fase. Num contra-ataque, Wellington recebeu na área e fuzilou, cara a cara com Fábio. O paredão azul fez belíssima defesa. Sempre ele salvando o time. No lance seguinte, Patrick foi ao fundo, cruzou para Guerrero, que tocou. Fábio salvou mais uma.

O colorado cresceu na partida. Era perigoso nos contra-ataques. E numa falta na entrada da área, Guerrero bateu, Fábio fez a defesa parcial e, no rebote, Edenílson tocou para o fundo do gol. O time gaúcho tomou conta do jogo. Fred não tocou na bola, o tempo passou e o time azul chegou ao oitavo jogo sem fazer um gol sequer.

O Inter leva uma grande vantagem para o confronto de volta em Porto Alegre. Empate o levará à final da Copa do Brasil. No vestiário, Mano pediu demissão. Ele não tinha mais clima para continuar, pois perdeu o grupo e não conseguiu tirar mais nada de nenhum jogador. Agora, o Cruzeiro sairá no mercado em busca de um técnico. Não há nenhum com grande trabalho desempregado. Abel Braga já não é o mesmo. Fez um péssimo trabalho no Flamengo, recentemente. Quem sabe um técnico estrangeiro resolva o problema?


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