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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

A estreia do Cruzeiro roubada há dois anos

Reconstrução passa por manter o clube sendo o povo, então, "bora" gritar por ele hoje de novo?


postado em 22/01/2020 04:00 / atualizado em 21/01/2020 22:49

Adilson Batista tem a missão de reconstruir o time do Cruzeiro aproveitando as joias da base que foram renegadas em 2019(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Adilson Batista tem a missão de reconstruir o time do Cruzeiro aproveitando as joias da base que foram renegadas em 2019 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


Foram 45 dias entre a descida das escadarias da arquibancada no Cruzeiro e Palmeiras e hoje, quando as subirei novamente com o manto sagrado a estrelar meu peito. Sabemos a tragédia vivida nesse hiato, fonte de cicatrizes ou mesmo feridas abertas ainda.

Há quem carregue tristeza ou vergonha. Hipocrisia não é do feitio do cruzeirense. Sendo assim, não direi que tenho comigo alegria. Quando a queda é de um gigante, ela dói mais, porque ao contrário de outro clube mineiro que já tombou, a nossa distância até a lama e o fundo do poço historicamente é maior.

O que meu apoio levará na noite de hoje é amor incondicional de um lado, e lamentação de outro. Essa última pela “estreia da reconstrução” não ter ocorrido sem tantas dores há dois anos, no Cruzeiro e Tupi, de 17 de janeiro de 2018, quando ainda nem sequer sonhávamos ser aquele apenas o primeiro jogo sob as garras da diretoria mais canalha da nossa história. Lamento que a parte boa do atual movimento de modernização não seja apenas um déjà-vu do que deveria ter sido naquele ano.

Se hoje fosse apenas um “eu já vivi isso antes”, em vez do surgimento do exército da destruição de Wagner Nonato Pires Machado de Sá e seu Conselho Paquiderme Deliberativo, estaríamos agora colhendo os louros de dois anos de austeridade, transparência, moralidade, reequilíbrio financeiro e limpeza ética, infelizmente, só impostos agora pelo Conselho Gestor, Ministério Público, forças policiais e, principalmente, pelos torcedores que foram às ruas lutar por mudança.

Se a realidade de hoje fosse realmente apenas um déjà-vu, o Portal da Transparência não seria desejo, mas sim realidade. Impedindo o surgimento de cabides de emprego, desmandos, salários astronômicos de alguns jogadores (acrescidos de gorduras questionáveis a atravessadores) e irresponsabilidades financeiras. Já seríamos um muro de concreto contra a corrupção, politicagem, feudos familiares, agentes e empresários bandidos.

Teríamos capacidade, inclusive, de dizer “basta” ao Manobol, logo ao primeiro indício de que relegaria ao esquecimento as joias da categoria de base, deteriorando um patrimônio do clube que pedia passagem para gerar dividendos.

Para impedir a existência desses dois anos roubados, seríamos capazes de devolver a Copa do Brasil de 2018 em troca de que o momento de reconstrução de hoje tivesse acontecido antes do abominável surgimento de Wagner Nonato Pires Machado de Sá. Certamente, não estaríamos passando pela mancha que eles nos causaram e mesmo sem a sexta conquista, o Cruzeiro continuaria a ter o dobro (triplo, quíntuplo) de títulos em relação a soma de TODOS os outros clubes de Minas Gerais.

Mas se levarei lamentação, também irei ao Mineirão com o meu amor incondicional pela instituição. O momento de união entre torcida e clube tem trazido uma incontrolável vontade de nos doarmos à reconstrução. Ao nos entregarmos a esse mutirão celeste, ganhamos recompensas, como a de poder sentar na arquibancada do nosso palco celeste e nos tornarmos protagonistas do primeiro jogo do recomeço.

Algum dia, você temeu não ter mais o Fábio no gol? Sonhou em ver surgir da base um defensor clássico como o Cacá? Teve a chance de contar em campo com um jogador que declarou amor eterno pelo seu clube, como fez o Leo? Ficou revoltado por não ver o Maurício titular no lugar dos acomodados medalhões?

Lamentou as injustiças do Manobol com o Popó e outras joias do clube que tanto precisavam de uma chance para serem lapidadas?

Se respondeu um mísero “sim” nesse questionário, então, amigo cruzeirense bruto, eu lhe faço o convite: #BoraGritarDeNovoPeloCruzeiro.


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