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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Uma pausa providencial para ajudar o técnico Pepa

Pepa foi contratado exatamente por conta dessa sua filosofia de jogo, moldada em ter defesas sólidas e uma saída de bola rápida, em contra-ataque.


14/06/2023 04:00
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Quando nuvens carregadas começam a tampar o azul celeste do horizonte, nos chegam esses dias de alívio. Essa paradinha no Brasileirão tem sido comemorada por todos os times – exceto o Botafogo, líder embalado do campeonato. Para nós, além de uma pausa para recuperar os cacos das últimas partidas, o momento também pode servir para despertar o Cruzeiro para repensar suas estratégias para o restante da temporada. Mas não o técnico Pepa, mas sim, a diretoria da SAF Cruzeiro. É ela a principal personagem nessa “requalificação”.

Na sua chegada, em março deste ano, o treinador português surpreendeu com projeções otimistas para a temporada 2023, em contraponto ao discurso pessimista tanto da diretoria quanto do ex-comandante Pezzolano. Enquanto os dois últimos previam o time “lutando para não ser rebaixado novamente”, Pepa chegou falando em conquistas.

Porém, todos entenderam seu discurso como algo motivacional e não como um delírio. A imprensa não tratou essa fala como “loucura” ou “falta de conhecimento” de Pepa. Nem mesmo nós, torcedores, nos iludimos. Pelo contrário, todos trataram como deveria ser: uma tentativa de trazer alto astral e confiança. Tão somente.

Ver o Cruzeiro sair de uma vice-liderança e de uma real chance de eliminar o  Grêmio na Copa do Brasil para, em tão pouco tempo, uma fila de 8 jogos sem vencer, não deveria surpreender ninguém. Tampouco, ser motivo para questionar a qualidade do trabalho de Pepa. Pelo contrário, a oportunidade de reflexão dada por essa pausa pela “data Fifa” deveria ser carapuça para a SAF pensar o que ela pode contribuir para melhorar o escrete.

Pepa foi contratado exatamente por conta dessa sua filosofia de jogo, moldada em ter defesas sólidas e uma saída de bola rápida, em contra-ataque. Resumindo: preparar um time para sofrer frente a adversários mais qualificados; suportar pressões e beliscar uma vitória no erro do oponente.

Já o atual elenco, limitado tecnicamente e numericamente, também cumpre o que se pode esperar dele. Obediência tática, gana por jogar futebol e esparsos bons resultados. Nossa pontuação intermediária é o esperado para o que esse plantel montado pela SAF Cruzeiro pode nos dar. Não adianta espremer a mesma laranja várias vezes.

Alguns jogadores ainda estão devendo, como o experiente centroavante Gilberto. Mas é uma má fase individual e pode sim ser passageira.

Vejamos o próprio Wesley, que há pouco tempo era odiado por 100% da Nação Azul. Aos poucos, ele vem se mostrando importante e fiel ao esquema de Pepa. Saiu da esquerda para a direita. Ali, equilibrou a marcação, dando segurança aos avanços de William – que cresceu desde então. Agora, Wesley também vem reencontrando o caminho do gol, principalmente, na velocidade, como nos tempos de Palmeiras. Vide o tento contra o Bahia.

Já a SAF Cruzeiro precisa se esforçar mais para qualificar o elenco, em quantidade de opções e qualidade técnica, como na zaga. No meio campo, a longa jornada do Brasileirão já fez diversas vítimas por contusões – como Mateus Vital e Ramiro – e por suspensões. E fará muitas outras ao longo das 28 rodadas restantes. Além disso, nos ronda o perigo de perdermos peças importantes que despertam o interesse de clubes mais poderosos financeiramente, como é o caso de Bruno Rodrigues – para quem sequer temos um reserva minimamente qualificado.

Mas volto a bater na tecla dos rabiscos da semana passada: não podemos cair no papo da “terra arrasada”. Com um pouquinho mais de esforço – e mão no bolso – da SAF, conseguiremos atingir o verdadeiro objetivo do ano: nos classificarmos para uma competição internacional em 2024. Uma bela surpresa se estivermos na pré-Libertadores e um sonho realizado se disputarmos a Copa Sul-Americana, que tem tudo para ser encarada como a Supercopa Libertadores de 1991, que serviu para sacramentar a recuperação do Cruzeiro na pós-década de 1980.

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