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Estado de Minas PANDEMIA

Quarta dose da vacina contra a COVID-19: para toda população?

Ainda não se sabe como será a trajetória da COVID, se irá se tornar uma endemia e quando isso poderá ocorrer


27/08/2022 06:00 - atualizado 26/08/2022 17:01

Vacina contra a COVID-19
(foto: Cottonbro/Pexels)

Não resta dúvida que as vacinas tiveram enorme impacto na pandemia e que a prioridade é vacinar o maior número possível de pessoas ao redor do mundo, pelo menos com o esquema básico de duas doses. É fato que a proteção contra a infecção por SARS-CoV2 reduz muito em poucos meses após a vacinação, especialmente no cenário da variante ômicron. Entretanto, a proteção contra formas graves se mantém, incluindo essa variante e suas sublinhagens. Os objetivos da vacinação são: reduzir casos graves e óbitos; reduzir impacto na assistência à saúde; minimizar impactos na economia. O intervalo entre as doses de reforço deve ser de, no mínimo, quatro meses, pois, se usada mais precocemente, os efeitos positivos podem diminuir.

Voltando à pergunta do título: quarta dose (ou segundo reforço) para toda população? Do ponto de vista saúde pública, a ampla vacinação com o segundo reforço pode desviar os recursos para quem mais precisaria: pessoas acima de 50 anos ou com alguma condição de saúde preexistente e os trabalhadores da saúde. Essas doses de reforço reduzem as formas graves da doença nessa população mais vulnerabilizada. Entretanto, para pessoas mais jovens os benefícios são menos significativos, uma vez que esse segmento da população (menores de 50 anos e sem condições de saúde prévia) é capaz de controlar uma eventual infecção de forma mais eficiente.

Vários estudos científicos evidenciam a efetividade/eficácia da quarta dose, tanto para reduzir infecções sintomáticas quanto para diminuir o risco de casos graves. Estudos mostram ainda que a quarta dose reduziu a chance de doença grave em 89% na população geral e em 50% entre os trabalhadores de saúde, mesmo em situações em que a ômicron era predominante, além de manter ótimo desempenho contra formas graves.

Infelizmente, como é possível identificar nos dados desse boletim, Belo Horizonte ainda apresenta 19 óbitos/milhão de habitantes e, no Brasil, em torno de 200 pessoas morrem por dia de COVID-19. Essa taxa de mortalidade é inaceitável para uma condição imunoprevinível e disponível no SUS. É necessário e urgente que as autoridades sanitárias estabeleçam campanhas mais assertivas para alcançar a adequada cobertura vacinal notadamente para a população mais vulnerável.

Em 23 de agosto, o Brasil registrou um acumulado de 683 mil óbitos e 34,3 milhões de casos confirmados de COVID-19 desde o registro do primeiro caso no país, em 26 de fevereiro de 2020, há exatos dois anos e seis meses. Na última semana, foram registrados 113.928 casos novos e 1.102 óbitos novos, segundo o painel Coronavírus Brasil do Ministério da Saúde (www.covid.saude.gov.br). A título de comparação, no mesmo período de 2022, foram registrados 585 óbitos por dengue, ou seja, menos da metade do número de óbitos de uma única semana por COVID-19 e em um momento em que a sociedade enfrenta com naturalidade e sem mais preocupações a pandemia.

Ainda não se sabe como será a trajetória da COVID, se irá se tornar uma endemia e quando isso poderá ocorrer. Por isso, vale repetir que há ferramentas potentes, seguras e eficazes já estabelecidas para enfrentar esse vírus. Essas devem ser utilizadas continuamente: higienização de mãos, ampliação da testagem, melhorias da ventilação em espaços fechados, uso de máscaras nos espaços fechados e com aglomeração e, claro, ampliar a cobertura vacinal.

Referências

1 - Amir O et al. Protection against omicron severe disease 0-7 months after BNT162b2 booster. medRxiv. 2022:2022.05.04.22274647. doi: 10.1101/2022.05.04.22274647.

2 -  Cohen MJ et al. Association of Receiving a Fourth Dose of the BNT162b Vaccine With SARS-CoV-2 Infection Among Health Care Workers in Israel. JAMA Network Open. 2022;5:e2224657-e. doi:10.1001/jamanetworkopen.2022.24657.

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