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No cai, não cai, vai cair? Resta esperar

Na ditadura militar, moral e cívica, uma chatice só que os alunos detestavam e desprezavam, era obrigatória. E trazia boa chance de "matar" aula


postado em 30/03/2019 05:10 / atualizado em 01/04/2019 10:49

Uma agenda presidencial pode valer mais que mil palavras ou, por outro lado, vale também para enfrentar as encrencas quase sempre presentes no meio do caminho. Assim foi a do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em plena sexta-feira. E teve de tudo.

Começou às 8h30, com o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, que estava acompanhado do pastor Marco Feliciano, do partido Pode de São Paulo. Uma fezinha religiosa, não a do jogo do bicho, serve para valer o encontro.

Em seguida, às 9h, deve ter sido mais protocolar. Foi com o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, aquele que promoveu um almoço de quase duas horas na presidência da corte com Bolsonaro quando ele era ainda presidente eleito, em 7 de novembro do ano passado. Sobre o que conversaram ontem? O menu político não foi informado oficialmente.

Afinal, antes de registrar o que mais interessa, vale o registro de que às 9h30 o menu político levantou voo. Estiveram com o presidente o tenente-brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, comandante da Aeronáutica; o major-brigadeiro do ar Heraldo Luiz Rodrigues, vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, e ainda, o que de fato interessava, Dennis A. Muilenburg, aquele presidente do conselho e (a agenda oficial trazia &) diretor-executivo da Boeing.

Melhor tratar mesmo do que interessa de fato. A partir das 10h30, foram reservadas ainda na agenda nada menos que três horas para o Ricardo Vélez Rodríguez, ministro da Educação. De fato, era necessário mesmo ser precavido para, de véspera, cuidar das polêmicas envolvendo Vélez.

Cai, não cai, fica ou não fica, pega o chapéu e entrega nas mãos do escritor Olavo de Carvalho, que o atacou por defender a volta da educação moral e cívica no currículo do ensino fundamental, entre outras bobagens.

Para que fique claro, ainda na época da ditadura militar, moral e cívica, uma chatice só que os alunos detestavam e desprezavam, era obrigatória. E trazia boa chance de “matar” aula como se dizia na época.

Três horas para cá, uma agenda privada para lá. Bolsonaro adiou tudo com Ricardo Vélez, a demissão fica adiada até a sua volta de Israel, ou seja, semana que vem. O que seria certo virou vazamento de informações. “Eu não demitiria ninguém por telefone ou pela imprensa”, ressaltou.

Na medalhinha!
A personagem desta semana é a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), diante discurso na audiência pública na reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. “Em um trimestre não é possível que o senhor apresente um Power Point com dois, três desejos para cada área da educação. Cadê os projetos? Cadê as metas? Quem são os responsáveis?”, perguntou ao ministro Ricardo Vélez Rodríguez. E ainda insistiu: “Eu quero saber: onde eu encontro esses projetos?”. Ela própria respondeu: “Eu não conheço um bom gestor que não saiba o mínimo do que está fazendo”.

Ação cuidadosa
Bombeiros que atuaram no resgate das vítimas em Brumadinho fizeram e ainda fazem um trabalho que dispensa qualquer relato. A atuação deles foi tão eficaz que eles enfrentaram até uma lama tóxica, pondo em risco sua própria vida. Só que até o momento todas as ações impetradas contra a Vale no caso de Brumadinho não solicitavam a eles a garantia de tratamento médico. Daí a iniciativa do advogado e vereador de São João del-Rei, Cabo Zanola (PSC), impetrar uma ação civil pública para a Justiça determinar que eles tenham os devidos cuidados médicos.

Desnecessário
Deixando as firulas jurídicas para lá, vale o registro de que o placar foi nove a zero, porque a ministra Cármen Lúcia e seu colega Celso de Melo não participaram até as 23h59 de quinta-feira. O pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era de que o Supremo Tribunal Federal (STF) levasse em conta a validade da nomeação dele, em março de 2016, como ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff. Na época, o ministro Gilmar Mendes considerou como “desvio de finalidade”. O argumento era fraudar as investigações da Operação Lava-Jato. Ah! E tratava do termo de posse para Lula se ele precisasse “em caso de necessidade”.

O susto e a paz
Em meio à preocupação em que está envolvido na questão de Brumadinho, ressaltando que o minério está definhando e morrendo, como aconteceu com o rio, palavras dele que inclui o termo “de forma assustadora”, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), por outro lado, destaca a paz em seu partido. “Estamos trabalhando na reconstrução em Minas Gerais, organizando como já está o PSB nacionalmente”. E ressalta mais uma vez o que ainda mais importa, depois de muita confusão: “o partido apaziguou no estado”.

Pessoalmente
“Vou procurar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com uma comissão de três ou quatro senadores, para a gente levar também já as propostas que nós queremos que a Câmara dos Deputados vote em relação a matérias que foram apresentadas e votadas no Senado.” A frase é do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DRM-AP). Uai, precisa pedir? Não é obrigação dos deputados? Eu, hein! Acha pouco? “É importante que a gente tenha, da parte da Câmara, boa vontade com os projetos do Senado também.” Desta vez é o senador Cid Gomes (PDT-CE).

PINGAFOGO

No domingo passado, Bolsonaro mandou os quartéis celebrarem a “data histórica”. Na quinta-feira, anteontem, ele disse ter sugerido às unidades militares que “rememorassem” o golpe de 1964. Ontem, liminar de uma juíza resolveu. Proibiu comemoração.

Quem não perdeu a chance, diante de tanta polêmica, como não poderia deixar de ser, foi o Instituto Vladimir Herzog, em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que alegaram ser “uma violação dos tratados aos quais o Brasil passou a fazer parte depois de retornar à democracia”.

“Quero crer que não tenha sido por causa do Alceu Valença que o presidente cometeu tamanho erro.” É frase da ex-presidente da Embratur Teté Bezerra ao jornalista Tales Faria. O toque mineiro, mais uma vez, passa pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

E olha que culpa nenhuma ele teve, foram ordens cabais do presidente Jair Bolsonaro (PSL) pelo fato de Alceu Valença ter declarado voto em Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição do ano passado.

Sendo assim, com história na questão da data, trilha sonora por causa de demissão da Embratur e por aí vai na atual situação política no país, o melhor a fazer é mesmo encerrar a semana. Só que amanhã começa outra. Até lá.

 

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