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Estado de Minas ANO-NOVO

E 2021 nasceu...parece que nada mudou

'Vivemos o instante da inversão de polarização, que separa o fim do semicírculo involutivo e o início de outro semicírculo evolutivo'


(foto: Pixabay/Reprodução )
(foto: Pixabay/Reprodução )
Quando você estiver lendo este texto, já estaremos em 2021. Parece que nada mudou. Os dias continuaram clareando por volta das 5h20 e as noites chegando as 18:38. O cachorro do vizinho continua latindo e perturbando o seu sono, tanto quanto a sirene da ambulância que sobe ou desce a Contorno e o infernal pernilongo Ninja.

O mundo parece rigorosamente igual sempre foi. Seus problemas não desapareceram e sua conta bancária continua no Zero e não foi acrescida de 1 centavo, a menos que você seja o felizardo da mega da virada. Neste caso, seus problemas serão outros.
O que de fato muda, quando trocamos o Zero pelo 1 ?! Tudo muda!! Principalmente quando vasculho meu velho e quase desintegrado dicionário de símbolos *.

O Zero é palavra derivada do árabe çifa, cujo significado é vazio. Trata-se de sinal numérico, sem valor por si mesmo, mas ocupa o lugar de valores ausentes nos números. Simboliza a pessoa que só tem valor por delegação. Curioso, não?! Seria Ele o Zero? O atrapalhado Recruta Zero,  terror dos generais? O ungido pela bicada de uma Ema ???

O Zero simboliza também o objeto que, sem ter valor por si, mas unicamente devido a sua posição, confere um valor aos outros- o zero multiplica por dez os números colocados `a sua esquerda. Assim, vai ao encontro do significado iniciático do Louco ou do Mat dos tarôs, única carta dos arcanos maiores que não é numerada, mas que pode valorizar as demais, ou anula-las, dependendo de sua posição ou sinal que a precede.

Neste sentido, vivemos o instante da inversão de polarização, que separa o fim do  semicírculo involutivo e o início de outro semicírculo evolutivo.

Mas, nada acontece por obra do acaso. Nós fazemos o nosso destino. Nós damos as cartas. O zero, assim como o ovo cósmico, simboliza todas as potencialidades.

Temos muito a agradecer a este Zero!

Já, o 1, simboliza o homem de pé. Único ser vivo que usufrui dessa faculdade.
Os antropólogos, fazem da verticalidade um sinal distintivo do homem, ainda mais radical que a própria razão. Ou seja, caminhar sobre dois pés e eretos nos faz homens, mas não nos garante a razão, que por sua vez, não nos qualifica necessariamente como seres humanos. Exemplo, basta voltarmos nossos olhos para o planalto. Vamos ver muita gente ereta, com muito pouca razão.

O Um é o Princípio. É dele que emana todas as coisas; é o princípio ativo; o criador... O Um é o local simbólico do ser, fonte e fim de todas as coisas, centro cósmico e ontológico. O Um é também o centro místico, de onde irradia-se o Espírito como um sol.

Nos relatos lendários e nos temas folclóricos, o Deus único é muitas vezes simbolizado pelo número 1. Tem até cerveja se autopromovendo a ser a número 1. 

Carl Jung distinguiu toda uma série de símbolos, os quais denominou de símbolos unificadores. São os que tendem a conciliar os contrários, a realizar uma síntese dos opostos. A roda, os hexagramas, o Zodíaco, são exemplos de símbolos unificadores.

O símbolo unificador estaria carregado de uma energia psíquica extremamente poderosa, segundo estudiosos dos sonhos, aparecendo nestes, quando o processo de individualização já está avançado. O sujeito é, então, capaz de assumir toda a energia do símbolo unificador para realizar em si a harmonia do consciente e do inconsciente, o equilíbrio dinâmico dos contrários reconciliados, a coabitação do racional com o irracional, do intelecto com o imaginário, do real com o ideal, do concreto com o abstrato. A totalidade unifica-se na sua pessoa e a sua pessoa desenvolve-se na totalidade.

Se você não entendeu até aqui a diferença entre o Zero e o Um, não faz mal algum. Você passará de ano de qualquer maneira. 

Aliás você já passou. Você está em 2021 !

Feliz Ano Novo. Acredite, vai melhorar. 

Mas, faça a sua parte e faça valer o fato de ser, ou não ser, o filho do Um...

*O texto de hoje contou com a valorosa contribuição do "Dicionário de símbolos", de Jean Chevalier e Alain Ghhrbrant, da editora José Olympio. Vale a pena conferir. 

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