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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Basta uma dose de Tardelli e estamos de novo aprumados


postado em 15/02/2020 04:00 / atualizado em 14/02/2020 23:51

Desde Lucas Pratto que a 9 de Reinaldo estava em estado de vacância: com Tardelli, agora vai (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 19/11/14)
Desde Lucas Pratto que a 9 de Reinaldo estava em estado de vacância: com Tardelli, agora vai (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 19/11/14)

O que este ordenhador de pedras pode dizer sobre o Galo de Dudamel? “Dudafel”, me escreve um amigo. Aciono meus contatos, falo com meus espiões secretos: os treinos de Dudafel, digo, Dudamel, são ruins, superados, difícil que dessa forma se construa uma equipe competitiva. Ouço o professor instruir seus comandados à beira do campo. Carajo, non entiendo puerra ninguna! Verdade que o sangue alvinegro corre hoje pelas veias abertas da América Latina, e que há uma penca dos nossos que nasceram sob a língua de Borges e Gabo, que sorte. Mas, e nosotros, que apenas fizemos o Mobral na disciplina do Portunhol Selvagem, tipo duela a quem duela? Tamo lascado!

Bem, antes que os xenófobos se manifestem, preciso dizer que os errados somos nós, falantes desse esperanto continental que é o português, zero Nobel de literatura, uma livraria para cada milhão de habitante, inglês apenas para se referir à sale no lugar da boa liquidação, shoulder bag ao invés da simpática buceta de ombro, por que não? E o francês? Além do abajur, serve somente à causa de nominar edifícios com coluna grega, que mierda! De modo que, esperamos, a Zé Ruelison e seus compatriotas já esteja sendo ministrado um espanhol a jato.

Ressalve-se também que Dudafel, puerra, Dudamel acabou de chegar. Lembra a mim mesmo, saído do Itaú e acabado de desembarcar no Santander. Apresentei minhas credenciais, hablei sobre uma bem-sucedida carreira de periodista e tal. A gerente abriu a conta, me deu um cartão preto (black) e apresentou sua extensa carteira de investimentos. Desde então, só faço crescer o cheque especial, aquela penúria de empregada doméstica que faz turismo em Cachoeiro do Itapemirim. E o que pode fazer a gerente a não ser me emprestar mais algum? É exatamente este o caso do atleticano com relação a Dudamel: só nos resta lhe conceder mais crédito. E seja o que Deus quiser.

Fosse como o cruzeirense, o atleticano estaria tranquilo. Sim, porque diante da peleja mal jogada, do arranca-toco que se perpetua, o cruzeirense vai paulatinamente desaparecendo, sábio que é, vai cuidar da vida. O atleticano não. O atleticano se obriga a permanecer, o jogo do Galo é um remédio controlado que ele não pensa em parar — ele simplesmente engole. E dessa forma nos oferecemos em sacrifício durante 90 minutos, para sermos massacrados pelo Campinense da Paraíba. E achamos isso normal. Não o resultado (disso a gente reclama e tal), mas o próprio ato de deixar-nos por tanto tempo submetidos a espetáculo tão deprimente, um caso típico de autoflagelo, uma espécie de Síndrome de Estocolmo. Ao final daquele perrengue, tenho a certeza de ser um viciado em nível Amy Winehouse, um alcoólatra na fase do gim.

Daí, a gente acorda naquela rebordosa, a ressaca pelas 23 bolas chutadas contra a nossa meta e... Carajo!!! O Tardelli voltou!!! Puta que lo parió!!! Sette Peles gênio! Agora sim, o Dudamel tem a peça que faltava em seu treino revolucionário! É agora que o Hyoran deslancha, igual o Bernard quando o Ronaldinho chegou! Quando se está de ressaca, o Tardelli é aquela cervejinha pra rebater. Tardelli neles! Tardelli neles! Coitado do Soteldo, aquele Neto Berola piorado, perto de Dom Diego. Desde Lucas Pratto que a 9 de Reinaldo estava em estado de vacância. Não pode. Este o problema agora diagnosticado: a 9 de Dario, Reinaldo, Marques e Mário de Castro estava a cargo de um Di Santo dos inferno. Agora vai!

Basta uma dose de Tardelli e estamos de novo aprumados para a luta. Isso é o atleticano, esse Chuck Norris do futebol mundial. Você veja o roteiro que nos aguarda: depois de passar a duras penas pelo Campinense, vem aí o Afogados. Isso só pode ser Deus — ou o Diabo — querendo nos pregar uma peça. Todo cuidado é pouco: com este nome, é imperativo sobreviver ao Afogados, ainda que de snorkel e pé de pato. De resto, e já embebido em doses cavalares de Dom Diego, podem anotar: passaremos por esse Unión na quarta-feira. El pueblo, unido, jamás será vencido!

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