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Estado de Minas COLUNA HIT

Romero Pimenta: 'Não somos nada diante do todo'

No 'Diário da quarentena', empresário revela que o mais importante, nestes dias de isolamento, é ser solidário com o próximo


postado em 19/05/2020 04:00

Diário da quarentena

Sejamos solidários

Romero Pimenta
Empresário

14 de março: festa de aniversário de 5 anos do meu filho para 200 convidados.
15 de março: início de um isolamento sem prazo para acabar.

Tudo muito rápido. Tudo muito estranho. De repente, todos sumiram. Somente notícias virtuais. Especialistas agindo no âmbito do achismo. Políticos querendo tirar vantagens. Nós, contribuintes e vítimas das decisões daqueles que resolvem as medidas, ficamos soltos à deriva em um mar de informações desencontradas e, muitas vezes, contraditórias. Resolvi não pensar mais no poder, tampouco nas falas dos políticos.

Voltamos, eu e a família, aos afazeres domésticos.

Lavar, passar, cozinhar e conversar.

Às vezes perco a hora e entro pela noite falando com o meu filho mais velho.

Às vezes passo a manhã inteira falando dos dinossauros com o mais novo, enquanto tento ajudar o filho do meio a realizar as tarefas, on-line, da escola. Ao meu lado, a minha melhor metade ensinando-me que a resiliência e o amor são fortalecidos pela sensibilidade feminina.

Tudo mudou, mas nada poderia ter efeito tão surpreendente como o medo da doença, a possibilidade do sofrimento do corpo.

A fé em Deus cresce nos momentos de aperto. A alma foi ficando mais leve.

Deus...

Como tenho te perturbado buscando respostas.

Agora tenho tempo de pensar em coisas já esquecidas que ficaram sem explicações.

Cobro Dele o que ficou pra trás. Agora tenho tempo de reconhecer quantos privilégios tenho na vida. Agradeço a Ele por cada minúscula dádiva recebida ao longo de todos os anos vividos.

Amigos...

Descobri que me fazem falta somente aqueles de quem gosto muito.

Alguns, até, de pouco convívio antes da crise.

De tantos outros, nem me lembro mais.

Família...

Vivemos a prova de que nada e ninguém no mundo pode ser mais importante do que aqueles com quem passamos os dias e as noites dividindo alegrias, angústias, vitórias e derrotas.

Depois de mais de 60 dias confinado, comecei a temer a volta.

Acho que sentirei saudades deste tempo que tem me perturbado tanto.

Acho que estou fazendo a terapia de minha vida inteira.

Serei diferente, com certeza.

O meu mundo foi reduzido.

Meus sonhos ampliados.

Meus desejos simplificados.

Minha realidade foi aceita em toda a sua plenitude.
Instalei-me na vida maravilhosa que sempre tive e de que tanto já me queixei.

Aprendi, até o momento, que nada pode ser mais valioso e importante do que estar em paz com Deus e os homens.

Sinto-me feliz.

Conselho?

Somente um:

– Sejamos mais solidários com os nossos irmãos.

Fazer o bem nos faz muito bem.

Tudo vai passar, somente ficará o grande legado do que fizemos nestes estranhos dias em que tivemos a mágica oportunidade de nos reavaliar.

Dias de luz e sabedoria para quem pode buscar, em seu interior, a humildade de reconhecer que não somos nada diante do todo.

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