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Estado de Minas DICAS DE PORTUGUÊS

Em tempos de eleições, qual a origem da palavra candidato?

O vocábulo vem do latim candidatus, que significa vestido de branco. A escolha da cor tem explicação: vincular a figura do postulante à ideia de pureza e honradez


28/10/2020 04:00

(foto: Reprodução de internet)
(foto: Reprodução de internet)

De olho nas urnas
“Eu também quero”, dizem políticos de olho em prefeituras e câmaras de vereadores. Distribuem santinhos, visitam eleitores, pegam criancinhas no colo. E prometem. Prometem mundos e fundos pra conquistar poder neste Brasilzão sem fim.

Se colar, a criatura vai em frente e recebe a bênção das urnas. Se não colar, recolhe-se ao anonimato. Terão valido os cinco minutos de exposição pública. E, de quebra, uma dica de português.

Trata-se da origem da palavra candidato. Ela vem do latim candidatus, que significa vestido de branco. A escolha da cor tem explicação: vincular a figura do postulante à ideia de pureza e honradez que o branco simboliza.

Pidão
Candidatos pedem votos. Por isso, pedir é um dos verbos mais conjugados na campanha. Usá-lo como manda a regência pega bem como agradecer uma gentileza ou dar bom-dia ao entrar no elevador. Olho na preposição:

Pedir para age às escuras. Como quem não quer nada, esconde a palavra licença. Assim: O filho pediu ao pai (licença) para sair à noite. O aluno pedirá ao professor (licença) para entregar o trabalho com dois dias de atraso. Peçamos (licença) para sair.

Pedir que gosta de clareza. Ao usar a duplinha, a pessoa solicita (não pede licença): O diretor pediu que todos colaborassem. O presidente pede que os manifestantes se contenham. O sacerdote pedirá que os fiéis colaborem com a causa.

Sim...mas
Marqueteiros orientam os políticos nas manhas do discurso sim…mas. Ensinam que vale o que vem depois do mas. A conjunção suaviza o que foi dito e enfatiza o que vem depois: O prefeito fez muito, mas obteve poucos resultados. O candidato tem boas intenções, mas o programa não diz nada. Maria estuda muito, mas tira notas baixas.

Reparou na malandragem? A frase elogia, mas, em seguida, desqualifica. Pega bem ser generoso. Basta mudar a ordem: O prefeito obteve poucos resultados, mas fez muito. O programa não diz nada, mas o candidato tem boas intenções. Maria tira notas baixas, mas estuda muito.

Ascendentes e descendentes
A palavra mais ouvida nos últimos dias? É pesquisa. Ibope e Datafolha, PoderData & cia. fazem mais sucesso que novela. Tanta popularidade cobra preço alto. Ao escrever a trissílaba e respectiva filharada, muitos tropeçam na grafia. Dão a vez ao z em vez do s. Esquecem-se de pormenor pra lá de importante.

Na língua, impera esta regra: a família acima de tudo. Se o paizão se grafa com s, os descendentes conservam a letrinha. É o caso de pesquisa, pesquisar, pesquisador, pesquisado, pesquisinha, pesquisona. É o caso também de camisa, camisaria, camiseiro, camisinha, camisola. É o caso ainda de país, paisinho, paisão, paiseco.

Sem exceção
A regra não é privilégio do s. Vale para as demais letras. Viajar, por exemplo, se escreve com j. Todas as formas do verbo serão fiéis a ele: viajo, viaja, viajamos, viajam; viaje, viajes, viajemos, viajem.

Nariz, rapaz, capuz, raiz, juiz e vez exibem z. A lanterninha do alfabeto permanece firme e forte nos derivados: narizinho, rapazinho, rapazote, capuzinho, encapuzar, raizinha, enraizar, enraizado, juízo, ajuizar, vezinha, vezeiro, revezar.

Leitor pergunta
Na abertura pós-pandemia, o esporte voltou ao dia a dia das pessoas. Ganhar, perder e empatar retornaram às manchetes. Qual a preposição que cada um exige?
João Marcelo, Erechim

1. O time ganha de outro por ou de: O Flamengo (feminino) ganhou do Cariocão por 59 a 0 (ou de 59 a 0).
2. O time perde para outro por ou de: O Cariocão perdeu para o Flamengo por 59 a 0 (ou de 59 a 0).
3. O time empata com outro por ou de: O Flamengo empatará com o Cariocão por 0 a 0 (ou de 0 a 0).

Recado
“Lutar com palavras/ é a luta mais vã. / Enquanto lutamos / mal rompe a manhã.”
Carlos Drummond de Andrade

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