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Estado de Minas DICAS DE PORTUGUÊS

O mundo, emocionado, deu o último adeus a Pelé. Sem pleonasmo

O Rei do Futebol recebeu inúmeras homenagens durante a vida. Ao morrer, em 29 de dezembro, levou consigo o derradeiro adeus dos súditos


08/01/2023 04:00 - atualizado 06/01/2023 23:59

Fãs com camisa da Seleção Brasileira, cartazes e réplica de troféus fazem fila durante o velório de Pelé, em Santos
Admiradores de Pelé foram à Vila Belmiro se despedir do Rei do Futebol (foto: Nelson Almeida/AFP)


Pelé se foi. Está no céu batendo bola com Deus. A partida do rei ganhou manchetes na imprensa do mundo todo. Muitos comentaristas falaram em último adeus. Muitos questionaram: último adeus é pleonasmo?
 
Há despedidas e despedidas. Nas mais curtas, dizemos tchau, até já, até logo, até logo mais. Nas médias, até à vista. Nas compridonas, adeus. Durante a vida, podemos dar vários adeuses à mesma pessoa. Na morte, damos o último. Não é pleonasmo.

Posse

A semana foi de muito movimento. Luiz Inacio Lula da Silva brilhou mais. Depois vieram os ministros. Em meio a solenidades, cumprimentos, desfiles, discursos, recepções etc. e tal, pintou a curiosidade. O que quer dizer posse? A palavra vem do latim posse. Significa poder. Cumprido o protocolo, os eleitos passam a exercer o poder que pleitearam ao se candidatar a este ou àquele cargo. Viva! Sorte pra todos.

Modismo

Na posse de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, a mestre de cerimônias cumprimentou “a todas, a todos e a todes”. O público aplaudiu a novidade num evento oficial. Mas ficou a questão: todes figura na nomenclatura gramatical da língua portuguesa? Não. É modismo. No português, há dois gêneros – masculino (todos) e feminino (todas). Não existe o gênero neutro, que existia no latim.

História

José Sarney lançou a moda no Brasil. “Brasileiras e brasileiros”, saudava ele. Homens e mulheres acharam a novidade simpática. O SBT aproveitou a onda. Pôs no ar a novela com o mesmo bordão. A partir daí, distinguir o gênero deixou de ser gesto de simpatia. Tornou-se obrigação. De obrigação passou a obsessão. Hoje, virou comum situações como estas: “Convidamos os presentes e as presentes a se levantarem”, “Os estudantes e as estudantes devem usar uniforme”, “Os debatedores e as debatedoras chegarão ao meio-dia”.

Reações aos exageros não faltam. Millôr Fernandes falava em “pessoas e pessoos”; Veríssimo, em “povo e pova”. Cidadãos temem que cheguemos a “humanidade e mulheridade” e “seres humano e mulherano”.

Tempos modernos

A luta pelo gênero se impôs. Hoje, distinguir o feminino e o masculino não é questão de correção gramatical. Brasileiros engloba homens e mulheres nascidos nesta alegre Pindorama. Gramaticalmente recebe nota 10. Mas escorrega politicamente. A razão é simples: esconde a mulher. Modernamente tornou-se praxe usar o masculino e o feminino. Dando-se visibilidade a ele e a ela, marca-se, na fala, a igualdade dos dois gêneros. No fundo, é questão de poder. Quem pode aparece.

E daí?

Você decide. Se quiser entrar na guerra contra elas, esqueça o politicamente correto. Mas prepare-se. Voltar às boas leva tempo. Valem as palavras de Bertolt Brecht: “A paz não é só melhor que a guerra. É muito mais trabalhosa”.

A verdade

A língua é machista? Nada mais injusto. A coitada nem marca o masculino. O 'o' não caracteriza o sexo forte. É a vogal temática da palavra. O 'a', sim, denuncia o feminino. O mesmo ocorre com professor, mestre & cia. Eles pertencem ao gênero masculino porque se opõem às formas professora e mestra.

A diferença

A oposição masculino X feminino faz a diferença. É o caso de menino, menina; vendedor, vendedora; presidente, presidenta. Sem oposição, convoca-se o artigo (o estudante, a estudante; o comerciante, a comerciante; o assaltante, a assaltante). Quando o artigo é o mesmo, só há uma saída – recorrer ao contexto. Valem os exemplos de criança e vítima. Como saber se se referem a mulher ou homem? Só analisando a frase em que aparecem.

Leitor pergunta

Quando posso escrever história com 'h' maiúsculo?
. Patrício Macedo, Brasília

Em geral, escreve-se história. História, com 'h' maiúsculo, costuma ter vez quando nos referimos à história como ciência ou disciplina – História do Brasil, História da humanidade, História da civilização. História ou estória? Modernamente, usa-se história para designar tanto fatos quanto ficção: história da Branca de Neve, história da novela, história da ascensão dos partidos políticos no Brasil.
 
Em resumo: não use estória.

Recado

“Sempre senti que o verdadeiro livro-texto para o aluno é o professor.”
. Gandhi

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