Em sua 46ª edição, a Campanha de Popularização Teatro e Dança tem 150 espetáculos em cartaz até fevereiro. Desses, 52 são estreantes na Campanha. Entre eles, Galanga Chico Rei. Na coletiva de lançamento do evento, sexta-feira (3), na sede da Funarte, Maurício Tizumba não escondia a emoção de levar o espetáculo, agora como solo, oito anos depois da estreia com elenco de 12 atores e direção de Titane e João das Neves. A opção de transformá-lo em um monólogo foi questão econômica. Afinal, manter uma companhia com 12 artistas não é fácil. “Quero me pôr à prova”, afirma Tizumba sobre encarar sozinho no palco do Grande Teatro do Palácio das Artes a história de Chico Rei, “que, como a de tantos outros heróis negros, não é contada”.
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Em cena, em única sessão no dia 1º de fevereiro, Tizumba estará acompanhado por Everton Coroné, Sergio Silva e Alysson Salvador.
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Inês Peixoto também estreia seu espetáculo, Órfãs de dinheiro, na Campanha. Ótima oportunidade para quem não viu a curtíssima e elogiada temporada da montagem, no segundo semestre do ano passado, no Teatro João Ceschiatti. “Estava em turnê com o Galpão, mas sentia a necessidade de estrear o meu primeiro espetáculo autoral”, conta a atriz, que faz parte da companhia de teatro.
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Em cena, Inês atua dentro de uma canoa azul, que, segundo ela, foi feita para que pudesse carregá-la dentro de um carro. A cenógrafa Thaíssa Campos fez tudo de acordo com a vontade de Inês. Com 37 anos de carreira, a atriz conta que o desejo de escrever um texto é de muito tempo. “Falo de mulheres pelo meu corpo de agora. Conto, em primeira pessoa, a história de três mulheres em situação de vulnerabilidade por não se sustentar e como a economia é cruel com a mulher”, diz ela, lembrando que a direção é de Eduardo Moreira. A peça cumprirá temporada de 22 de janeiro e 2 de fevereiro, no Ceschiatti. Inês também poderá ser vista na Campanha assinando a direção de Doida, monólogo de Teuda Bara, sua colega e amiga do Galpão.
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A agenda de Inês não se restringe a Órfãs de dinheiro. Ainda em fevereiro, ela grava o longa As órfãs da rainha, de Elza Cataldo. As gravações serão em fazenda em Tocatins, bem próximo a Cataguases. No Galpão, serão dois projetos. Um baseado em poetas contemporâneos brasileiros vivos, com direção de Marcelo Castro e Vinicius Souza; outro, provavelmente um musical baseado em Brecht, com direção de Eduardo Moreira e Júlio Maciel.
CENTENÁRIO
FESTA EM DOSE DUPLA
Na saída da Funarte, pouco depois do fim da coletiva de lançamento da Campanha de Popularização Teatro e Dança, o diretor Pedro Paulo Cava era um dos mais animados. Brincando, dizia entre amigos que o ano é de comemoração de data redonda. “São 30 anos do Teatro Cidade e 70 meus. Vamos fazer uma festa de 100 anos!”