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Estado de Minas EM DIA COM A POLÍTICA

A declaração de Paulo Guedes e o silêncio de Weintraub

Ministro da Economia pede compreensão e solidariedade e o da Educação não repete o que falou na reunião ministerial


postado em 30/05/2020 04:00 / atualizado em 05/06/2020 10:48

Ministro Paulo Guedes disse que a retomada economia precisa ser a mais rápida possível(foto: MARCOS CORREA/PR)
Ministro Paulo Guedes disse que a retomada economia precisa ser a mais rápida possível (foto: MARCOS CORREA/PR)


“É natural que, nessa ansiedade, cada um ao seu estilo, um pisa no pé do outro. E quem foi pisado vai empurrar de volta. Agora, acabou. Um deu o empurrão, tomou o empurrão de volta. Todo mundo remando para chegar na margem. Quando chegar na margem, começa a briga de novo. Pode brigar à vontade na margem. Se brigar a bordo do barco, o barco naufraga.”

É o pedido de ontem do ministro da Economia, Paulo Guedes, acrescentando a necessidade de compreensão e solidariedade para que a retomada da economia, depois da crise do coronavírus, seja a mais rápida possível no país. Ele participou do evento Webinar Gás para o Desenvolvimento, na Granja do Torto, em Brasília. E tratou também dos conflitos criados pelo presidente Bolsonaro, mas é desnecessário detalhar.

Afinal, quem cuidou disso foi a oposição na Câmara dos Deputados, que apresentou representação no Conselho de Ética contra Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Mais uma, já teve outras, por quebra de decoro parlamentar. Uma delas tratava da declaração dele de que “se a esquerda brasileira radicalizar”, a resposta poderia ser “via um novo AI-5”.

Desta vez, os oposicionistas alegaram, na quinta-feira, que “há, em curso, uma articulação orientada pelo representado e por aliados do presidente da República na tentativa de deflagrar uma ruptura institucional, com graves consequências para a democracia brasileira”.

Melhor mudar de assunto, mas nem tanto. Afinal, “eu por mim botava esses vagabundos todos na cadeia, começando pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”. Não confunda o “eu por mim”. A declaração quem fez foi o ministro Abraham Weintraub. Aquele que teve de se explicar ontem sobre as fake news envolvendo o seu ataque aos integrantes da mais alta corte de Justiça do país.

Só que não foi no próprio Supremo. O depoimento à Polícia Federal foi no Ministério da Educação. Será que desta vez ele fez questão de deixar de ser mal-educado em seu palavreado costumeiro para não se encrencar ainda mais? A resposta veio rápida. É óbvio que se serviu do conceito constitucional de “me manter em silêncio”. Foi o que Weintraub fez.

Para registro, vale lembrar que a ordem para tomar o depoimento dele partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que indica a possibilidade de novos capítulos desta novela. É que o depoimento de Abraham Weintraub, aquele do silêncio, ocorreu antes mesmo de uma decisão do STF sobre o habeas corpus preventivo que pedia sua suspensão.

Tarde demais, o silêncio foi total.

Navegar é preciso

No século 1 a.C., o general romano Pompeu encorajava marinheiros receosos, inaugurando a frase “navigare necesse, vivere non est necesse”. Já no século 14, o poeta italiano Petrarca detalhava traduzindo a expressão como “navegar é preciso, viver não é preciso”. E o poeta Fernando Pessoa pegou carona: “Quero para mim o espírito dessa frase”. Sobre o poeta português, a sua obra fala por si diante de um dos momentos mais conturbados da história: o final do século 19 e as primeiras décadas do século 20.

Por que isso?

Melhor trazer para os tempos atuais. É que o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), concedeu ontem a medalha da Ordem do Mérito Naval, no grau de Grande Oficial, para os ministros da Educação, Abraham Weintraub; do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (foto); e para o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, que foi policial militar (PM). Mas falta ainda o detalhe que mais interessa. Também foi agraciado o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, aquele indicado fora da lista tríplice e possível ministro do STF a ser indicado por Bolsonaro.

Fake news

“O momento do evento é propício. Somos todos contra fake news, mas problemas complexos exigem respostas sofisticadas.” O aviso sobre o evento vem da Frente Parlamentar da Economia e Cidadania Digital. Entre os palestrantes, estão no comando os deputados federais JHC (PSB-AL) e Vinicius Poit (Novo-SP) e inclui ainda Orlando Silva (PCdoB-SP); Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) e os coautores Felipe Rigoni (PSB-ES), além do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Todos eles participam do Todos contra fake news – Liberdade de expressão on-line & estratégias de mitigação da desinformação. O nome é bom. Mas mitigar é duro.

Eles precisam

Os itens de maior necessidade para a saúde são os equipamentos de proteção individual (EPIs) usados por profissionais de saúde que prestam assistência aos pacientes com COVID-19, como médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem. Esses materiais também são utilizados pelas equipes de suporte, que, eventualmente, precisam entrar no quarto, enfermaria ou área de isolamento. São de uso individual e se destinam a proteger esses profissionais de possíveis riscos de contágio. Feito esse registro, o fato é que se trata das doações dos itens hospitalares que foram feitas ao Ministério da Saúde por oito empresas privadas, sendo sete brasileiras e uma estrangeira.
 

Uma no cravo…

… outra na ferradura. Primeiro, “o homem que desrespeita a democracia não poderia estar em um governo que se diz democrático”, declarou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM–RJ). A referência é sobre o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Logo em seguida, defendeu a presença no ministério do presidente Bolsonaro do Centrão, aquele grupo que dispensa mais apresentações. Sempre custa caro. Só que Maia argumentou: “Não acho que ele comprou o Centrão. Ele quer ter uma relação com os partidos que têm convergência ideológica com o atual governo”. Ficamos assim...

PINGA FOGO

  • Mais 10 dias de afastamento compulsório. É isso mesmo, a supremacia médica determinou. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, continuará de licença por, pelo menos, mais 10 dias longe do cargo.
  • Toffoli já estava internado para passar por cirurgia para retirada de um abscesso no sábado passado. Da COVID-19 ele escapou, mas agora uma pneumonia vai mantê-lo afastado por mais tempo. Melhoras para ele.
  • Em tempo, sobre a nota Uma no cravo. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “Depois dessas declarações precisamos tomar cuidado de como vamos organizar o diálogo...” Tinha mais, mas deixa pra lá.
  • Pode piorar? Pode. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB): “Não tem que fazer exame de ordem não, que é um caça-níquel, muitas vezes”. E ressaltou ter tentado quando era deputado.

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