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Estado de Minas RASGANDO O VERBO

Sobre como o fim pode ser o princípio

Um paradoxo pode parecer biruta à primeira vista, mas na verdade faz todo sentido


postado em 04/11/2019 04:00 / atualizado em 04/11/2019 08:52

Pexels
(foto: Pexels)

Conseguir é frustrante. Ouvi essa afirmação quando era jovem, mas, como eu ainda não havia logrado nada de significativo na vida, a não ser boas notas, não entendi, como se dizia antigamente, bulhufas. Como alguém poderia se sentir frustrado depois de alcançar êxito? Não parecia fazer sentido.
 
Mas hoje eu entendo perfeitamente essa ideia, que antes se configurava como algo sem lógica para mim. Ora, quando alcançamos o nosso objetivo, matamos o nosso desejo. Daí somos obrigados a criar novos desejos, para não despencar no tédio da existência. Conclusão: “O fim é o início”. Oi?? Sim, leitor! E temos aqui algumas interpretações possíveis. Se analisarmos o vocábulo fim como um sinônimo de objetivo, o paradoxo (figura de linguagem que consiste na criação de uma ideia sem nexo) acaba, já que faz sentido pensar que os nossos objetivos podem ser o início de muitas coisas – de relacionamentos profissionais, de alianças poderosas... Contudo, se pensarmos a palavra fim como um sinônimo de final, teremos a ideia de que “o final é o início”.
 
Aliás, haverá não somente um paradoxo – ideia sem sentido – como uma antítese, que se trata de uma figura de linguagem em que aproximamos palavras com significados opostos, como bem e mal, noite e dia, início e fim. Mas, voltando à vaca fria: seria o fim (o final) o início? Creio que sim. Quando chegamos ao fim das nossas possibilidades, ao teto da empreitada, temos de encarar o vazio. E, nesse contexto, podem nascer diversos inícios, desde o início de um quadro depressivo ao início de um novo fim, de um novo objetivo.
 
E o que difere as consequências do alcance do fim? A predisposição para viver, para arriscar, para ser, muitas vezes, insano aos olhos do senso comum. Um amigo meu, professor de física, sempre diz isso. Segundo ele, “o mundo é dos loucos”. Faz sentido. Todos os indivíduos que fizeram diferença tinham algum parafuso a menos. Bem, a esta altura do meu texto – que está meio biruta –, já não sei mais se estou falando de figuras de linguagem, de objetivos, de frustrações, de quê. Mas de uma coisa eu sei: paradoxalmente, nada é mais frustrante do que conseguir. Haja (e não aja, sem h) loucura para continuar.

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