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Estado de Minas COLUNA

''Sou a favor do retorno às aulas presenciais, com segurança''

Escolher entre a possível sequela pedagógica do filho e a morte dos pais, avós e vulneráveis é doloroso, mas não tenho dúvidas de qual é definitiva


(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Nas últimas semanas, o assunto “retorno presencial às aulas” se tornou um embate envolvendo médicos, pais, pedagogos, psicólogos e sociedades medicas, como a Sociedade Mineira de Pediatria.

Se eu sou a favor do retorno presencial às aulas? Sim! Eu sou a favor do retorno às aulas presenciais, com segurança. Priorizar o ensino é fundamental, dentro e fora de pandemias. Porém, num momento de aceleração da curva epidêmica, todo cuidado é pouco. 

Trata-se de assunto complexo que deve ser tratado de forma técnica e muito cuidadosa. A literatura é frágil e as experiências relatadas nem sempre são aplicáveis de um país para outro.

Parâmetros de segurança devem ser adaptados, estabelecidos e observados. Se em países desenvolvidos os parâmetros são mais elásticos, os mesmos podem não ser adequados à nossa realidade. Questiona-los é legítimo. Não tê-los e não respeita-los é irresponsabilidade.

As certezas absolutas em medicina e, particularmente, em epidemias inéditas em nosso tempo, é um perigo. Minas é terra de prudência e canja de galinha. Assim, conseguimos chegar até aqui com os resultados que temos.

O tempo é um professor sábio. Ao longo destes 10 meses, tomamos decisões que evitaram e geraram sofrimento. Reparar danos, sequelas físicas, sociais e econômicas será um trabalho que demandará vários anos. Mas, todas as guerras deixam sequelas. Essa não seria diferente. É nosso dever tentar minimizà-las.

Porém, o lado irreparável desta história são as perdas definitivas, as quais estamos tentando evitar ao máximo. Nesta epidemia, as crianças têm sido, de certa forma, poupadas pela natureza, mas não do sofrimento. O mesmo não vem ocorrendo com os mais velhos e que possuem comorbidades. O vírus e as condições sociais são cruéis com esses grupos.

Escolher entre a possível sequela pedagógica do filho e a morte dos pais, avós e vulneráveis é doloroso, mas não tenho dúvidas de qual é definitiva.

Sei que a maioria abriria mão da própria vida por um filho. O mesmo eu faria por qualquer uma das minhas 4 filhas. O contrário, inimaginável para nós, mesmo que verdadeiro e sincero por parte deles, seria inadmissível por questões evolutivas naturais. 

O momento é propício para esta reflexão filosófica, a qual será fundamental para fortalecer os princípios éticos e morais que toda sociedade e as escolas deverão reforçar em seus currículos e prática diária.

As epidemias, historicamente, deixam sequelas e legados. Certamente, este aprendizado será vital para que nossos filhos enfrentem as pandemias futuras, que sem duvida virão.

Sei que todos querem o melhor e defendem o que imaginam ser mais adequado para assegurar um futuro com menos sequelas para aqueles com os quais se comprometem de corpo e alma. Mais do que louvável, admirável e natural.

Entretanto, só os mortos não têm voz e nem volta. 
Esse é um triste e doloroso debate...

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