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Operários. Na arte e nos campos

Na cidade mais workaholic do país, Tite recorre a velho ateliê para colocar ordem no canteiro de obras da Seleção e transformá-la numa linda tela de Tarsila do Amaral


postado em 22/06/2019 04:08

 
 
São Paulo – O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), na Avenida Paulista, recebe até 28 de julho a exposição Tarsila Popular. Das 92 obras modernas da artista Tarsila do Amaral (1886-1973), uma representa o momento “surreal” da Seleção Brasileira – e da torcida na relação com o time de Tite – nesta Copa América. Pintada a óleo, a tela Operários (1933) exibe 51 trabalhadores de todas as cores e raças lado a lado, com feições cansadas e desesperançadas. Rostos conhecidos e anônimos olham pra frente, sem interação, hipnotizados com o contexto do país à época: o processo de industrialização. Uma fumaça cinza saindo das chaminés das fábricas completa o cenário.

A linha de produção de craques da indústria do futebol nacional entrou em colapso. Carente do lesionado Neymar, único fora de série da atual geração, a Seleção sofre para ajustar a engrenagem do time de operários responsável por reconquistar a Copa América depois de duas eliminações nas quartas de final para o Paraguai (2011 e 2015) e uma na fase de grupos da edição centenária (2016) diante do Peru – adversário de hoje, às 16h, pela última rodada do Grupo A, no Itaquerão, velho ateliê de obras-primas assinadas por Adenor Leonardo Bachi. O Brasil precisa no mínimo empatar para confirmar presença nas quartas de final. Na pior das hipóteses, avançaria em terceiro.

A firma de Tite funciona a toque de caixa do meio-campo para trás. Não sofre gol há quatro jogos. Acumula vitórias sobre Catar (2 x 0), Honduras (7 x 0), Bolívia (3 x 0) e o empate por 0 a 0 da terça-feira com a Venezuela, na Fonte Nova. Aparentemente, não há razão para trocar os operários Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís.

Único jogador do atual grupo campeão da Copa América, em 2007, na Venezuela, o lateral-direito terá uma tarde especial. O capitão do canteiro de obras de Tite igualará hoje Pelé em número de partidas com a camisa da Seleção: o Rei disputou 113 partidas e fez 95 gols com a amarelinha. Daniel Alves tem 112 jogos e sete gols.

ATAQUE Na frente, há risco de alguém não bater o ponto contra o Peru. O volante Casemiro e o armador Philippe Coutinho estão pendurados. Se receberem o segundo cartão amarelo, terão de cumprir suspensão nas quartas. Perder Casemiro é um trauma para Tite: há um ano, ficou sem o cabeça de área nas quartas contra a Bélgica e foi eliminado na Copa da Rússia. Já Coutinho é o artilheiro da Seleção na Copa América, com dois gols.

Operário padrão nos jogos anteriores, Everton conquistou a torcida com a pintura que até Tarsila do Amaral assinaria ao deixar a marca na tela do Morumbi contra a Bolívia e por dar mais agressividade ao time diante da Venezuela. As atuações deixam outros “peões de obra” sob pressão. David Neres e Richarlison devem dar lugar, respectivamente, a Everton e Gabriel Jesus. Elogiado por chutar de média e longa distância e pela evolução nos arremates, Jesus tem bônus na caderneta de Tite. Balançou a rede do Peru, em Lima, nas Eliminatórias’2018.

Em uma das raras entrevistas de Tarsila do Amaral, ela disse: “Quero ser a pintora do meu país”. Resta a Tite pegar o pincel, a tela, as tintas verde, amarelo, azul e branca e se inspirar no velho ateliê do Itaquerão para transformar uma Seleção Brasileira de operários em quadro minimamente confiável e apreciável na Copa América.

Visitante ilustre Cortado depois de sofrer lesão no tornozelo, Neymar apareceu ontem na concentração da Seleção, em São Paulo, mas apenas para incentivar os companheiros, a comissão técnica e fazer tratamento com o médico Rodrigo Lasmar. Além de avaliar a contusão, o atacante, de 27 anos, negocia o futuro – é alvo de Barcelona e Real Madrid e pode deixar o PSG – e tenta resolver problemas jurídicos depois de acusado de estupro pela modelo Najila Trindade, em Paris. Neymar, que está caminhando sem muletas, é esperado hoje, no Itaquerão, para assistir ao duelo com o Peru da tribuna de honra. “Desejei sorte, saúde, luz a ele. A Seleção é o ambiente em que ele se sente bem”, disse Tite.


O ADVERSÁRIO
Ataque forte, mas defesa incerta
O Peru versão’2019 destoa um pouco da seleção que foi buscar a classificação para a Copa do Mundo da Rússia’2018, após 36 anos de ausência. Sem os zagueiros que sustentavam a defesa peruana, Christian Ramos e Alberto “Mudo” Rodríguez, o técnico Ricardo Gareca ainda não conseguiu encontrar a mesma segurança na retaguarda.  Para complicar mais, é possível que a dupla de zaga em que Gareca confia não possa enfrentar o Brasil. Carlos Zambrano sentiu um incômodo na vitória por 3 a 1 sobre a Bolívia e não treinou com os companheiros na quinta-feira. Seu substituto seria Miguel Araujo ao lado de Luis Abram. Mais uma vez, a principal aposta será Paolo Guerrero, um dos principais artilheiros da Copa América com 12 gols. O Peru também precisa ficar atento com os pendurados, já que quatro de seus jogadores (Zambrano, Guerrero, André Carrillo e Renato Tapia) poderiam ficar de fora das quartas de final caso recebam outro amarelo.


FICHA TÉCNICA
Brasil x Peru
Brasil: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís; Casemiro, Arthur, Philippe Coutinho, Richarlyson (Éverton) e David Neres; Roberto Firmino (Gabriel Jesus)
Técnico: Tite
Peru: Gallese; Advíncula, Araujo (Zambrano), Abram e Trauco; Tapia, Yotún, Polo e Farfán; Cueva e Guerrero
Técnico: Ricardo Gareca
3ª rodada do Grupo A da Copa América
Estádio: Itaquerão
Horário: 16h
Árbitro: Fernando Rapallini (ARG)
Assistentes: Hernan Maidana (ARG) e Eduardo Cardozo (PAR)
VAR: Andres Rojas
Pendurados: Casemiro e Philppe Coutinho
TV: Globo e Sportv


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