A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, participou, ontem, do Fórum Econômico de Davos, na Suíça. Ela fez questão de afirmar que a defesa do meio ambiente deve estar alinhada ao combate às desigualdades. Em seu primeiro painel, Marina cobrou que os governos “liderem pelo exemplo” na questão ambiental e social. “Às vezes, a gente pensa que está fazendo o que está falando, porque estamos aqui concordando, e não estamos fazendo nada. Desde que assumi o ministério, também em 2013, falo em liderar pelo exemplo.”
Começou assim, mas teve mais, muito mais. “A política é muito rotativa e as empresas também são assim. Por isso, é importante liderar pelo exemplo.” Ela participou do painel “Em harmonia com a natureza”.
“A gente às vezes pensa que já está fazendo porque a gente está falando, porque a gente está concordando, e não está mudando nada”, afirmou. “Agora, eu já disse de novo: vamos liderar pelo exemplo. Nós podemos falar muitas coisas legais, mas se a gente, às vezes, pensa que já está fazendo porque a gente está falando, porque a gente está concordando, e não está mudando nada.”
“Podemos falar coisas legais, mas se nós não reduzirmos o desmatamento, a gente apenas falou. Precisamos fazer isso em dois trilhos: proteger o ambiente e reduzir a desigualdade social”, acrescentou, lembrando que o Brasil voltou para o Mapa da Fome das Nações Unidas.
De acordo com Marina Silva, “a sustentabilidade não é só economia ou ambiental”, mas também tem de ser “social e política”. Mas, para isso, de acordo com ela, é necessário que os governos sejam “eticamente constrangidos para agir em momentos difíceis, como no caso do aumento do desmatamento”.
Ela lembrou, ainda, de quando inaugurou um sistema de monitoramento em tempo real sobre o desmatamento, quando foi ministra de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos anos 2000, e foi questionada sobre a possibilidade de constrangimento ao governo.
“Já sabemos o que fazer, temos as técnicas para isso, mas é preciso decisão política”, afirmou ainda. Marina ainda tem participação confirmada em outros dois painéis em Davos, hoje e quinta-feira (19/1).
A coleção de Aras
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou, ontem, que o Ministério Público Federal (MPF) já tem 40 denúncias prontas contra os envolvidos nos atos de terror praticados por bolsonaristas radicais. Aras afirma que lista deve ser ampliada a partir de novas informações da Câmara dos Deputados. Presidente da Casa, Arthur Lira apresentou notícia-crime para punir envolvidos. “Hoje, já temos 40 denúncias prontas. E vamos trazer mais até sexta-feira, as novas denúncias para essas pessoas que foram presas depredando e invadindo a Câmara Federal.”
Lira à disposição
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez questão de colocar a advocacia da Câmara à disposição para ajudar a instruir o processo contra os invasores e destacou o “risco que o Brasil correu” durante o episódio. “Muito mais do que a depredação do patrimônio público, um atentado às instituições, o risco que o Brasil correu”, afirmou. “Estamos à disposição do MP para que todas as necessidades de documentação que seja preciso para instruir esse processo a Câmara possa dispor de tudo o que ela puder.”
Só um errinho
“Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse, posteriormente, de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso”, disse em entrevista à Rádio Gaúcha. Tudo isso partiu do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), tchê! Ele disse ainda que qualquer declaração antes da conclusão das investigações é apenas um “achismo”.
Uai, ele apareceu?
Mais ou menos. O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) falou com apoiadores em Orlando (EUA), onde passa férias com a família. “Lamento o que aconteceu dia 8, uma coisa inacreditável. Mas no meu governo, o pessoal aprendeu o que é política, conheceu os poderes, começou a dar valor à liberdade. Eu falava para alguns sobre a liberdade, e eles diziam que era igual ao sol, nasce todo dia, mas não é bem assim, não. A gente acredita no Brasil”, disse. A fala do vídeo contrasta com postagem feita em rede social do ex-presidente e com discursos propagados por seus apoiadores.
Dois séculos
A servidora Tarciana Medeiros tomou posse, ontem, como presidente do Banco do Brasil. É a primeira vez que uma mulher presidirá o BB em mais de 200 anos de história da instituição financeira. A cerimônia, no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Faz sentido a presença de Lula. Tarciana Paula Gomes Medeiros nasceu em Campina Grande (PB). Foi feirante em 1988, depois professora e começou a carreira como servidora do Banco do Brasil.
Pinga-fogo
Pesquisa Ipec divulgada ontem aponta que 64% dos entrevistados consideram que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está no caminho certo, de acordo com o que vem sendo anunciado ou planejado para o país até este momento.
Outros 26% disseram que o governo está no caminho errado, e 9% não souberam ou não responderam. O total de pessoas que consideram que o governo está no caminho certo subiu em relação à pesquisa anterior, realizada em 5 de dezembro, quando havia sido de 58%.
Ao ser questionado, ontem, sobre o papel do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), que está no exterior, nos atos contra as sedes dos três Poderes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), respondeu que cada um deve responder pelo que faz.
“O meu CPF é um, o CPF do presidente Bolsonaro é outro”, declarou o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, durante coletiva de imprensa. Lira era aliado do então presidente.
Já que é assim, é o suficiente por hoje. A semana está apenas começando. FIM!