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Estado de Minas ANNA MARINA

Canabidiol, substância presente na maconha, ajuda a tratar idosos

Estudos mostram que o CBD é empregado com sucesso no tratamento de Parkinson, Alzheimer, osteoporose, depressão e ansiedade


30/08/2023 04:00 - atualizado 30/08/2023 01:06
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Remédios à base de canabidiol foram liberados nos Estados Unidos
Remédios à base de canabidiol foram liberados nos Estados Unidos (foto: Pixabay)

Como estou custando a levar a marcha de tempo, sempre pergunto aos médicos próximos o que é bom fazer para diminuir os estragos da idade. Um deles respondeu, na gozação, que eu deveria arrumar uma cápsula e voltar aos 20 anos. Outro dia, brincou: “Tome maconha!”. Não se referia a fumar a erva, mas a remédios feitos com ela, vendidos sem problemas nos Estados Unidos.

Quis saber se ele poderia me dar a receita. Não podia. Para comprar esse tipo de remédio nos States, é preciso um talão amarelo para a receita, que aparentemente não existe por aqui.

O envelhecimento traz o aumento do risco de desenvolver doenças e, consequentemente, a redução da qualidade de vida. Sejam doenças de natureza psicológica, cardiovascular, hipertensiva ou degenerativa, estudos científicos realizados nos últimos anos têm comprovado a eficácia do canabidiol, o CBD, derivado da planta Cannabis sativa, como tratamento promissor de patologias comuns entre os idosos.

Diferentemente do THC (tetrahidrocanabinol), outro composto presente na planta, o canabidiol não provoca dependência nem efeitos psicoativos, sendo reconhecido por suas propriedades terapêuticas.

“Outra vantagem do uso do canabidiol é que, por ser uma substância natural, provoca pouquíssimos efeitos colaterais no organismo, ao contrário de medicamentos sintéticos”, afirma Alfonso Cardozo Ferretjans, sócio da Anna Medicina Endonacanabinoide, startup que tem o objetivo de desburocratizar o acesso à Cannabis medicinal no Brasil.

Estudos conduzidos pela Escola de Medicina da Universidade de San Diego, na Califórnia, e publicados na Journal of the American Geriatrics Society apresentam resultados positivos sobre o uso do CBD para tratar Parkinson, Alzheimer, depressão, ansiedade e distúrbios do sono.

Também foram observadas melhoras nos sintomas de osteoporose, doenças intestinais e problemas cardíacos.

A relação entre o avanço da idade e o desequilíbrio no sistema endocanabinoide (SEC) também foi cientificamente estabelecida. Descoberto em 1964, o SEC é um conjunto de receptores que facilitam a comunicação e coordenação entre as células.

“Com o avanço da idade e a desregulação do SEC, ocorre um desequilíbrio no sistema fisiológico, tornando-o mais suscetível ao desenvolvimento de doenças”, explica Ferretjans.

Quando interage com o sistema endocanabinoide, o CBD atua imitando a substância natural presente no organismo, exercendo influência na redução de dor, inflamação e diversos sintomas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, nos últimos cinco anos, quadruplicou o número de solicitações de importação de Cannabis medicinal para pessoas com mais de 65 anos.

“Esses números são promissores, especialmente considerando que essa parcela da população muitas vezes associa o composto aos efeitos alucinógenos da maconha causados pelo THC”, acrescenta Alfons Ferretjans.

Com seu perfil terapêutico, o CBD emerge como alternativa que pode contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos idosos, aliviando sintomas e promovendo processo de envelhecimento mais saudável e confortável, finaliza o especialista.

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