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Estado de Minas

Helvécio Carlos


postado em 07/07/2019 04:00

 

Um grande presente, uma grande alegria

Eduardo Guarani, de 41 anos, afirma que o pai, o empresário Flávio Guarani, que morreu há oito anos, foi a grande influência em sua vida profissional. “Ele sempre foi empreendedor, vivia no meio empresarial. Desde pequeno, eu frequentava o escritório, ia trabalhar com ele na empresa. Cresci nesse ambiente”, conta. Diferentemente de Flávio – com formação em administração de empresas e sucesso no setor de agronegócio com a Fazenda São João –, Eduardo é bem-sucedido no mercado fitness, no qual entrou por acaso. Para ele, não se trata de um segmento de luxo. “Não é luxo, porque muitas atividades podem ser praticadas ao ar livre, de graça. Então, basta querer para começar a se exercitar. Faz bem para o corpo, para a alma e para a saúde mental. Enfim, é um pacote completo. Transforma o dia a dia das pessoas para melhor, traz qualidade de vida e disposição”, acrescenta. Há 15 anos no mercado, Eduardo Guarani lembra que o setor passou por diversas fases. “Naquela época, era difícil encontrar uma academia construída exclusivamente para ser academia. Elas eram adaptadas e operadas em casas comuns. O acesso a equipamentos de ponta era muito limitado. No início dos anos 2000, o grande diferencial era oferecer bons equipamentos. O aluno se satisfazia com poucas modalidades”, explica. A mudança ocorreu a partir de 2010, devido à facilidade das importações. “Os equipamentos se tornaram commodity. O diferencial passou a ser as pessoas, o capital humano e a prestação do serviço em si”.

COM A PALAVRA EDUARDO GUARANI, EMPRESÁRIO

Seu pai era da área de engenharia. Em entrevistas, ele disse que não tinha noção do que seria trabalhar com gado de leite na Fazenda São João. Mas esse empreendimento se tornou um dos modelos de agronegócio mais bem-sucedidos do país. Ele teve sorte ou era empreendedor nato? 

Essa história é muito interessante. Não éramos do ramo do agronegócio, mas fomos a primeira grande fazenda de leite no Brasil a ser projetada do papel diretamente para o campo. Naquela época, nos anos 1990, todas as grandes fazendas produtoras de leite demoraram gerações pra produzir 30, 40, 50 mil litros por dia. Já com o projeto True Type foi diferente. Ele se iniciou no papel, mas já no primeiro mês produzia 20 mil litros por dia. Em dois anos, produzíamos 50 mil, sempre estivemos entre os cinco maiores produtores do país. Na verdade, meu pai nunca exerceu a engenharia, sempre atuou na administração de empresas. A fazenda se iniciou como hobby, inicialmente criando cavalos campolina. Depois, profissionalizou-se, mudando para a pecuária leiteira. Eu o via como um grande empreendedor que também contou com a sorte. Infelizmente, ele nos deixou em 2011. Sinto muito sua falta.


O que o levou ao mundo fitness? 

A nossa história com a Cia. Athletica começou no Shopping Pier 21, em Brasília, onde tínhamos negócios. Haveria uma inauguração da Cia. Athletica lá e, em uma das reuniões com o shopping, conhecemos os sócios do grupo. Houve identificação imediata e grande sinergia na ideia de levar um grande projeto para BH. Naquele início dos anos 2000, os projetos de agronegócio se expandiram e começaram a demandar atenção mais intensa do meu pai e de Huguette. Então, eles propuseram me passar o bastão. Foi um grande presente, uma grande alegria.

 

Quais os desafios da Cia. Athletica nos próximos anos? 

Para celebrar esses 15 anos, estamos fazendo um grande investimento adicional com o objetivo de continuar tendo a melhor estrutura, atendendo todos os públicos e trazendo as melhores novidades disponíveis no mercado mundial. O upgrade em infraestrutura e tecnologia que estamos trazendo é sem precedentes no mercado fitness de BH. Faremos investimentos da ordem de R$ 5 milhões, temos a expectativa de aumentar em 20% o número de alunos. Todo o espaço será otimizado com o objetivo de oferecer melhores serviços e experiências a alunos e colaboradores. Transformaremos áreas ociosas em produtivas. A reforma engloba todas os setores dos nossos 5 mil metros quadrados. Faremos a troca maciça de equipamentos pela linha premium da Technogym. Esses equipamentos contarão com a tecnologia do sistema My Wellness, o que há de mais moderno em conectividade entre aluno, academia e equipamento.

 

Do início dos anos 2000 pra cá, o que mudou no comportamento das pessoas em relação à academia? 

Há uma grande diferença na sazonalidade. Nos anos 2000, tínhamos definidos os meses fortes e os fracos. Dezembro, janeiro e julho eram meses de pouco movimento. Agosto e setembro eram muito fortes, enquanto os outros eram intermediários. As pessoas usavam muito a famosa "operação verão": treinava-se bastante antes da estação mais quente do ano, das festas de fim de ano e do carnaval, depois se diminuía o ritmo. Hoje, temos um fluxo bem mais homogêneo durante todo o ano. A grande diferença que percebo é o comportamento das pessoas. Hoje, todos percebem a importância de praticar atividades físicas regularmente. As pessoas buscam mais o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida do que apenas a boa forma física.


Que conselhos você daria a quem pretende empreender? 

No Brasil, empreender é muito desafiador e muito caro. A nossa legislação não ajuda. A grande qualidade do empreendedor é saber montar uma boa equipe. É preciso ter especialistas a seu lado, de preferência melhores do que você, e trabalhar em conjunto. Buscar aprender sempre. Delegar, porém acompanhar de perto. É preciso treinar e atualizar o time, incentivar colaboradores a terem novas ideias, implantando as melhores com agilidade. O mercado se transforma rapidamente. Só assim é possível se manter atualizado e conseguir entregar algo inovador e com alto valor agregado ao cliente.

 

Como você se divide entre a administração da academia e o dia a dia com a família? 

Isso é sempre um desafio. Em minha atividade, temos a obrigação de prestar o melhor serviço todos os dias. Não temos produtos parados na prateleira esperando cliente, precisamos construir um novo dia, sempre. Fazer com que nosso aluno saia daqui melhor do que entrou. Esse é o nosso grande desafio. Mas isso demanda muito tempo e presença, então procuro trazer minha família para perto para que todos pratiquem atividades físicas. Todos os dias, as crianças saem da escola e vêm direto para a Cia. Elas amam o programa Kids, há muitas modalidades para elas. Minha esposa é grande entusiasta e praticante de atividades físicas. Muitas vezes, ela vira a minha parceira de treino. Fica de olho nos detalhes, sempre me ajudando a buscar melhorias contínuas. Tudo isso é possível por termos estrutura muito completa, que consegue atender do bebê à melhor idade. Sinto-me privilegiado em conseguir unir as duas coisas em minha rotina.

 

Atividades físicas fazem parte de sua rotina? Quantas vezes por semana? 

Treino cinco vezes por semana. Dependendo da época, costumo variar bastante. Atualmente, tenho feito crossfit, natação e spinning.

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